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PSICOLARANJA

O lado paranóico da política

PSICOLARANJA

O lado paranóico da política

Wir bleiben Kanzlerin

Miguel Nunes Silva, 23.09.13

A vitória de Angela Merkel é uma vitória para Portugal mas a esquerda Portuguesa inquieta-se. Porquê?

1 - Porque é chato para a retórica das promessas de 'políticas de crescimento' que a Chanceler da Austeridade permaneça no cargo.

2 - Porque é inconveniente para quem tem de agradar a sindicatos de interesses dependentes do despesismo governamental, ver quem exige mais responsabilidade dos Portugueses ganhar influência.

 

Uma vitória de Merkel significa uma permanência mais curta da Troika em Portugal. Mas o país ganha também em autonomia no sentido em que ao continuarmos a ser NÓS os responsáveis pelas reformas, deixamos também de estar dependentes de 'resgates' externos e dinheiro estrangeiro.

 

É nestas alturas que se torna muito interessante ver quem se bate pelo interesse nacional e quem põe partidos e lobbies à frente da nação...

D. Mário, o hipócrita

Miguel Nunes Silva, 04.11.12

 

A hipocrisia desta criatura nunca me deixa de surpreender.


Então o senhor que levou Portugal para a Europa e que como tal teve que se comprometer com reformas profundíssimas incluindo uma revisão preparatória da constituição, com políticas europeias duríssimas como a destruição de grande parte da frota pesqueira Portuguesa, ou culturas agrícolas, o bobo da corte que foi de rabinho entre as pernas pedir por favor à Índia para retomar relações diplomáticas e económicas apesar de estas terem sido cortadas por um acto de agressão militar Indiano a Portugal condenado internacionalmente e que nem a hiper-falível e parcial ONU da Guerra Fria, aprovou - por falar em isolamento diplomático... - este mesmo senhor tem a gigante lata de dizer que este governo, ESTE, o mesmo que está à beira da bancarrota depois de décadas de governação socialista, ESTE GOVERNO é submisso?!!!!!!.... 

 

Sim, Sr. Soares, chamam-se credores, e sim somos submissos ...GRAÇAS A SI!!!

FEEF ou FMI?

Ricardo Campelo de Magalhães, 01.03.11

 

A quem pensa "Bah, é o mesmo", gostaria só de salientar 2 ou 3 pontos que creio serem de relevo:

 

1. Com o FMI, é o fim do “Estado Social”, tão importante para o Marketing do PS: aquela instituição vai obrigar o Estado a pagar o que deve à banca e, como se pôde ver no caso Grego, isso implica fortes cortes na despesa. Com o FEEF, quem controla a atribuição do pacote é Klaus Regling, da Comissão Europeia (logo, próximo de Barroso). Com este "porreiraço", Sócrates terá maior influência nas medidas a tomar e os cortes serão menores.

 

2. Com o FMI, Sócrates terá de assumir a sua incompetência. Perde a face. E vê as suas contas auditadas, o que há que evitar a todo o custo (na perspectiva dele). Episódios como a Transferência do Fundo de Pensões da PT (o Estado leva 4000 Milhões ao Orçamento mas não contabiliza os encargos a que a partir daí está obrigado!) não serão mais aceitáveis. Com o FEEF, pode contar com a muito maior condescendência habituais da Comissão e do Eurostat, permitindo a continuidade da contabilidade "criativa" que tem vindo a praticar. E pode negociar silêncios e trocar favores, algo em que se sente peixe na água.

 

3. Sócrates ganhará uma bandeira. Já o ouço “Paramos o FMI! Foi em Portugal!”. Tudo marketing, pois o essencial (Portugal fez um esforço enorme para passar de um défice de 7.3% para um de 4.6% e nem quero pensar o que será necessário para passar a haver um pequeno superavit para nos permitir pagar alguma coisa da dívida) ficará na mesma. Mas depois de 2 países caírem, foi aqui que paramos o dominó da crise da dívida. WOW.

 

É por isso que me preocupa que, ao contrário dos casos Grego e Irlandês, os técnicos do FMI não nos tenham visitado em Fevereiro, mas apenas os da Comissão. A estratégia do PM para se manter no poder, onde ele se quer manter a todo o custo, está em curso. O país ficará com uma dívida monstruosa? Sim. O país terá um governo que nem os seus ministros apreciam? Sim. O país crescerá tanto na próxima década como na última (3º pior no mundo, atrás de Itália e Haiti, segundo Frasquilho)? Claro, pois nada foi feito e receita e protagonistas são os mesmos. Mas o país não interessa. Só a sobrevivência de Sócrates.

Portugal e a Europa ou a Europa e Portugal?...

Miguel Nunes Silva, 14.11.10

Hoje, o eurodeputado Britânico Daniel Hannan escreve no seu blogue sobre a Irlanda.

 

Ele tira duas importantíssimas conclusões:

 

 

1 - A predominante opinião de que a Irlanda deve o seu milagre económico à UE está errada. A Irlanda desenvolveu-se sobretudo devido aos seus laços com o RU e os EUA e ao facto de falar inglês, o que ajudou imenso ao inserir a Irlanda como uma plataforma de sector terciário conectada aos seus companheiros anglófonos dos dois lados do Atlântico; isto tanto mais enfatizado pelo facto de que a maior parte dos fundos comunitários para a Irlanda vinha da PAC e era destinado à agricultura - sector em declínio e hoje marginal, também naquela república marítima periférica.

 

2 - A segunda conclusão que Hannan retira é que a Irlanda sai penalizada por pertencer à zona €uro. A Irlanda desenvolve a maior parte do seu comércio com países que não utilizam esta moeda e o custo de manter uma moeda que não pode ser desvalorizada é ver os fluxos comerciais afluírem ao semi-fraterno mas pobre enclave monárquico da ilha bem como à Grã-Bretanha.

 

Estruturalmente, a Irlanda difere substancialmente da Europa e vale a pena reflectir sobre qual seria hoje a orientação de voto dos Irlandeses num referendo...

 

Que lições tem Portugal a tirar? Nós estamos muito mais ligados à UE é claro e o nosso sector financeiro até conseguiu resistir à crise. No entanto, eu lembro que os mercados aonde as nossas empresas se refugiaram da crise foram o Angolano e o Brasileiro. É Timor que nos poderá comprar títulos da dívida, e a maioria dos votos que nos elegeram para o Conselho de Segurança da ONU vieram do terceiro mundo e não da Europa - aonde o nosso principal parceiro comercial Alemanha, não teve grandes pruridos em açambarcar os votos do bloco ocidental às nossas custas.

Em relação ao aspecto estrutural, Portugal é a quintessência do problema que levou à criação dos fundos de coesão. Se a Irlanda anda a contra ciclo, que dizer de nós?...