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PSICOLARANJA

O lado paranóico da política

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O lado paranóico da política

JASD - O Reforço do Intermunicipalismo

PsicoConvidado, 20.12.12

 



Portugal precisa de mudar de paradigma, o Poder Local não pode ficar à margem da profunda alteração que o nosso País está a viver, temos de reformar o presente para reforçarmos o futuro do Municipalismo democrático.

 

Todos conhecemos a vertente reformadora do Poder Local, sabemos bem da importância que desencadeou no desenvolvimento que Portugal teve nas últimas décadas. Estar próximo das pessoas, ter uma intervenção transversal na sociedade, tudo isto fez com que o hoje o Poder Local esteja mais preparado para auxiliar e executar políticas que contribuam para o desenvolvimento e crescimento de Portugal.

 

É verdade que ouvimos, há muitos anos, e de vários quadrantes políticos que é preciso reformar o Poder Local, mas nunca passámos da teoria à prática! A reforma que o governo está a levar a cabo altera esse paradigma, altera profundamente o modelo de gestão autárquica.

 

Mais do que nunca, precisamos de racionalizar os nossos recursos, fazer mais e melhor com menos, reduzir o endividamento público e responder com mais eficiência às populações.

 

Esta reforma é um imperativo de consciência e, tem como principais objectivos: reforçar a coesão territorial, fomentar a cooperação entre municípios, descentralizar o Estado, reforçar a qualidade da prestação dos serviços públicos a nível local e modernizar o aparelho administrativo. É importante realçar os resultados positivos de todas estas alterações. Para muitos, falar é fácil, dar o exemplo é o mais difícil.

 

Ora vejamos: o Governo prevê a extinção de 673 cargos de adjuntos e secretários de gabinete, prevê-se ainda a redução do número de Comunidades Intermunicipais, que poderão passar das 23 atuais para 20, estima-se que no total esta reforma provoque uma poupança de 12.5 milhões de euros.

 

O Municipalismo sai reforçado e as competências da Administração Local serão necessariamente colocadas a uma escala intermunicipal. Sempre com o objectivo de prestar melhor serviço público maximizando os recursos existentes. Esta reforma tem de ser virada para o futuro, numa lógica de cooperação entre municípios com objetivos comuns e com uma gestão mais equilibrada, assente no respeito da partilha de recursos, evitando-se políticas desfasadas e descoordenadas que prejudicam os portugueses, principalmente as novas e futuras gerações.

 

 

Psico-convidado

João Teixeira Leite

 

Jovens Autarcas Sociais Democratas

Quase, quase a começar!

PsicoConvidado, 14.12.12

O Psicolaranja anda em todo o lado e embora os psicóticos ainda não tenham chegado ao Congresso, já têm informações privilegiadas! ;)

 

Tudo começou assim...

 

Mais montagens...
A vista por cima deve ser muito melhor!
Reunião de staff e voluntários.
Montagem do palanque!

 

Pronto para receber os Congressistas!

Todas estas imagens foram possíveis graças ao auxílio do José Filipe Baptista, ex-psicótico, para gentilmente nos foi informando do que se passava!

 

Para além disso, escreveu-nos um pequeno balanço do mandato cessante e as expectativas para o congresso. Aqui poderão ler as suas palavras:

 

"Os últimos dois anos foram de aceleração completa. Colaborar com a CPN da JSD foi uma experiência desafiante: as pessoas diferentes, os modos de pensar distintos. A JSD, como qualquer organização de média/grande dimensão precisa de lideranças sólidas e experientes. Experientes não éramos muito... mas sólidos não há dúvida que temos sido!

 

Alterámos muita coisa de forma transparente mas sem alaridos, de modo que chegassem às pessoas as políticas pelas quais pugnamos, para que sentissem na sua pele os verdadeiros efeitos. As últimas semanas têm sido... extenuantes!

 

Grandes noitadas a ultimar o processo eleitoral e a preparar tudo para este fim de semana. Felizmente tudo está a correr bem, os voluntários estão prontos para trabalhar. Espero que o XXII Congresso Nacional da JSD seja exclarecedor para que todos os delegados, não movidas por lógicas do aparelho partidário mas pela sua vontade e espírito crítico.

 

Um abraço a todos e bem haja à Essi pela chamada para hoje me dirigir a vós, através do Psico!"

