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PSICOLARANJA

O lado paranóico da política

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O lado paranóico da política

Toma que já almoçaste!

Miguel Nunes Silva, 19.09.13

 

Um ministro responde assim a um membro do partido da coligação governamental.
Porque é isto significativo? Porque com as eleições autárquicas no horizonte, a máquina do PSD começa a preocupar-se com a popularidade dos seus candidatos.
Venho escrevendo desde há meses que há uma tensão inerente à composição do governo uma vez que PPC tentou equilibrar a influência dos aparatchiks do PSD (e do CDS) com a influência tecnocrática da Troika.
Em períodos de eleições, a máquina do partido preocupa-se com os efeitos das políticas governamentais porque a máquina está habituada a apregoar seja o que for necessário para iludir os cidadãos.
Tal como Menezes ou Jardim são capazes de adoptar uma face esquerdista auto-proclamando-se como "esquerda radical" ou contrapondo-se ao "grande capital", também a máquina do partido pretende fazer pressão para que na substância ou na aparência, o governo abandone o discurso da austeridade.
Tal como eu avisei durante o verão: 



 

Meu dito, meu feito. Pergunto-me apenas que lado escolherá PPC quando for obrigado a optar por um dos lados; os quais são afinal, fundamentalmente incompatíveis...

Sua Majestade, D. Triunvirato

Miguel Nunes Silva, 08.07.13

Portugal caiu no domínio do Triunvirato...

Há três entidades que efectivamente controlam a partir de agora o Estado Português e que são por conseguinte responsáveis pelos destinos do país:

 

 

 

1 - Troika = Os senhores de Bruxelas, Frankfurt e Washington continuam a deter a derradeira palavra no que toca a políticas económicas em Portugal. Não há como o evitar até a dívida ser saldada e sustentabilizada, ou até irmos para a bancarrota.

Obrigado Esquerda Portuguesa...

 

2 - Aparelho PSD = Ao contrário da sua predecessora, o líder do PSD está dependente do apoio do aparelho do PSD. Não há convicções ideológicas no aparelho; estes 'centristas' preocupam-se apenas com ganhar eleições e manter os seus cargos partidários. Isto é perigoso pois a sua colaboração com a Troika é puramente instrumental e assim que a puderem descartar e quebrar o ímpeto das reformas estruturantes, que ninguém tenha dúvidas que o farão. 'Popularidade' é mais importante, para estes senhores, que 'responsabilidade', e a ânsia em voltar a cair nas boas graças do eleitorado é urgente.
Não admira portanto que se afirmem como tudo e mais alguma coisa, desde 'esquerda radical' a 'neoliberais'... a facção da manga de vento...

 

3 - CDS-PP = O táctico golpe de Paulo Portas foi de mestre pois o CDS-PP é agora pare inter pares no poder em Portugal e exerce tanta influencia como o PSD. Esta coligação de iguais tornou-se no entanto perigosíssima pois tornou as reformas estruturais em curso mais dependentes dos amigos da onça; de populistas que farão e prometerão tudo para poderem ganhar a próxima eleição - sempre a próxima eleição.


Posto isto, auguram-se tempos difíceis para quem quer seriedade e pensamento estratégico em Portugal. Torço por ti 'responsabilidade', mas vejo-te cada vez mais longe do pódio...

OI?! - Parte PSD/Gaspar

Essi Silva, 21.03.13
Mudem a medicação do PSD. E do Gaspar também.

O PSD, e como bem relembrou Teixeira dos Santos, ratificou e contribuiu na redacção do memorando da Troika. Para além disso, assumiu-o no seu programa eleitoral, praticamente com copy-paste de algumas medidas. Defendeu o memorando com unhas e dentes, incluindo medidas que iam além da proposta da Troika, porque achava que o memorando era bom mas não era óptimo.
E AGORA VEM DIZER QUE AFINAL O DOCUMENTO FOI MAL DESENHADO?
Mas está tudo louco?
Quase dois anos de governação de braço dado com o memorando e a Troika depois, o documento foi...mal desenhado?!

A sério. Metam-se num buraco e não saiam de lá. Declarações destas não são ridículas. São um ESCÂNDALO!
Espero bem que o meu partido esteja orgulhoso de ter eleito um Governo, que primeiro pede aos portugueses para darem tudo o que têm e depois diz que a sua Bíblia, afinal de contas não é tão boa como afirmava!

(E agora vou beber qualquer coisa, a ver se me acalmo!)

A Grândola que há em mim

Pedro Miguel Carvalho, 01.03.13

Não, não escrevo para me associar-me à manifestação de amanhã.

 

Não, também não venho defender o governo e repudiar a manifestação. O direito à manifestação está consagrado na Constituição da República portuguesa.

 

Venho apenas, cumprindo o que li em alguns cartazes, soltar a Grândola que há em mim.

