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PSICOLARANJA

O lado paranóico da política

PSICOLARANJA

O lado paranóico da política

A CGTP não é como a mulher de César

Pedro Miguel Carvalho, 09.10.13

Para a CGTP não é preciso parecer, basta mesmo ser.

 

A PSP emitiu um parecer negativo à manifestação da CGTP na ponte 25 de Abril, mas, pelo que parece, não é suficiente para a intersindical desistir da ideia de se manifestar naquele local.

 

 

 

 

Enquanto cidadão não sindicalizado, e por muitas vezes avesso à forma como os sindicatos têm funcionado no nosso país, questiono-me se a questão de se fazer uma manif na 25 de Abril não estará a jogar tanto com o efeito mediático que as verdadeiras razões do protesto se afundem no rio.

 

Enquanto social-democrata, feliz habitante de um país onde a liberdade existe, aceito toda e qualquer manifestação, mas não posso aceitar que, aquele que foi o maior relato de desobediência às autoridades, corria o ano de 1994, se repita.

 

E não, não é por ter medo da queda...da ponte ou do governo.

 

Manif's e greves

Pedro Miguel Carvalho, 15.06.13

Eis que os professores insistem na greve do próximo dia 17, dia de exame nacional de português e de latim.

 

A greve é sempre um meio legítimo de luta, contudo não podem os alunos ser um instrumento de luta contra o governo.

 

É triste que a juntar ao stress natural dos exames, os alunos ainda estejam preocupados com o  que os seus professores vão fazer no dia do exame.

 

É triste quando os verdadeiros profissionais da educação se deixam influenciar por aqueles que são sindicalistas/manifestantes profissionais.

 

 

Sobre isto li no facebook e concordo: "Ver um professor na manifestação de hoje dizer "Estou feliz porque é um momento de partilha de todos os professores por uma causa comum", e eu estar aqui a stressar com um exame que é a minha prova de ingresso na faculdade, é  #####! . Se querem momentos de partilha combinem um chá das 5  e depois dizem que o país vai de mal a pior"

 

Não consigo compreender o porquê de em 2005 e 2007 ter sido dada razão ao governo e terem sido decretados os serviços mínimos e agora não. Não pode haver dois pesos e duas medidas.

 

Eu não compreendo nem posso aceitar esta luta, lamento.

 

A Grândola que há em mim

Pedro Miguel Carvalho, 01.03.13

Não, não escrevo para me associar-me à manifestação de amanhã.

 

Não, também não venho defender o governo e repudiar a manifestação. O direito à manifestação está consagrado na Constituição da República portuguesa.

 

Venho apenas, cumprindo o que li em alguns cartazes, soltar a Grândola que há em mim.

 

Que a manifestação de amanhã seja ordeira, que o povo se saiba comportar, que saiba efectivamente usar da liberdade e igualdade que tanto tem sido apregoada. Que não hajam polícias feridos, paralelos arremessados, pessoas magoadas.


Com referência a Zéca Afonso1, que amanhã, por todo o país reine a Paz, que seja soltados gritos dignos de um poeta, e que apenas voem as Pombas, em detrimento das pedras da calçada.

 

Esta é a Grândola que há em mim.

 

Frédéric Bastiat , economista e jornalista françês, escreveu que "A Fraternidade forçada, destrói a liberdade". Não podia concordar mais.

 

Manifesto-me sempre que acho necessário, nos locais certos, com a minha participação política desde muito jovem.

 

Muitos dos que amanhã estarão presentes na manifestação, nunca votaram, nunca participaram activamente num partido ou organização política.

 

Disse Francisco Sá Carneiro "A intervenção ativa é a única possibilidade que temos de tentar passar do isolamento das nossas ideias e das teorias das nossas palavras à realidade da atuação prática, sem a qual as ideias definham e as palavras se tornam ocas."

 

Eu, orgulhosamente, muitas vezes com sacrifício pessoal, abdico de tempo com a família, com os amigos, abdico de tempo de passeio, abdico até de dormir algumas vezes, para participar politicamente, procurando as melhores soluções.

 

Aos manifestantes de amanhã apenas qustiono, "E se a troika se lixar, qual o nosso destino? França, como o Engenheiro?"

