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PSICOLARANJA

O lado paranóico da política

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O lado paranóico da política

Costa, Má Aposta

Miguel Nunes Silva, 04.05.15

Existe uma estranha dissonância entre a imagem mediática de António Costa e a realidade. Personalidades como Marcelo Rebelo de Sousa louvam semana após semana os grandes feitos de Costa e admiram-no como um grande político profissional. No entanto, o historial de Costa na liderança do PS quase chega a reflectir o desastre. 

 

Não falo apenas das sondagens. Sim, o PS tem perdido bastante força nas sondagens mas tal também acontece a líderes com mérito. O contrário também se verifica pois já mais do que um líder inepto logrou ser popular e até ganhar eleições...

A surpresa é que no caso de Costa, com maus resultados tanto em sondagens como em políticas, continue a passar a imagem de competência política do mesmo...

Ora vejamos a evolução das sondagens:

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 O Secretário-Geral do PS conseguiu anular uma vantagem de 7 pontos e está agora a lutar para se manter tecnicamente empatado com a coligação governamental - e isto numa altura de profunda crise económica e políticas de austeridade, assim como alguma falta de aptidão política, desgaste e carisma por parte dos líderes de direita.

Mas como serei o primeiro a defender que sondagens não governem políticos, vejamos algumas das apostas de António Costa desde que tomou poder:

1 - Mesmo ainda recém chegado da tomada de poder no partido, António Costa decide construir uma equipa que é vista de fora simultaneamente como uma aproximação à ala Socratista do partido - em contraste com António José Seguro - e adopta uma retórica esquerdista, querida da ala mais radical do PS e conivente com tais fenómenos como o Partido LIVRE.

2 - Costa era em 2013 e 2014 muito crítico da austeridade. Em 2015 também tem sido mas desde o discurso aos empresários Chineses que a crítica soa mais oca...

3 - Apostou em François Hollande em 2012, e em Alexis Tsipras em 2015.

4 - Apostou em António Guterres como candidato, incitando-o a concorrer às presidenciais.

E valeram estas apostas a pena?

1 - Com a recuperação económica, descobriu que afinal terá que concorrer pelo eleitorado ao centro e ficou mal por ter produzido soundbites populistas radicais. Aproximou-se de Sócrates e dos seus acólitos mesmo antes da fatídica prisão deste último, o que mais uma vez o obrigou a dar meia volta e afastar-se. Que Costa quis ignorar a gestão historicamente danosa do país assim como a natureza populista e pouco escrupulosa da criatura, reflecte pouco da sensatez política do líder socialista... pelo menos quando comparado com Seguro.

2 - Não só assumiu que afinal o país está no caminho da recuperação, mas todas as críticas que faz ao governo de falhanço governativo, reverberam ainda pior quando comparadas com a era Sócrates no governo - não que ele o assuma.

3 - Tanto Hollande como Tsipras ou falharam ou foram mesmo obrigados e adoptar políticas de austeridade. Abona pouco a favor de alguém que se quer como alternativa - e ainda por cima alternativazinha...

4 - Guterres era a visão sebastianista do PS - não obstante a forma menos responsável como saiu do governo (e sim, tenho noção que muitos no PSD pedem uma candidatura de Barroso) - mas a recusa de Guterres foi uma dupla desilusão para os socialistas. Porque deixou o PS sem nomes 'notáveis' e porque mostrou aos Portugueses o quanto Guterres dá importância à sua pátria numa altura de dificuldade [not] - again...


Depois de fazer asneira na escolha de facção partidária, plataforma ideológica, referência política internacional e candidato presidencial, depois da queda livre nas sondagens, porque raio é que Costa é considerado competente?...

