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PSICOLARANJA

O lado paranóico da política

PSICOLARANJA

O lado paranóico da política

Speak Victorian, Think Pagan (II)

Miguel Nunes Silva, 27.06.11

O preconceito anti-Israel é sempre bastante óbvio mas em certas alturas é mais óbvio que noutras.

 

Este verão é uma delas. O médio-oriente está - para variar - mais uma vez em tumulto. Revoluções e contra-revoluções sucedem-se. Invariavelmente, a via da revolução e da repressão é sangrenta. Violações de direitos humanos e condições de vida difíceis enchem os ecrãs das TVs.

 

Com tantas causas pelas quais se baterem, os humanitaristas escolhem a mais óbvia, a mais necessitada: a Palestina (Israel).

Que ninguém tenha ilusões que a esquerda humanitarista algum dia protestará contra regimes “anti-imperialistas”. Não! É a Palestina (Israel) que interessa. A mesma Palestina que usufrui de um crescimento económico galopante, que se encontra actualmente em paz. Massacres na Síria? Desgoverno no Egipto? Guerra civil na Líbia?

 

Não, é mesmo Gaza (Israel) que merece a atenção da comunidade internacional. Gaza, cenário de um desastre humanitário que permite a abertura de hotéis de luxo e centros comerciais.

 

Até a ONU – organização mais que vulnerável ao lobby islâmico – tenciona publicar um relatório em que acusa a Turquia de provocação pela ‘flotilha da “liberdade”’ do ano passado.

 

Por tudo isto, a próxima flotilha está prestes a zarpar e ainda por cima com uma vencedora do prémio Pulitzer a bordo.

 

Porque realmente a prioridade do mundo e no médio-oriente tem que ser a Palestina (Israel)...

O Processo (de Paz?)

Miguel Nunes Silva, 27.09.10

 

O politicamente correcto situacionista dos media volta a fazer das suas. Israel é já há algumas décadas a vítima preferencial dos meios de

comunicação e tal como a Coreia do Norte, um estado ostracizado de nos jours.

 

 

Em Portugal com o seu espectro político esquerdista, os papagaios entram imediatamente em acção. Mas quem em Portugal se dá ao trabalho de olhar para a questão com olhos de ver? Objectivamente? Que eu conheça ninguém, quanto mais não seja porque os formalismos e o políticamente correcto são absolutos na nossa sociedade.

 

Antes de mais, o que está na mesa? Chamam-lhe o 'processo de paz' mas não é paz que está na mesa pois a paz impera. Em termos de estabilidade geopolítica, a separação faccional que se deu entre Gaza e Cisjordânia foi dos melhores resultados que poderiam ter advindo da luta ideológica na Palestina. Hoje há paz...

Não, aquilo que verdadeiramente está em causa é a independência Palestiniana. É por isso que a administração Americana luta.

 

Porquê?

O desejo de tornar a Palestina independente assenta em três suposições que eu considero no mínimo imperfeitas: uma mantém que os Palestinianos estão a ser oprimidos pela ocupação do Estado Israelita, a segunda parte do princípio que se a Palestina conseguir a sua independência haverá menos anti-Americanismo e antisemitismo no mundo Islâmico e a terceira sustenta que a paz no Levante 'contaminará' o resto do Médio Oriente.

 

Que os Palestinianos não vivem como gostariam é um facto mas daí a serem oprimidos já é um salto muito grande. Em Gaza - aonde a situação alegadamente é pior, ninguém ocupa os Palestinianos e a economia - apesar do bloqueio Israelita - prospera. É o único 'desastre humanitário' que eu conheço aonde ninguém morre de fome...

Isto para não mencionar que os Palestinianos que vivem nos territórios ocupados gozam de melhores condições de vida que a maioria dos Árabes. No mínimo é caricato.

O preconceito anti-ocidental e antisemita no Médio Oriente tem pouco a ver com a Palestina, ao contrário do que o comentariato nos gostaria de fazer pensar. Na verdade os EUA já eram odiados ANTES de invadirem 'solo muçulmano' e organizações que emergiram para lutar contra os 'Judeus e cruzados' como a Al-Qaeda, sempre se preocuparam mais em matar muçulmanos que judeus.

Finalmente, o argumento de que a paz na Palestina alastrará ao resto do Médio Oriente parece-me basicamente o mesmo argumento que Bush 43 fazia: faça-se o Iraque democrático e a democracia liberal espalhar-se-á pelo Médio Oriente...