 

 

1"Páz, poeta e pombas" - Do álbum "Venham mais Cinco"

2012 foi "um ano de luta"

Ricardo Campelo de Magalhães, 31.12.12

PORTUGAL GENERAL STRIKE

Está prestes a terminar o ano de 2012. É frequente, por esta altura do ano, fazerem-se rescaldos do ano. Aqui deixo um apanhado das lutas populares e dos trabalhadores realizadas em 2012. É um mero apanhado, usando a agenda da CGTP e nas notícias do Avante!; não é exaustivo. Ainda que parcial, este resumo deixa patente como 2012 foi um ano de intensa luta de classes. Foi um ano marcado por duas Greves Gerais históricas, a 22 de Março e 15 de Novembro, e várias manifestações nacionais, incluindo as de 11 de Fevereiro e 15 e 29 de Setembro. Lutas contra o pacto de agressão da Troika, contra o novo Código de Trabalho, contra o Orçamento de Estado de 2013. Mas também várias lutas sectoriais e regionais, em defesa dos contratos colectivos, em defesa dos serviços públicos, contra as privatizações, contra os ataques ao Poder Local, contra a política de direita, de cortes cegos. Um ano que demonstrou que os trabalhadores e as populações resistem e lutam por uma outra política. Tendo já realizado tais rescaldos, 2012 destaca-se pela continuidade da luta, pela sua força, pela sua abrangência. Lutas que dão esperança que 2013 não se irá caracterizar pela mera implementação das políticas impostas pela Troika.

 

JANEIRO 2012 

  1. Greve dos Bombeiros Sapadores de Lisboa, iniciada a 28 de Dezembro, até 8/Jan, contra a intenção de criar um quinto turno de trabalho sem o devido aumento de efectivos
  2. Dezenas de trabalhadores do Grupo Carlos Saraiva manifestaram-se dia 8, junto ao Grande Hotel Salgados, no concelho de Albufeira, onde decorria um congresso de uma marca automóvel, para assim denunciarem a falta de pagamento de salários desde Setembro.
  3. Manifestação Nacional dos trabalhadores da EMEF (Empresa de Manutenção de Equipamento Ferroviário), junto à Administração da CP (11/Jan)
  4. O Sindicato Nacional do Corpo da Guarda Prisional (SNCGP) desconvocou a greve marcada para o dia 13, após o Ministério da Justiça (MJ) ter garantido alterar o estatuto profissional e contratar novos guardas prisionais.
  5. Greve dos trabalhadores portuários, iniciada dia 9/Jan, convocada para reivindicar a suspensão ou a retirada da insolvência da Empresa de Trabalho Portuário (ETP) do porto de Aveiro, desencadeada pela Aveiropor e a Socarpor. Além 62 postos de trabalho, estavam em causa o intuito patronal de desregulação e precarização de todo o trabalho portuário ali realizado.
  6. Acções da Interjovem pelo trabalho com direitos, denunciando a grave situação de desemprego entre os jovens trabalhadores. A taxa de desemprego nacional é de 12,4% e é de 17,3% nos jovens até aos 35 anos. Famalicão (16/Jan); Porto, com os trabalhadores do Centro Comercial Vivace (20/Jan); Setúbal (10/Jan), Lisboa (25/Jan)
  7. Acção de protesto contra o aumento das taxas moderadoras na Saúde, em Beja. (14/Jan)
  8. CGTP-IN abandona reunião da Concertação Social, e alerta para a gravidade das medidas ali cozinhadas pelo Governo, pela UGT e pelos patrões (16/Jan)
  9. Desfile da Rua do Carmo para a AR, de activistas sindicais com o objectivo de entregar os pareceres contra a proposta de trabalho gratuito (proposta de lei n.º 36/XII que “estabelece o aumento excepcional e temporário dos períodos normais de trabalho sem acréscimo de retribuição”) (18/Jan)
  10. Marcha de trabalhadores no Vale do Ave, contra o aumento do Horário de Trabalho e o roubo dos direitos contratuais pelo Governo, com concentração e saída de Nespereira até à cidade de Guimarães. (21/Jan)
  11. Em plenário diante da administração da Amarsul, na Moita, os trabalhadores aprovaram por unanimidade uma resolução onde se afirma que «outra política é possível e necessária» e se diz «não à exploração, às desigualdades e ao empobrecimento». (24/Jan)
  12. Concentração desde o início da tarde junto aos portões que dão acesso ao edifício da TAP, localizado na zona no Aeroporto de Lisboa para protestar contra os cortes salariais e a suspensão dos subsídios de férias e de Natal (27/Jan).
  13. Vigilia/Concentração dos trabalhadores da Cerâmica Valadares, em Gaia, que decidiram, em plenário, parar a laboração da fábrica até receberem os salários em atraso e concentraram-se em frente aos portões da empresa. (30/Jan- 13/Fev). No dia 2 de Fevereiro os trabalhadores desfilaram pelas ruas de Vila Nova de Gaia, em luta pelo pagamento dos salários de Dezembro e Janeiro. Em 13 de Fevereiro, os trabalhadores, em Plenário, decidiram retomar a laboração, depois de ter sido feito um acordo com a administração e assinado um compromisso de que o pagamento do mês de Janeiro será feito até ao dia 20, e que o mês de Fevereiro será pago a tempo e horas.