 

A Guerra Esquerdalho-Mediática Contra a Responsabilidade Individual

Miguel Nunes Silva, 29.12.12

 

Meros dias depois de os media fazerem o mea culpa sobre a vergonha que foi o caso Baptista da Silva, a fé nesses mesmos media cai outra vez por terra. Veja-se a manipulação sensacionalisto-preconceituosa em vigor:

 

1 - O Secretário de Estado da Saúde Fernando Leal da Costa diz muito sensatamente que não é tarefa exclusiva do governo velar pela saúde dos Portugueses, os quais também têm de se responsabilizar pelos seus actos menos saudáveis. Leal da Costa remata constantando o óbvio: os recursos do Ministério não são ilimitados.


2 - Para publicitar as declarações, os media promovem a polémica com o soundbite provocativo 'Governo diz aos Portugueses para não ficarem doentes'.


3 - Como de costume, os tolinhos da esquerdalha reagem pavloviamente expressando a sua consternação...


4 - ... e maravilha das maravilhas, os media apressam-se a cobrir a controvérsia artificialmente gerada por eles próprios.



Mas que asco de órgãos de comunicação a que estamos sujeitos!



Pior ainda é a mensagem que passa: ai de quem responsabilize os Portugueses pelos seus erros!


Claro que esta é apenas a sequela de outra novela sensacionalista, a das declarações de Isabel Jonet. Porque é pecado educar os Portugueses a gastarem apenas aquilo que têm.

O escândalo

Miguel Nunes Silva, 01.11.12

O escândalo não são as afirmações deste homem: ele sempre foi afinal coerente nas palavras e nas acções.

 

O escândalo é os media darem a atenção que dão a alguém que já provou aquilo que vale na governação e ...no resto.

 

A vergonha, é a falta de vergonha dos media em estupidificar uma população com tudo aquilo que é sensacionalista, supérfluo e lesa-pátria.

Group Think

Miguel Nunes Silva, 01.02.12

 

 

O termo em título refere-se a uma tendência identificada por sociólogos que consiste na uniformização de ideias no contexto de uma dinâmica de grupo. 

Esta tendência é hoje em dia perfeitamente identificável nos ditos media mainstream pelo que é sempre arriscadíssimo confiar na narrativa preponderante pois ela não é necessariamente factual. Os media tendem a seguir narrativas mediáticas que suscitam interesse à sua audiência. Precisamente porque os media são inerentemente sensacionalistas, a sua narrativa deve sempre ser vista com algum distanciamento.

 

Hoje em dia vemos bem as consequências deste fenómeno no evento da Primavera Árabe. Para traçar uma analogia com que todos nos podemos identificar, durante os anos 70 era previsão estabelecida tanto na Europa como nos EUA que Portugal se tornaria comunista depois da revolução dos cravos. Washington chegou a planear isolar Portugal de forma semelhante ao embargo a Cuba para mais uma vez apresentar um exemplo negativo a não seguir por outros aliados.

As previsões falharam e no fim Portugal esteve perto mas não chegou a tornar-se comunista. De facto as eleições provaram depressa que o apoio eleitoral do PCP era bastante limitado e tirando os governos de salvação nacional, o PCP nunca sequer chegou a governar.

 

Podemos observar um tal paralelo hoje no Egipto e noutros países Árabes: a revolução era democrática e liberal, mas afinal parece que os secularistas são uma minoria e que não só os militares vão preservar uma porção do poder mas os islamistas serão aqueles catapultados para o poder e procederão assim à revogação de grande parte das reformas liberais de Hosni e Gamal Mubarak.


Há quem diga que as revoluções provam o falhanço das políticas de parceria com regimes autoritários mas nesse caso as contra-revoluções provam diametralmente o seu sucesso, e dado que tanto nas revoluções coloridas do leste da Europa como agora durante a Primavera Árabe existem importantes movimentos de resistência à mudança, então os ocidentais até têm sido relativamente bem-sucedidos. 

O politicamente correcto impede-nos de observar simples dilemas: ditaduras liberais Vs. democracias integristas.

 

Está na hora de abandonar a nossa mentalidade de rebanho e abrirmos os olhos.