 

José Filipe Baptista

 

Obrigada nós pelas imagens que gentilmente nos cedeste e por responderes ao nosso repto! :) 

 

Até logo!

Ensino: uma questão de valor acrescentado?

PsicoConvidado, 12.12.12

No passado dia 3 de Dezembro, o Financial Times (FT) publicou o seu “2012 ranking of European business schools” com as 80 melhores. Para Portugal, as novidades são, efectivamente, boas: a Universidade Nova de Lisboa vê a sua “School of Business and Economics” subir ao 29º lugar (em 2009 ocupava a 73ª posição!), enquanto que a Escola homónima da Universidade Católica de Lisboa sobe ao 32º lugar (em 2009 estava em 62º lugar), e a Universidade do Porto vê a sua “Business School” (PBS) entrar no ranking pela primeira vez, directamente para o 61º lugar!

Estas três instituições e Portugal vêem ainda serem-lhes dedicadas duas páginas, que destacam o facto de aquelas instituições prosperarem mesmo apesar da crise. “Riding out the storm” é o sugestivo título do enfoque, onde ficamos a saber que as propinas para um curso de mestrado (de 3 semestres), na Nova ou na Católica, se fixam entre €7000 e €9000, bastante aquém dos €33000 que custa o “Lisbon MBA” e longe dos €20000 do “Magellan MBA” da PBS – sem dúvida preços muito convidativos (quando comparados com as propinas das instituições no “Top 10”...).

O artigo é excepcional (e verdadeiro!) no enaltecimento que faz da qualidade de vida em Portugal. É certo que os “salários se situam abaixo da média europeia”, mas no Porto – “one of Europe’s coolest, most affordable and safest cities” – o custo de vida situa-se “entre os €450 e os €600 por mês” e, quanto a Lisboa, “if you like to surf at weekends, it’s even better”. Verdade.

Paralelamente à publicação do ranking do FT, e talvez por mera coincidência, o Economist lançou um debate on-line colocando a surpreendente questão: estaria a economia melhor sem os alunos de MBA? Resumindo, a primeira conclusão do debate foi a de que é muito difícil quantificar a contribuição para a economia dos detentores de um MBA. Depois, de entre os vários argumentos esgrimidos, pode dizer-se que, se por um lado os MBAs são uma “via-verde” para o topo da carreira e óptimos ordenados, por outro lado a gestão é, em grande medida, baseada na experiência (quer profissional, quer de vida), algo que dificilmente se transmite num ano de aulas.

A importância dada ao ranking em Portugal, contrastada com o debate do Economist, provocou em mim uma psicose patriótica: até quando é que em Portugal será possível arriscar a qualidade do ensino, em prol da sua “gratuitidade constitucional”? Será possível racionalizar, num sistema único, as quatro redes de ensino superior de Portugal (privada, pública, católica/concordatária, e, militar)? Em que medida é que apostar em pós-graduações e MBAs de milhares de euros é (ainda) uma solução para um jovem Português? E quais as consequências e os riscos desta escolha para, p. ex., uma família de classe média portuguesa? Em que medida é que uma tal aposta permite escapar à espiral de estágios não-remunerados (“unpaid internship” para os “sortudos” que conseguirem a oportunidade “lá fora”)? E, por fim: em Portugal, qual o momento da vida de um jovem em que estudar deixa de ter valor acrescentado?

O resultado da votação no fim do debate do Economist? O “sim” ganhou com 51% dos votos.

Links:
O ranking
O debate
Curiosidades sobre "B-School rankings"

Psico-convidado

Bruno Sousa

5 de Dezembro - Dia do Voluntariado

PsicoConvidado, 06.12.12


VOLUNTARIADO: encontrar no sorriso do próximo um pedacinho da própria felicidade.

 

5 de dezembro foi declarado pela Assembleia Geral das Nações Unidas, em 1985, Dia Internacional do Voluntário.

 

Este que parece um dia como muitos outros, de celebração inóquoa, assume-se cada vez mais como a mais brilhante alavanca de futuro das sociedades.