 

Que a manifestação de amanhã seja ordeira, que o povo se saiba comportar, que saiba efectivamente usar da liberdade e igualdade que tanto tem sido apregoada. Que não hajam polícias feridos, paralelos arremessados, pessoas magoadas.


Com referência a Zéca Afonso1, que amanhã, por todo o país reine a Paz, que seja soltados gritos dignos de um poeta, e que apenas voem as Pombas, em detrimento das pedras da calçada.

 

Esta é a Grândola que há em mim.

 

Frédéric Bastiat , economista e jornalista françês, escreveu que "A Fraternidade forçada, destrói a liberdade". Não podia concordar mais.

 

Manifesto-me sempre que acho necessário, nos locais certos, com a minha participação política desde muito jovem.

 

Muitos dos que amanhã estarão presentes na manifestação, nunca votaram, nunca participaram activamente num partido ou organização política.

 

Disse Francisco Sá Carneiro "A intervenção ativa é a única possibilidade que temos de tentar passar do isolamento das nossas ideias e das teorias das nossas palavras à realidade da atuação prática, sem a qual as ideias definham e as palavras se tornam ocas."

 

Eu, orgulhosamente, muitas vezes com sacrifício pessoal, abdico de tempo com a família, com os amigos, abdico de tempo de passeio, abdico até de dormir algumas vezes, para participar politicamente, procurando as melhores soluções.

 

Aos manifestantes de amanhã apenas qustiono, "E se a troika se lixar, qual o nosso destino? França, como o Engenheiro?"

 

 

1"Páz, poeta e pombas" - Do álbum "Venham mais Cinco"

de "bom aluno" a país ingovernável?

Rui C Pinto, 15.09.12

o actual governo foi eleito para aplicar medidas de correção das contas públicas por forma a garantir o financiamento da economia. os credores têm assim uma garantia de que os seus empréstimos serão pagos e, em última análise, voltarão a confiar e financiar o país. 

 

até sexta feira passada, Portugal era dado como um caso de sucesso europeu. o exemplo de um país que reuniu consenso político e social em torno de um programa de ajustamento financeiro para recuperar credibilidade junto dos seus credores. num ano foi possível reunir consenso entre os partidos políticos do arco da governação e entre os parceiros sociais. políticos, sindicalistas e empresários permitiram manter a paz social. éramos, por isso, um exemplo. e esse era o nosso maior activo político perante os parceiros europeus e as instituições que nos financiam. 

 

na sexta feira passada o governo desbaratou o maior activo político que detinha por uma medida que assumiu como sua, que representa uma mísera receita de 500 M€, e que conseguiu reunir a oposição de todo o país. uma vez mais o consenso de políticos, economistas, sindicalistas e patrões, porém, desta feita, contra o governo. notável. 

 

o anúncio de sexta feira mergulhou a coligação governamental numa crise política gravosa para o país e uniu a oposição, permitindo ao PS desvincular-se do acordo político em torno do memorando da troika. ao assumir a baixa da TSU como uma medida sua, Passos permitiu a Seguro chumbar o orçamento de estado. uma infantilidade política que, naturalmente, desagrada a Portas e ao CDS. 

 

mas não foi apenas o apoio popular que o governo perdeu na sexta feira. foi, também, o argumento da falta de alternativa política. ao assumir como sua a medida do aumento da TSU para os trabalhadores e a descida para as empresas por forma a aumentar a competitividade das empresas, abriu a porta à discussão política. argumentar agora que não há alternativa política ao orçamento do próximo ano é uma imbecilidade e um tique autoritário de quem receia o debate por falta de preparação. quem toma uma medida desta gravidade tem de estar preparado para debatê-la e defendê-la perante a opinião pública. 

 

hoje, o povo está na rua de uma forma muito expressiva. as imagens aéreas que as televisões difundiram são claras. o mar de gente que aderiu a esta demonstração de indignação está para lá da capacidade de mobilização de partidos ou sindicatos. resta a Passos Coelho recuar. bem sei que está convencido de que não deve governar para agradar à população, li essas declarações infelizes num jornal qualquer. mas que não tenha a ilusão de que pode governar contra as pessoas. se tiver essa ilusão, ficará para a história como o primeiro ministro que transformou um "bom aluno" num país ingovernável, à semelhança da Grécia. 

Português Técnico

Ricardo Campelo de Magalhães, 28.05.11

 

Depois do Inglês Técnico, o problema parece agora ser o Português Técnico...

 

Finanças confirmam diferenças entre MoU original e a agora divulgada



Este governo usa todas as ocasiões para envergonhar o país, e o acordo com a Troika não podia ser excepção!

 

Ficam várias perguntas no ar:

Quais as diferenças entre os acordos?

Porque são tão importantes essas diferenças?

Qual é a legitimidade do governo para renegociar o acordo?
O novo acordo também obriga o PSD e o CDS, que não tinham conhecimento dele?

Quais as alterações relacionadas com o Código de Processo Civil e qual a sua justificação?

 

Enfim, é uma mais uma Socretice para os Socretinos "explicarem"...