 

Como se não bastassem estas falácias, ainda temos os papéis invertidos: a Palestina - por todos reconhecida como a parte fraca - a exigir pre-condições para as negociações. Eu faço-me explicar: os fortes impõem condições, os fracos aceitam-nas. Israel está muito bem como está: enquanto a Palestina não for independente, eles têm poder discricionário nos territórios ocupados. Os Palestinianos não se podem dar ao luxo de sair das negociações porque quem mais tem interesse nelas, são eles!

Mas claro que os Palestinianos 'nunca perdem uma oportunidade para perderem uma oportunidade' e não é surpreendente que mais uma vez por culpa própria eles abdiquem da independência imperfeita agora, a favor da independência perfeita nunca.

 

 

 

Speak Victorian, Think Pagan

Miguel Nunes Silva, 31.05.10

Os media, a opinião pública, as chancelarias diplomáticas por todo o mundo, todos estão já pavloviamente condicionados para o que se seguirá: o ultraje...

Porque foram muitas as vítimas, porque a força foi utilizada "desproporcionalmente", etc

 

Vamos pôr as coisas em pratos limpos:

 

- O comboio de navios propôs-se levar a cabo uma acção ilegal

- Se quisessem verdadeiramente levar ajuda a Gaza, tinham-no feito por via terrestre aonde teriam menos problemas

- Israel avisou os navios várias vezes antes de intervir

- A abordagem aos navios decorreu pacificamente à excepção da do Marmara aonde os activistas "pacifistas" estavam armados

 

A verdade é que Israel manda mais cimento para Gaza numa semana que a quantidade angariada pelos activistas em 4 meses.

A frota foi claramente uma acção propagandística e provocatória.

Israel não quis o confronto e tentou evitá-lo. Israel tem todo o direito a exercer a sua soberania no seu território e nas suas águas territoriais.

 

Este era o resultado previsto há uma semana quando os navios zarparam e Israel não agiu de surpresa ou com má-fé.

Os "activistas" partiram para Gaza com um objectivo político e se havia intenções humanitárias, essas eram secundárias.

 

Tal como ninguém culpa governos pela morte de jornalistas quando estes se arriscam em zonas de guerra, tão pouco Israel deveria ser hostilizado pelas mortes que se deram.

 

 

 

O título deste post é uma frase de Robert D. Kaplan num contexto diferente, no entanto ela aplica-se bem aqui: diplomaticamente todos os governos e ONGs culparão Israel pois o bloco islâmico - os seus mercados e o seu petróleo - pesa mais que o pequeno Israel mas todos sabemos que ninguém fará nada contra Israel pois ainda que politicamente incorrecto, ninguém acredita que a acção foi verdadeiramente ultrajante.

 

No que toca à Palestina, as acções falam mais alto que as palavras...

Massacre na Faixa de Gaza

jfd, 30.12.08

As politicas agressivas de uma Israel que festejou o seu 60º aniversário este ano e que terá eleições no próximo Fevereiro, estão a arrasar Gaza com cem toneladas de bombas.

O Hamas havia quebrado o frágil cessar-fogo de Anápolis, cuja parte Israelita nunca foi cumprida no que toca ao cerco imposto às vidas Palestinas; nunca Israel recuou no embargo. Apenas os tuneis, entretanto destruídos, serviam quer para fins militares como fins humanitários.

É um povo que sofre, massacrado por um povo que já sofreu. As grandes forças militares e financeiras mundiais continuam a ser as costas quentes de Israel, sempre interessadas na escalada de violência e na continuação do conflito.

Por entre estes caminhos, uma população que votou maioritariamente num bélico Hamas, uma autoridade Palestina enfraquecida, uma força política Israelita corrupta que está de saída, uma força que deseja entrar pela demonstração de força e intransigência. E o mundo timidamente vai condenando...

81% dos Isaraelitas aprovam esta acção militar. Fala-se já na invasão terreste. O Haaretz informa-nos hoje que este é um desejo do Hamas... Espera-se uma guerra sangrenta se tal acontecer. Os Israelitas ainda têm na memória a humilhante derrota de há três anos no Líbano.

 

É uma história de ódio e de morte. É com muita facilidade que nos poderemos pender para um lado ou outro. Mas só com o verdadeiro e profundo conhecimento da coisa poderemos começar a ententer a complicação e ramificações do conflito actual. Esquecamos o passado e pensemos no presente e na razão dos acontecimentos...

 

O Governo Português lamentou a situação. E acho muito bem. E vocês? Que opinam?