 

Ser voluntário é muito mais que fazer, de forma voluntarista, alguma coisa, apenas quando dá jeito ou não temos outras coisas para fazer. A responsabilidade da qualidade na acção voluntária, a seriedade com que se encara a missão, o comprometimento com as responsabilidades assumidas e, sobretudo, a genuína vontade de mudar o mundo (independentemente do mundo que seja e que pode muito bem começar pela nossa rua) fazem do voluntário um cidadão mais ativo e participativo, um ser humano mais sensível a si, aos seus e ao seu próximo (mesmo que este próximo esteja do outro lado do mundo).

 

Esta capacidade de crescer ajudando os outros, de aprender ensinando, de construir algo de forma gratuita e desinteressada e dar essa construção à sociedade é uma extraordinária forma de fazer politica. Sim! Porque fazer politica é também (eu diria que é sobretudo!) fazer o maior número de acções úteis para todos, todos os dias! Ter a capacidade de partilhar felicidade, no pressuposto de que se todos estiverem mais felizes à minha volta potencio a minha própria felicidade é garantir que também a felicidade pode ser sustentável.


Porque se sonha, se vive e se partilha. Porque é uma possibilidade nossa e é tão mais nossa quão mais capazes formos de a transmitir às gerações que vêm depois da nossa. Porque se vive e se constrói a cada dia, a cada novo desafio, a cada novo projecto, a cada nova dificuldade, a cada nova partilha, a cada nova geração. Porque permite encontrar no sorriso do próximo um pedacinho da própria felicidade.
 Talvez assim a crise das crises, a dos valores, seja debelada.


Psico-convidado

Joaquim Castro de Freitas

 

"Não gosto de política"

PsicoConvidado, 05.12.12



Quem de nós já não ouviu esta frase?

 

Mais do que nunca, dizer q não se gosta de política é usual. Uma afirmação socialmente aceite que actualmente chega a ser encarada como sinónimo de seriedade. Por oposição, declarar envolvimento em qualquer actividade política, é visto como um acto calculado, revelador de intenções secundárias por parte de quem o faz. “Este quer é tacho!”.

 

Esta mentalidade revela um profundo desconhecimento por parte da população portuguesa em geral, quer da realidade partidária, quer do significado de política. É também sintomática de um profundo passivismo, pois se existe assim tanta descrença porque não agir! Deixar a futuro nas mãos daqueles em quem não confiam é a solução! Sempre que ouço “Não gosto de política!” pergunto: Porquê?

 

A resposta, 95% das vezes, é a mesma: “- São todos iguais! - Fazem todos o mesmo e nada muda! - Só querem é saber do deles, o país que se lixe!”

 

Nunca resisto a colocar uma segunda questão: Se acreditam que assim é, o que têm feito para que deixe de o ser?

Não é virando as costas e lamuriando que as coisas se resolvem.

Acham que está mal?! Participem! Denunciem! Proponham!!

 

“Toda a reforma interior e toda a mudança para melhor dependem exclusivamente da aplicação do nosso próprio esforço.”

Immanuel Kant




Psico-convidada

Vilma Cunha Rocha

 

1 de Dezembro

PsicoConvidado, 03.12.12



A 1 de Dezembro de 1640, um grupo de cerca de 50 pessoas, invadiram o Paço da Ribeira em Lisboa e, sem arremessar paralelos da calçada, mas depois de atirarem o secretário-geral da vice-rainha de Portugal pela janela, proclamaram D.João IV como Rei de Portugal, restaurando assim a independência portuguesa.

Descontentes com a ocupação dos lugares cimeiros de decisão por parte dos espanhóis, e pela perda das suas regalias, os nobres portugueses tornam-se revoltosos, de cara descoberta.

Ontem, durante a correria desenfreada dos portugueses, descendentes da nação restaurada em 1640, aos centros comerciais para as compras de Natal, tenho a certeza que poucos foram os que se lembraram desta data, e de que pela última vez seria feriado, estou certo também que, de entre aqueles que se lembraram que o feriado acabaria, grande parte apenas se limitou a insultar, conforme tive oportunidade de ouvir, “aqueles filhos da mãe que acabaram com um feriado, dia importante de descanso para os trabalhadores portugueses”, sem se lembrar sequer do que a data significa.

O Paço da Ribeira continua em Lisboa, os Quarenta Conjurados continuam na história de Portugal, bem como a Dinastia de Bragança mas, no calendário dos feriados portugueses, o dia 1 de Dezembro, depois de resistir à 1ª República e ao Estado Novo, deixou de estar marcado a vermelho e por conseguinte de ser dia de reflexão sobre o tema.