FEVEREIRO 2012

  1. Dia de greves no sector dos Transportes (2/Jan), incluindo Transtejo e Soflusa, Carris, CP, CP-CARGA E REFER, STCP PORTO. Pela defesa do serviço público de qualidade ao serviço do País e dos cidadãos; Contra a redução de carreiras e serviços; Contra as privatizações da concessão das empresas públicas do sector; Pela negociação colectiva e aumento do poder de compra; Pela defesa e cumprimento dos Acordos de Empresa; Contra os despedimentos e aumento da precariedade no trabalho; Contra qualquer tentativa de imposição do aumento dos horários de trabalho; Contra a repressão nas empresas.
  2. Manifestação dos trabalhadores dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo, pelas ruas da cidade, aberta a trabalhadores, antigos funcionários, familiares e população que culminou num plenário na Praça da República, em defesa da manutenção da empresa e dos postos de trabalho. (3/Fev)
  3. Concentração dos trabalhadores da JADO-IBERIA, em Braga, seguida de deslocação até à Segurança Social, em solidariedade com a luta dos trabalhadores vitimas do lay-off e em protesto contra o “acordo social”. (3/Fev)
  4. Contra alterações unilaterais aos contratos de trabalho, cerca de 90 trabalhadores da empresa portuguesa ProCME, subcontratada da distribuidora eléctrica francesa ERDF e a de gás natural GRDF, estavam, dia 9, concentrados há dez dias, em protesto, diante dos escritórios da empresa, em Ramonville-Saint-Agne, nos subúrbios de Toulouse. Provenientes de Marselha, Nice e Montepellier, mantinham uma greve contra a eliminação do direito a viagens pagas a Portugal, de cinco em cinco semanas, e o pagamento do alojamento em França.
  5. Grande Manifestação Nacional, em Lisboa contra o medo e resignação. Mais de 300 mil pessoas responderam ao apelo da CGTP-IN e fizeram, no Terreiro do Paço, a maior manifestação desde há mais de 30 anos. (11/Fev)
  6. Greve dos trabalhadores da FDO, pelo pagamento dos salários em dívida (Novembro, Dezembro e Janeiro) bem como do subsídio de Natal de 2011. (13/Fev)
  7. Centenas de sargentos, praças e militares no activo e aposentados protestaram, dia 16, em várias cidades, «contra o desmantelamento das Forças Armadas». Na residência oficial do primeiro-ministro entregaram as suas reivindicações.
  8. A Onopackaging Portugal foi condenada a reintegrar um dirigente sindical e dois trabalhadores que sofreram um despedimento colectivo, num acórdão do Tribunal da Relação de Évora. Em Almada, o Tribunal de Trabalho sentenciou a SN Seixal a reintegrar um trabalhador com vínculo precário que desempenhava funções de trabalho permanente.
  9. Acções de protesto e denúncia dos trabalhadores das Cantinas e Refeitórios, pela atitude da AHRESP (Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal) em querer retirar direitos aos trabalhadores: no Refeitório da TAP (22/Fev); no Refeitório da SIC (23/Fev)
  10. Greve dos trabalhadores da Mirandela – Artes Gráficas, SA, que na falta de resposta da empresa decidiram em reunião de trabalhadores, entrar em greve pelo pagamento dos salários em atraso a todos os trabalhadores. A situação do não pagamento atempado dos salários e de outras prestações pecuniárias já se arrasta há alguns anos na empresa, os trabalhadores já não recebem os subsídios de férias e de Natal há 4 anos. (22/Fev)
  11. Concentração dos trabalhadores do sector público, diante da delegação da Comissão Europeia, em Lisboa, contra as políticas das, no âmbito de uma jornada de luta europeia, promovida pela União Internacional de Sindicatos de Serviços Públicos e Similares, da Federação Sindical Mundial. (23/Fev)
  12. Vigília dos trabalhadores da Frente Comum, frente à residência Oficial do Primeiro Ministro, pelo emprego com direitos, por horários de trabalhos justos e contra a destruição das carreiras (28/Fev)
  13. Dia Nacional de Acção e Luta, contra a austeridade, a exploração e a pobreza; pelo emprego, salários, direitos e serviços públicos, enquadrado na jornada de luta europeia, promovida pela CES – Confederação Europeia de Sindicatos, a que a CGTP-IN se associou (29/Fev)
  14. Uma greve de duas horas dos trabalhadores portuários das ilhas do Faial, Pico, São Jorge, Flores e Corvo, para reclamarem as mesmas condições de trabalho praticadas nas restantes ilhas do arquipélago pela empresa Portos dos Açores (29/FEv-2/Mar).

