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PSICOLARANJA

O lado paranóico da política

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O lado paranóico da política

Hollande quer acabar com a Seg. Social Francesa

Ricardo Campelo de Magalhães, 07.06.12

François Hollande anula decisão de Sarkozy e volta a definir idade da reforma aos 60.

Hollande cumpriu uma das suas promessas eleitorais e voltou a definir a idade da reforma nos 60 anos. O anterior Presidente, Nicolas Sarkozy, tinha alterado a idade da reforma dos 60 para os 62 anos, decisão que foi agora revogada pelo actual Presidente francês.

Quando a SS foi criada, ela foi criada ao nível da EMV (Esperança Média de Vida) e era sustentável. Com o evoluir da EMV - e de outras variáveis como a pensão média - a situação da SS tornou-se cada vez mais insustentável. Políticos por toda a Europa estão a tentar salvar a SS para que ela, nem que seja por menos anos, se mantenha de pé. Daqui a uns anos vai falhar o dinheiro à França e depois "Ai, quem me salva dos mercados".

Já estou cansado de ver este filme. E tenho pena que o povo Francês, que tem tão boa opinião de si próprio e da sua capacidade de separar o trigo do joio, tenha eleito este "homem comum" que faz o 1º disparate que lembra àquela cabeça. A política é uma actividade para líderes com a capacidade de aguentar o barco e tomar decisões difíceis. Este claramente não tem esse calibre e nem percebe as consequência do que faz.

 

Entre ter SS por menos anos ou não ter SS, Sarkozy preferiu a 1ª, Hollande prefere a 2ª.

França: Paradoxo da Seriedade

Miguel Nunes Silva, 07.05.12

O mundo acabou de ficar mais estranho.


Não há como negar que nas eleições presidenciais em França, Nicolas Sarkozy era mais populista que François Hollande. Mas desta feita o cenário - de uma perspectiva Portuguesa - está invertido. É o candidato mais sério que mais irresponsabilidade governativa representa. 

 

Nas míticas eleições legislativas de 2009 em Portugal, a escolha era clara: Sócrates representava a irresponsabilidade despesista e demagógica em toda a linha, Ferreira Leite simbolizava a seriedade da clareza ideológica e honestidade governativa. Mas na terra da tricolor as coisas são menos claras. 

 

Sarkozy foi a face de escândalos de corrupção, de favoritismo e de casos de imprensa cor-de-rosa. Hollande pelo contrário apresentou-se como o candidato sério e fiel às suas raízes ideológicas.

 

Mas no bizarro mundo da política é pelo contrário Sarkozy que representa a austeridade em França, a preocupação saudável de equilibrar as contas Francesas e defender o interesse nacional, e é Hollande que representa o sonho, a emoção ideológica com um passado hoje desadequado às necessidades de um mundo que não se compadece com saudosismos.

Hollande por sinal, tem sido tudo menos vago: desde taxar os mais abastados a 75% - o que causaria uma fuga massiva de capitais - a BAIXAR a idade de reforma de volta para os 60 anos - sim, porque se os países escandinavos e as suas economias invejáveis são obrigados a ir acima dos 65 serão certamente os Franceses e a sua ética de trabalho que poderão afirmar-se como a excepção na Europa..............

 

O que é preocupante é que a minha fé nas pessoas diminui um pouco com cada eleição que observo em que tais diferenças existem. Parece-me que os eleitores, estejam aonde estiverem, já nem querem saber de personalidade e estilo, mas antes sim preocupam-se com a substância das políticas; infelizmente fazem sempre a escolha mais errada: a de curto prazo, a de evitar a responsabilidade para com as gerações que se seguem, fazem a escolha mais irresponsável e esperam pelo melhor...  Afinal, quem gosta de austeridade?

 

O problema é que nos dias de hoje já não podemos encolher os ombros e dizer 'isso é lá com os Franceses, eles é que sabem'. Não, é com todos nós porque Portugal e a Europa dependem da França.

 

Ironicamente, neste momento o futuro da República Francesa assenta assim na esperança de que o candidato sério tenha feito promessas desonestas...

Sarkozy, o Americano.

jfd, 22.03.09

Reza a história que o General de Gaulle telefonou ao Presidente Lyndon Johnson a informar da retirada da França da NATO (que desde a sua fundação tinha a sua Sede em Paris) e também da expulsão imediata dos cerca de 100 mil funcionários americanos de solo francês.
- Isso também incluí os que nele estão enterrados? - terá respondido o Presidente Americano...
Os Franceses do pós guerra pouco tinham de ligação com a realidade com o dia D, e com a libertação de Paris. Constam os registos históricos que dos 4572 aliados mortos,
só 90 eram franceses, o resto era composto de 37 noruegueses, 1 belga, 2 da Nova Zelândia, 13 Australianos, 359 Canadianos, 1641 Britânicos e 2500 Americanos.
Mais tarde viria a demonstrar o continuado desrespeito pelo mundo anglo saxónico com os rotundos Não! à entrada do Reino Unido no Mercado Comum... (fonte: Allan Little podcast BBC).
De Gaulle estava convencido que o Reino Unido era o cavalo de troia do Imperialismo Americano que evitava a tanto custo.
A França que perdoara a Alemanha, não se tinha reconciliado com os Aliados Estados Unidos da América e Reino Unido.