Independentemente da nossa opinião a verdade é que o XIX Governo Constitucional, aboliu o feriado do 1º de Dezembro esbatendo assim parte da história de Portugal, parte essa que lhe permite hoje ser isso mesmo, o Governo de PORTUGAL.

 

 

 

 









Psico-convidado

Pedro Miguel Carvalho

Think Tanks

PsicoConvidado, 19.11.12



O poder do intelecto ou o elevador para o exercício de funções?

 

Seguindo uma tradição muito americana, cada vez surgem nos Estados do Velho Continente, fundações, institutos e centros de estudos associados a organizações políticas, designadamente partidos.

 

Sob o pretexto (que nem sempre será o verdadeiro motivo) de se procurarem soluções apuradas do ponto de vista técnico, alicerçadas em

 

investigação e muitas vezes comparando até realidades distintas daquela sobre a qual se pretende intervir ou propor, aparecem contributos de pessoas que temos tendência a achar credíveis…não estamos a falar de “boys” mas sim de “quadros” que trazem consigo a verdadeira (ou aparente) credibilidade.

 

Ora, isto acontece em grande parte porque não estão associados a cartões de militância nem carreirismo, logo as suas ideias, não acarretam agendas escondidas, interesses ocultos e são genuinamente apresentadas com boas intenções por aqueles que efectivamente estudaram e que assinam com “neutralidade” como nome do meio.

 

 

O pior é que a res publica tem destas coisas…É uma “coisa” tão esquisita que depois potencia que sejam esses indivíduos a exercer responsabilidades, facilmente em detrimento de pessoas competentes e válidas mas que cometem o crime de execução continuada de militar em partidos políticos.

 

Pessoalmente revelo alguma desconfiança quanto a estes governantes tecnocratas, ou ditos da sociedade civil, por vários motivos : por um lado geram

indefinição nos posicionamentos, designadamente ideológicos e de longo prazo, dos partidos. Por outro, são pessoas cujo percurso será sempre menos escrutinado. Para terminar fico com a sensação que desta forma se premeia muitas vezes agentes que quando decidiram seguir esta via, provavelmente já o fizeram, precisamente com a intenção de fugir dessa terrível acusação/doença de partidarite – e assim continuamos a descredibilizar todos aqueles que já estão descredibilizados e que com coragem se expõem permanentemente.

 

Sic transit gloria mundi!

 

Psico-convidado

João Paulo Meireles

PSICOCONVIDADO - Joaquim Castro de Freitas

PsicoConvidado, 16.11.12

 

“Desculpe Sr. Manifestante, está a obstruir a via e a arrancar o paralelo e, por isso, solicito a sua compreensão para a desimpedir calmamente se isso não lhe causar incómodo uma vez que a manifestação já terminou. Muito obrigado!”

 

 

Ainda acerca da manifestação, dos avisos da policia, da reiterada birra e da carga policial que se seguiu:


Muitos portugueses cumpriram o seu direito à greve.

Os números das adesões foram o costume, o que mais interessam a cada um dos intervenientes.


Mas, dois dias depois, quando tudo voltou à normalidade e nenhum dos problemas, até ver, foi resolvido ou está sequer mais próximo da solução, eis um balanço possível:


Nesta altura o país perdeu muitos milhões de euros, os grevistas perderam o salário de um dia de trabalho, as empresas perderam produção, os utentes perderam serviços...

No fim, nesta como em outras, ontem todos perderam...

 

E hoje tudo está como anteontem!

Mas anteontem o que mais perdeu foi, verdadeiramente, a democracia.



A polícia esteve horas a fio a ser alvo de provocações, ameaças e violentas cargas de pedras e outros projéteis.

Pediu, reiterada e educadamente aos manifestantes que dispersassem porque a manifestação estava já terminada.

Mas não se terminou o dia sem carga policial. Alguns dos manifestantes não sairiam dali sem ela, era por isso que ali estavam.


Precisavam de sangue e circo. Infelizmente.

 

E alguém ouviu propostas? Alguém vislumbrou por entre os vultos maiores da manifestação caminhos alternativos? Não senhor! Apenas protestos.


Que o direito à greve nunca desapareça!