MARÇO 2012

  1. Cerca de dois mil profissionais da GNR, de todo o País, repudiaram o novo regime remuneratório e a extinção do seu subsistema de saúde, num «Passeio contra as injustiças», em Lisboa. (1/Mar)
  2. No Vale do Côa, os trabalhadores do Parque Arqueológico e do Côa Museu protestaram contra o fim do seu vínculo público, conquistado com a sua luta e que ficou contemplado no diploma de criação da Fundação Côa Parque. (1/Mar)
  3. Plenário Nacional de Dirigentes, Delegados e Activistas Sindicais da Administração Pública, na Casa do Alentejo, com posterior deslocação para o Ministério das Finanças. (2/Mar)
  4. Centenas de professores participaram numa vigília da Fenprof, de «24 horas contra a precariedade e o desemprego». Nos últimos seis anos aposentaram-se mais de 23 mil professores mas só entraram nos quadros 396. Ao mesmo tempo tem vindo a acentuar-se a instabilidade, havendo escolas em que mais de metade dos professores têm vínculos precários «há 10, 20 ou mais anos». (2-3/Mar)
  5. Concentração de activistas sindicais da empresa Horários do Funchal, em frente à Secretaria Regional dos Transportes, onde entregaram um abaixo assinado de trabalhadores e utentes contra a privatização. (3/Mar)
  6. Manifestação dos trabalhadores da EMEF, em Lisboa. (7/Mar)
  7. Concentração nacional de dirigentes, delegados e activistas dos sectores das cantinas, refeitórios, restaurantes e pousadas, junto às sedes das associações patronais para exigir a revisão dos CCT´s e o aumento dos salários (14/Mar)
  8. GREVE GERAL contra o pacote de exploração e empobrecimento, Por uma Mudança de Política, Emprego, Salários, Direitos, Serviços Públicos (22/Mar)
  9. Concentração contra o “pacote da exploração e empobrecimento”, em Lisboa (Largo do Camões), seguida de desfile para a Assembleia da República, onde a proposta de Lei do governo para a alteração do Código do Trabalho era debatida na generalidade. (28/Mar)
  10. Greve na Transtejo, prosseguindo a sua luta contra a alteração das escalas de serviço, contra a redução de carreiras e pela discussão e negociação do seu AE (28/Mar)
  11. Manifestação no Dia Nacional da Juventude, em Lisboa, com o lema “Queremos Trabalho! Exigimos Direitos! Esta País também é para Jovens”, para protestar contra o desemprego e a precariedade; pela exigência de políticas que garantam os direitos e respondam aos problemas dos jovens trabalhadores. (31/Mar)