 

Em 2004 dão-se as celebrações dos 60 da libertação de Paris...Paris se libert! Eram as palavras de De Gaulle na altura.Muito longe da realidade.
Paris havia sido libertada sim, mas pelos aliados e não pelos Renés da Normandia!

 

43 anos depois, é preciso Sarkozy, o Americano, para apaziguar relações passadas, repor a verdade e restabelecer as relações transatlânticas de uma forma jamais imaginada naquele país de chauvinistas!

Os militares franceses estão felizes da vida com este virar da página de Sarko. Vão passar de 100 para 800 no contingente da NATO e terão dois lugares de topo já reservados por Washington: o comando de Lisboa e uma unidade estratégica futura; ACT (The Allied Command Transformation) em Norfolk, Virginia (fonte: http://www.timesonline.co.uk/tol/news/world/europe/article5883928.ece)


Sarkozy insiste que esta tomada de posição histórica tornará a França mais influente, os criticos apontam uma subordinação aos Estados Unidos da América.


Sarko tem-se revelado de altos e baixos. Mas um corredor de fundo. Por vezes temos de parar, e olhar duas vezes, para ver o declive de uma linha num gráfico e analisar com precisão a sua evolução positiva.

Sarko tem a hipotese de ser um grande Presidente. O que a França precisa. O povo pode estar descontente. Mas a França não deixa de ser cada vez mais relevante.
 

 

E o seu Presidente, um grande pequeno homem!

 

 

A NATO Summit of Heads of State and Government will be held on 3–4 April 2009 in Baden-Baden and Kehl, Germany, and in Strasbourg, France.

The meetings will be chaired by the NATO Secretary General, Jaap de Hoop Scheffer. The President of the French Republic, Mr Nicolas Sarkozy, and the Chancellor of the Federal Republic of Germany, Mrs Angela Merkel, will host the meetings.

EU2009.CZ

jfd, 02.01.09

Depois do frenesim que foi a Presidência de Sarkozy, segue-se-lhe a Presidência Checa.

A Republica Checa traz-nos um Presidente Eurocéptico, Vaclav Klaus, e um moderado europeísta como Primeiro-ministro, Mirek Topolanek.

Realmente Sarkozy deixa vazio um palco com um acto muito difícil de suplantar.

Será que a dinâmica na política Checa irá prejudicar o Projecto Europeu?

 Klaus já declarou que a presidência da União Europeia é um cargo sem importância, consciente de que as grandes decisões são tomadas pelos países mais fortes. A saber, Alemanha, Grã-Bretanha e França. O cepticismo do Presidente checo é tão grande que já tomou a decisão de nem sequer arvorar a bandeira azul com as estrelas da União Europeia junto da sede do seu Governo - TVI online.

Certo é que uma das primeiras crises já está à porta. A Rússia de novo brinca com a torneira do gás à Ucrânia. A posição da nova Presidência é desdramatizar a situação; Os Estados membros da União Europeia preocupada com o corte do fornecimento de gás natural à Ucrânia, mas a presidência checa considera tratar-se de um problema entre a Ucrânia e a Rússia que é preciso resolver - Euronews online

No último dia de 2008, Alexandra Carreira escrevia no DN - (...) Os primeiros sinais práticos de desalinho chegaram com a recusa de Klaus de hastear a bandeira europeia no castelo presidencial em Praga, em meados do mês de Dezembro. O acto "feriu" a Europa, disse Sarkozy, acendendo definitivamente a chama do desacordo com o controverso Presidente checo.
A troca de mimos entre os dois chefes de Estado chegou a ter como palco o Parlamento Europeu, a meio do mês, em Estrasburgo, e a televisão pública checa, onde Klaus acusou "políticos como Sarkozy" de serem "anti-europeus".
Até agora, a figura mais apagada da presidência checa da UE é, contraditoriamente, aquela que terá mais destaque, pelo menos, ao nível diplomático e oficial, Mirek Topolanek, o primeiro-ministro.
Ao leme dos 27, Topolanek terá duas tarefas complicadas: gerir a UE em tempos de crise e garantir a segurança energética e, internamente, aguentar um Governo que parece bastante frágil.

Alguma imprensa internacional chega a sugerir que o Executivo de Praga poderá mesmo cair antes do fim de Junho, altura em que Topolanek entregará os destinos do Velho Continente à Suécia.|
 

Que surpresas nos trará esta Presidência, com tão fracas expectativas???
 

 http://www.eu2009.cz/en/