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PSICOLARANJA

O lado paranóico da política

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O lado paranóico da política

Como resolver o problema do Trabalho Infantil

Ricardo Campelo de Magalhães, 31.03.11

Outro dia, numa discussão na mailing list do Psico fui surpreendido pelo facto de esta proposição não ser aceite por diversas pessoas. Ficou então prometido um post sobre o assunto, que aqui segue. Note-se que eu não sou tão bom quanto gostaria de ser a desenvolver argumentos destes e assim este texto é baseado num vídeo de Tom Woods, que publico abaixo.

 

A crítica é numa Economia puramente Capitalista, as crianças são exploradas, enquanto numa Economia intervencionada, os miúdos têm os seus direitos defendidos e passam o tempo na Escola, uma oportunidade que apenas o sábio, benevolente e desinteressado Estado pode proporcionar.

 

Assim, num país em que o Estado não seja muito forte, os pais desse país farão as crianças trabalhar. Não necessariamente todos, mas muitíssimos certamente. O que, claro, pressupõe uma intervenção do Estado para curar o problema.

 

Claro que o que interessa não ver é a causa do problema: Porque é que as crianças trabalham em alguns países do mundo?

As crianças trabalharem é a regra. Ocorreu em todo o lado, durante toda a história. Excepto onde o capitalismo chegou e tornou a sociedade tão produtiva, que gerando excedentes permitiu à sociedade não ser forçada a fazer as suas crianças trabalharem. Não foi “Ok, descobriu-se o Capitalismo miúdos: bora lá trabalhar”. Não, foi o contrário: os miúdos sempre trabalharam. Nunca ocorreu a ninguém antes que os miúdos não haveriam de trabalhar. Só agora, com as vantagens da riqueza proporcionada pelo capitalismo. Antes do capitalismo, as pessoas assumiam que eram pobres, e um dia morriam. Ninguém protestava contra a pobreza ou o trabalho infantile no tempo dos Afonsos. Ninguém. Era a vida.

 

Quando o capitalismo chega, e aparece a possibilidade de reduzir a pobreza, então as pessoas ficam impacientes com a pobreza. E querem eliminá-la o mais rapidamente possível (igualizando a riqueza, reduzindo o incentivo ao seu aumento e portanto parando o enriquecimento da sociedade como um todo). E então aparece o Estado.

 

Voltando ao Trabalho Infantil, este reduz-se então não porque se passa uma lei a dizer “as crianças não podem trabalhar”, mas sim porque a sociedade é

suficientemente produtiva para permitir esse os pais trabalhando geram rendimento suficiente para que os miúdos não tenham de o fazer. Achar que passar uma lei resolve todo e qualquer problema pode ser levado “ad absurdum” a: vamos passar uma lei contra a gravidade e vamos todos voar. Quão infantil é uma visão do mundo assim?

 

Um exemplo: o Bangladesh. Há alguns anos, o Trabalho Infantil era um problema no Bangladesh. Foram feitas campanhas e pressões na Europa e nos Estados unidos e, como resultado, foi passada uma lei contra esse drama num país que ainda não estava economicamente preparado para o enfrentar. Uma organização independente chamada OXFAM reportou que os miúdos ou foram para a Prostituição (e sabem, por pior que seja trabalhar numa fábrica) ou... a partir daí passaram fome. Num país daqueles, se numa família mais de metade do rendimento desaparece, em muitas passa-se fome e em outras morre-se. Morre-se!

 

Até a Organização Internacional do Trabalho (um bastião socialista, pela própria natureza da instituição, que nunca concede nada nestes domínios) admite que a razão porque as crianças trabalham é que a sociedade em causa é tão pobre que as crianças estão a contribuir com pelo menos ¼ do rendimento familiar. E quando as famílias mais pobres perdem ¼ do rendimento familiar...

 

A solução, assim, é mais capitalismo.