ABRIL 2012

  1. Greves parciais dos trabalhadores da NAV Portugal, pela defesa da empresa e dos postos de trabalho (13/Abr).
  2. Concentração de dirigentes e delegados sindicais, no Largo do Intendente, onde funciona o gabinete do presidente da CM de Lisboa, pela continuação dos refeitórios municipais sob a alçada do município. O STML – Sindicato do trabalhadores do Município de Lisboa – entregou um abaixo-assinado contra a «privatização camuflada» daquela área e contra a política de desresponsabilização social do actual executivo. (13/Abr)
  3. Greve de 24 horas, por aumentos de salários, respeitando a dignidade e os direitos dos trabalhadores, na fábrica de travões Robert Bosch, em Alferrarede, Abrantes. (13/Abr)
  4. Acções nos centros de emprego de Setúbal e do Seixal e em postos de apresentação quinzenal, no Barreiro e no Vale da Amoreira, do Movimento dos Trabalhadores Desempregados (13/Abr)
  5. Manifestação Nacional em Defesa do Serviço Nacional de Saúde (organizada pelo Movimento de Utentes dos Serviços Públicos), em Lisboa, Porto e Braga (14/Abr)
  6. Greve e manifestação nacional dos guardas-florestais, em Lisboa, com concentração no Largo do Carmo, seguida de desfile até ao Terreiro do Paço, para defronte da secretaria de Estado da Administração Interna e, em seguida, junto ao Ministério das Finanças. (18/Abr)
  7. Concentração de Dirigentes, Delegados e Activistas Sindicais, na cidade da Covilhã – Pela Negociação Colectiva, Contra o Roubo de Direitos, por Melhores Salários. (18/Abr)
  8. Plenário Nacional de Trabalhadores não docentes das escolas da rede pública, em Lisboa donde partiu um desfile até ao Ministério da Educação e Ciência (20/Abr)
  9. Desfiles celebrando os valores e conquistas da Revolução dos Cravos (25/Abril) que constituíram simultaneamente um acto de resistência às políticas de austeridade e à ingerência da Troika.

Maio 2012

  1. Grande jornada de celebração e luta no 1º de Maio.
  2. Luta dos trabalhadores da Cel-Cat, em Morelena (Sintra), pelo direito a um salário digno, pela defesa da contratação colectiva e pela valorização do trabalho (21/5-1/6).
  3. Protesto de agricultores contra o «programa de desastre nacional», acordado entre as troikas e o Governo, e por melhores políticas agrícolas.defesa da produção nacional, a melhoria dos preços e o combate à especulação (4/5)
  4. Greve na EDA (Electricidade dos Açores) ao trabalho suplementar e às deslocações.
  5. Greve no sector dos transportes contra o roubo dos salários e dos subsídios de férias e de Natal, é pela manutenção dos postos de trabalho(17 e 22/5)
  6. Vigília dos trabalhadores da Ensul Meci frente às instalações da sede da construtora, no Monte de Caparica, reclamando o pagamento de remunerações em atraso (17-24/5)
  7. Greve dos trabalhadores da Artlabel (ex-Califa), em São João da Madeira para exigirem o pagamento dos salários. (25/5)
  8. Greve na Portucel em defesa do Acordo de Empresa (25-29/5)

