smartshops ou dumbshops?
Extrememente pertinente a proposta da JSD que levou à preparação de medidas de regulação dos produtos vendidos em smartshops, segundo noticia o i.
Estas lojas vendem produtos químicos sintéticos que se podem comprar em qualquer loja de produtos agrícolas comum, em invólucros muito mais apetecíveis ao público que as consome para fins recreativos. Não deixam de ser fertilizantes. Drogas sintéticas produzidas para fins agrícolas, cujo consumo é desaconselhado pelos fabricantes, e cuja toxicidade é conhecida e descrita.
Não falo por preconceito em relação a quem entende fazer uso recreativo de qualquer droga sintética. Elas estão aí nas ruas, bares e discotecas deste país. O público que as consome é vasto. Falo do facto de aqueles produtos poderem ser muito mais nocivos do que as drogas compradas ilicitamente ao vulgo traficante. Há, nestas smartshops, produtos vendidos para substituição de cocaína que terão efeitos muito mais nocivos do que a própria. E estes estão disponíveis numa prateleira de uma loja, em invólucros apelativos, induzindo em quem os compra uma falsa sensação de segurança que leva a óbvias consequências.
Eu, enquanto eventual consumidor, não teria dúvidas entre consumir cocaína vendida ilicitamente em detrimento de um fertilizante de origem sintética. (é a minha opinião enquanto químico, especializado em síntese química).