Mas que a responsabilidade individual seja, cada vez mais, um dever inalienável!

Até já Diogo!

PsicoConvidado, 08.07.11

 

 

Diogo Vasconcelos deixou-nos.

 

Foi um pioneiro e um visionário.

 

Foi Presidente da Associação de Estudantes da Faculdade de Direito da Universidade Católica – Porto e fundador da Federação Académica do Porto que viria a ser a maior do país.

Oriundo de uma Universidade pública não estatal conseguiu ganhar seguidores e apoiantes e ser Presidente durante os 3 primeiros mandatos, num universo eleitoral em que a maioria dos votos pertencia às Faculdades da Universidade do Porto.

 

Foi o primeiro dirigente associativo em Portugal a defender a introdução de propinas no ensino superior público. Na altura foi muito criticado entre os seus pares, mas teve razão e hoje, mais do que nunca, sabemos que sim.

 

Juntamente com Rui Marques, ajudou a organizar a Missão Paz em Timor e o Lusitânia Expresso, o barco que os navios de guerra indonésios não deixaram levar flores aos timorenses, mas que pôs Timor nos media internacionais e que deu um contributo para a libertação e autodeterminação dos nossos irmãos timorenses.

 

Encontrei-me na Expo de Sevilha de 1992 com o Diogo que liderava uma delegação da Federação Académica do Porto e fizemos uma manifestação pacífica à porta do pavilhão da Indonésia. Os seguranças indonésias identificaram-nos como os organizadores e a polícia espanhola acompanhou-nos à porta do recinto. Senti um orgulho muito grande em estar com o Diogo naquele momento por aquela causa. Passados 10 minutos entrámos na Expo por outra porta e com a minha credencial de jornalista fomos ao centro de imprensa de onde o Diogo enviou uma crónica por telefone para o Jornal Público com que colaborava.

 

Diogo foi das primeiras pessoas a pronunciar a palavra Empreendedorismo em Portugal e como uma pessoa de acção que é fundou e dirigiu a Revista Ideias & Negócios, uma revista que deu a conhecer as empresas mais empreendedoras e inovadoras do país, várias delas que viriam a tornar-se casos de grande sucesso.

 

Foi fundador da UMIC Unidade de Missão Inovação e Conhecimento, tendo tido um papel importante na evolução digital e tecnológica da sociedade portuguesa.

 

Foi Vice Presidente da Comissão Política Nacional do PSD no tempo de Durão Barroso e mandatário digital das duas campanhas vitoriosas de Cavaco Silva. Na primeira campanha eu estava em Londres e o Diogo convidou-me para Mandatário da Geração Global, tendo que recolher depoimentos de portugueses de mérito pelo Mundo. Foi uma campanha alucinante, o Diogo actualizava o site cada 5 minutos quase 24 horas por dia.

 

Foi Presidente da Associação Portuguesa de Telecomunicações.

 

Organizou  e ajudou a organizar muitas dezenas de conferência, seminários em toda a Europa. Estive com ele na Alemanha, em França, Inglaterra em alguns deles e foi um privilégio.

 

O Diogo gostava de política, mas não tinha muito tempo para as “percas de tempo” e “politiquices”. Era um homem de acção e isso às vezes não joga com a inércia da política.

 

Era desde 2007 Director da Cisco baseado no Reino Unido e viajou por todo o Mundo.

 

Quando acreditava numa causa o Diogo era persistente e racional e ia sempre até ao fim. Vencia quase sempre sem fugir às regras do jogo.

 

Tinha muito amigos e mantinha contacto constante com um networking de cerca de 2000 pessoas. É fantástico como era sempre tão rápido a responder a qualquer e-mail ou solicitação.

 

Diogo não viveu os 43 anos do bilhete de identidade. Viveu muito mais. Por cada viagem que uma pessoa normal faz o Diogo terá feito 10, por cada livro lido o Diogo terá lido 10 e que bem ele partilhava o conhecimento com os amigos.  O Diogo era o verdadeiro networker, um campeão a facilitar, partilhar, delegar informação e conhecimento com os outros.

 

Numa festa de anos em minha casa com cerca de 15 pessoas o Diogo chegou a falar mais de uma hora seguida sem interrupções. E todos beberam as palavras dele.

