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PSICOLARANJA

O lado paranóico da política

PSICOLARANJA

O lado paranóico da política

O que é meu é meu, o que é teu é de todos!

Paulo Colaço, 14.01.13

Faleceu Aaron Swartz, um dos meninos-prodígio da inovação e negócios da web. Longe de querer falar da sua morte, este post aborda um dos princípios sobre que se norteou a sua vida.

 

Swartz defendia que todos deveriam ter acesso aos artigos científicos publicados online e apelava ao fim do que considerava “um roubo privado da cultura pública”.

 

Não posso nunca validar este entendimento. Dizer que tudo o que é arte, ciência e outros conteúdos da internet devem ser públicos e passíveis de apropriação por qualquer cidadão é o mesmo que negar a propriedade privada, muita dela fruto de um intenso esforço pessoal e base de sustento.

É um princípio de insegurança nos bens jurídicos de que não abdico.

Pepa e a verdadeira crise portuguesa

Paulo Colaço, 14.01.13

Todos conhecem a recente história da “Pepa” por isso poupo-me a introitos.

Sim, a gaiata tem uma voz afetada e isso foi natural motivo de gozo. Tal como gozamos com o fanhoso, o zarolho, o tetraplégico: é que Deus castiga se não encontrarmos motivos para zombar das vicissitudes alheias.

Mas não foi essa a principal causa da chuva de críticas ao anúncio.

O problema é que um dos desejos de Pepa para 2013 é uma mala que custa caro. E não interessou a ninguém que ela a pensa pagar amealhando aos poucos. Não, o que interessou é que a Samsung preferiu dar voz a quem quer uma mala e não a quem quer uma lata de atum.

 

“Quem nasceu para dez tostões, não chega a conto de reis”, diz o povo. Quer isto dizer que quem sonha baixo, não voa alto. Ou que quem pensa pequenino nunca chegará a grande.

No futebol diz-se: quem não marca sofre.

Na realidade, os portugueses não ficaram ofendidos porque Pepa queria um produto consumista em tempo de crise: os portugueses melindraram-se porque são mesquinhos, invejosos e não conseguem admitir que haja gente optimista e que possa ter sonhos inatingíveis para a maioria.

Enquanto estivermos mais preocupados nos sonhos, projetos e conquistas dos outros, mais atrasamos a marcha das nossas próprias vitórias.

É por isso que estamos permanentemente em crise: ocupamo-nos demasiado com a vida dos outros, a nossa não nos chega!

É por isso que uns palermas se melindram quando veem o Primeiro-Ministro sorridente em tempos de crise, ou quando uma miúda quer uma mala.

 

A SIC entrevistou a famosa Pepa e perguntou-lhe se ela se arrependia. A resposta foi sublime. Se bem me lembro, disse algo como “apesar de tudo, não me arrependo: o meu desejo foi honesto, verdadeiro e legítimo”.

Se o povo for inteligente, percebe a chapada de luva branca.

A pergunta que interessa

Paulo Colaço, 09.01.13

Noticiam os jornais online que uma deputada do PS foi apanhada a conduzir com álcool a mais no sangue.

A senhora chama-se Glória Araújo e, refere o Público que conduzia com um nível de álcool "bem acima do limite a partir do qual esta infracção é qualificada como crime".

Depois disto, a pergunta que se coloca não é "será que esta senhora tem imunidade para isto?" mas sim "Glória quê?!".

Esta senhora é deputada desde 2005 e o país só agora sabe que ela existe.

Tudo isto porque nos vieram dizer que ela bebe e depois conduz!

Estas situações (termos deputados desconhecidos) dá força aos que defendem ideias de eficácia ou consequências duvidosas como círculos uninominais ou a redução do número de deputados. 

Felizmente para esta senhora, foi eleita pela primeira vez antes da aprovação da Lei da Paridade...


RTP: a visão da televisão

Paulo Colaço, 08.01.13

Segundo o Público, a RTP lançará no próximo dia 14 uma nova grelha de programação do Canal 1.

As novidades são a redução de 20% nos custos face a 2012 e a ausência de concursos em horário nobre.

O objectivo é "cumprir na íntegra os desígnios do serviço público de televisão: formar, informar e divertir". É um bom caminho.

A televisão pública deve em primeiro lugar saber onde se situa no actual enquadramento televisivo: tomar consciência das suas responsabilidades públicas, procurar a diferenciação, criar públicos, ajudar na evolução intelectual dos cidadãos.

Uma televisão que cria públicos exigentes cumpre o seu papel público; uma televisão que dá aos cidadãos o mesmo que as restantes, não faz falta.

Se o Estado e os responsáveis da empresa pública souberem direccionar bem o Canal 1, dando-lhe interesse e diferenciação, ganham os portugueses.

E aí também se possa extinguir o Canal 2. Ou vender, se se provar que há mercado para três operadores, o que neste momento não me cheira.

Uma verdade

Paulo Colaço, 08.01.13

"To whom it may concern: ao contrário do que os anónimos do costume puseram a circular: 1) não saio da CGD com qualquer reforma; 2) despedi-me do grupo Mello em 2011 e não vou regressar. É por estas e por outras que qualquer dia não há ninguém capaz disponível para funções executivas no sector público" (António Nogueira Leite, Facebook)

 

Não vem ao caso o que eu penso de Nogueira Leite ou da sua recente actividade "opinativa".

O que neste post quero vincar é a última frase desta sua publicação na rede social do momento.

Sou dos que acha que há duas coisas más na política: os maus políticos e os maus cidadãos.

Os maus políticos compromentem a evolução social, cultural e económica de um povo; os maus cidadãos comprometem a vontade de os bons cidadãos quererem ir para a política.

A opinião fácil, a crítica rasteira, o comentário desinformado, a preguiça, o laxismo, a má educação são tão nefastas quanto a incompetência.

Desprezo, em igual medida, tanto os maus políticos quanto os maus cidadãos.

Guerra em tempo de paz

Paulo Colaço, 14.12.12

Este Papa, que até respeito, na sua mensagem do dia da paz faz uma declaração de guerra à liberdade individual de cada um amar e ver o seu amor reconhecido.

O representante de Jesus esquece a relação do seu representado com todos aqueles que escolheram caminhos diferentes.

A Igreja, e o Papa, esquecem que Jesus tocou nos leprosos, quando ninguém tocava, esquece que deixou ser tocado por Madalena, esquece que mandou atirar a “primeira pedra” àquele que nunca havia errado.

Se eu fosse Cristo, revogava a procuração que passou a esta Igreja.