 

O Diogo partiu como viveu: depressa. Deixa a mulher, Paula, os irmãos Paulo e João, o Pai, a Mãe (a Tia Licas) e os amigos. Todos ficamos mais pobres e quem perde mais é Portugal.

 

Até já Diogo!

 

Miguel Braga

PsicoConvidado Ilídio Leite

PsicoConvidado, 05.04.11

“Conhecer a culpa é estrada para a emenda” (Ditado popular)

 

 

Muitos culpam, e bem, a classe política pela calamitosa situação que vivemos. Nestes “curtos” anos do pós 25 de Abril estamos, uma vez mais, à beira da bancarrota e de mais um pedido de salvação externa. Para além da dívida, como se não bastasse, vivemos num premente (e permanente) estado de convulsão social. E não há dúvidas que foram as opções políticas (isto para não entrar na parte das clientelas e/ou dos “boys”) da grande maioria dos sucessivos governos que nos arrastou para este “status quo”. Porém, sendo certo que é fácil apontar as evidências, ainda mais na parte em que podemos atirar responsabilidades para terceiros, cumpre afirmar, muito claramente, porquanto também é uma evidência, que a culpa pelo actual estado de coisas é tua, a culpa também é nossa.

 

A culpa é daqueles que subvertem o sistema, daqueles que não passam facturas pelos serviços que prestam. Mas, espera, a culpa também é tua quando não pedes factura. E ainda mais culpado és quando pedes para não passarem a factura e fazerem o “desconto” do IVA.

 

A culpa é daqueles que requerem subsídios que não precisam, daqueles que pensam que o dinheiro do Estado não é de ninguém. Mas não és menos culpado se chumbares na faculdade para andar na “festarola”, pois vais obrigar o estado a investir mais um ano na tua formação.

 

A culpa é daqueles que criam falsos recibos verdes e escravizam estagiários. Mas a culpa não deverá morrer solteira perante aqueles que clamam por um emprego sem querer ter um trabalho. A culpa é tua por estares acomodado num emprego para a vida.

 

A culpa é do Estado? É evidente! Mas tu és culpado por estares a espera que o Estado resolva, aja e faça tudo por ti! És culpado por pensares que os problemas do País se resolvem por decreto emanado pelos senhores do Terreiro do Paço, o qual, fundamentado numa vontade mágica e divina, criará emprego, crescimento económico, etc…

 

A culpa é dos “Boys” que infestam a máquina do Estado? Sacanas! Mas o que tu querias mesmo era ter um tacho como o deles. Aliás, confessa lá que ninguém ouve, quantas vezes já pediste um “favorzito” ou uma “cunhazinha”?

 

A culpa é da incompetência e desqualificação (de pelo menos parte) da classe política? Claro que sim! Mas também és culpado por dizeres que a política é uma coisa suja, uma cambada de gatunos e, desta forma, pela calúnia cega e generalizada, afastares da política os honrados, os sérios e os competentes, que, no entanto, temem serem confundidos com os demais. Aliás, não te esqueças que a culpa também é tua quando, pela tua inércia, deixas que os outros decidam por ti. Mas, quando tens hipótese decidir, se preferes acreditar numa bela cantiga em vez de enfrentar o fado da realidade, estás muito longe de poder lavar as tuas mãos…

 

A lista de exemplos poderia prolongar-se indefinidamente… Porém, quero extrair algumas conclusões desta ladainha…

 

Sá Carneiro dizia que a democracia é um regime difícil e exigente. Se o é para os políticos, também é para os cidadãos. Será que os Portugueses estavam preparados para cumprir com as exigências da democracia (Nem sequer falo da grande fatia dos políticos, pois a resposta parece-me evidente!)? Em minha opinião, não. Não apenas enquanto eleitores, mas principalmente enquanto cidadãos. Existe em Portugal um profundo deficit de cidadania. Afirmar que a classe política é culpada por tudo é uma verdade evidente e fácil. No entanto, será sempre uma meia verdade (ou incompleta), pois todos temos a nossa quota, basta pensarmos nas nossas acções quotidianas. E temo que, ainda que a classe política mude (de sujeitos e políticas), enquanto não houver uma consciencialização da deficiente cultura de cidadania das pessoas e, consequentemente, uma verdadeira mudança de mentalidades, o País não conseguirá atingir o seu verdadeiro potencial.

 

PsicoConvidado Ílidio Leite