Junho 2012

  1. Concentração, em Cacilhas, de pescadores, que exigem um novo local para colocarem as suas embarcações (1/6)
  2. Protesto do Barreiro e do Funchal, na banca e na limpeza, «contra a exploração e o empobrecimento, pela mudança de política» (2/6)
  3. Concentração pela manutenção do Instituto de Oftalmologia Gama Pinto, que o Governo quer encerrar. (6/6)
  4. Protesto dos trabalhadores da administração local, no Porto e Lisboa, contra a exploração e o empobrecimento. (8 e 16/6)
  5. «Concentrações de desagrado» dos sargentos e praças num «requiem pela condição militar, pelas promoções, contra o corte nos subsídios». (5 e 20/6)
  6. Greves parciais dias 11, 12, 18 e 19, dos trabalhadores dos centros de atendimento da EDP, subcontratados à Tempo-Team, em Odivelas e Lisboa, e à Reditus, em Seia (11,12,18,19/6)
  7. Greves no sector dos transportes, Soflusa e Transtejo (14 e 18/6), na CP e CP Carga, na EMEF e na STCP, contra o novo código de trabalho.
  8. Greves parciais dos trabalhadores da limpeza urbana da Câmara Municipal de Lisboa (11 e 17/6)
  9. Vigília dos enfermeiros do Centro de Reabilitação da Região Centro contra a precariedade, os baixos salários e a violação dos seus direitos decorrente do regime de subcontratação em que se encontram há três anos merece (21-22/6)
  10. Manifestação nacional de trabalhadores da Função Pública como forma de protesto contra o roubo dos subsídios de férias e de Natal.(22/6)
  11. Protesto dos trabalhadores das cantinas, refeitórios e fábricas de refeições, em Lisboa, contra o boicote patronal à contratação colectiva e para reivindicar a retoma das negociações. (28/6)
  12. Concentração dos trabalhadores da Fiequimetal e o SITE-Norte contra o bloqueio à contratação colectiva e os baixos salários impostos pela associação patronal, de cuja a Herdmar é membro dirigente. (28/6)
  13. Manifestação dos trabalhadores do sector das cantinas, refeitórios e fábricas de refeições de todo o País, em defesa do Contrato Colectivo de Trabalho, por melhores salários e condições de trabalho e contra a precariedade, os horários de trabalho escravizantes e as alterações ao Código do Trabalho (28/6)
  14. Acção de protesto, na Covilhã, face ao ministro da Economia, Álvaro Santos Pereira, quando se preparava para sair do Parque de Ciência e Tecnologia (28/6)

Julho 2012

  1. Concentração de trabalhadores da Grandupla, na Marinha Grande, em protesto contra o despedimento colectivo de que foram alvo, quando não foram cumpridos os prazos estipulados por lei. (2/7)
  2. Protesto dos trabalhadores da ESABE, empresa que efectua limpeza nos comboios e bilheteiras da CP, em Lisboa, pelo pagamento dos salários como está na Lei e no seu Contrato Colectivo de Trabalho, ou seja no último dia de cada mês, e de todos os salários em atraso. Os trabalhadores estiveram ainda em luta contra a alteração unilateral do plano de férias. (3/7)
  3. Protesto dos bolseiros de investigação científica frente ao Ministério da Educação e Ciência, em Lisboa, para reclamar o reconhecimento como trabalhadores, e o fim dos atrasos nos pagamentos que lhes tornam a vida precária.(5/7)
  4. Protesto nacional de professores e educadores (12/7)
  5. Greve dos médicos contra o concurso público lançado pelo Ministério da Saúde, para contratação de dois milhões e meio de horas de trabalho médico através de empresas de trabalho temporário e ao mais baixo preço por hora.(11-12/7)
  6. Manifestação dos trabalhadores das creches e dos equipamentos pré-escolares da Segurança Social, contra a transferência de 24 equipamentos para as Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS) (13/7)
  7. Protesto dos trabalhadores da Saint Gobain Sekurit Portugal, de Santa Iria da Azóia, em defesa e manutenção do emprego com direitos, da produção nacional, do aumento dos salários e da contratação colectiva. (13/7)
  8. Concentração de trabalhadores do call-center da Optimus, frente à sede da Sonaecom, no Parque das Nações, chamando a atenção para as graves consequências da política de subcontratação da marca de telecomunicações de Belmiro e Paulo Azevedo. (19/7)
  9. Protesto dos enfermeiros, através de «hospital do protesto», a fim de denunciarem publicamente a política do Ministério da Saúde e reafirmarem que: necessidades permanentes devem corresponder a vínculos laborais permanentes. O ministro da Saúde e o Governo propõe-se pagar aos enfermeiros subcontratados 3,96 euros à hora. (20/7)
  10. Greve dos enfermeiros com contrato individual de trabalho do Centro Hospitalar de Trás-os-Montes contra o não pagamento dos turnos e do trabalho extraordinário. (24-26/7)
  11. Concentrações de professores contra a extinção deliberada de postos de trabalho. (-27/7)
  12. Greve a todo o trabalho suplementar na Somincor, em resposta à intenção da administração de aplicar as alterações do Código do Trabalho.
  13. Greve na Carristur, pela uniformização das relações contratuais e das condições salariais, pelo cumprimento integral do contrato colectivo, pela negociação de um acordo de empresa, por melhores salários, contra o roubo dos subsídios de férias e de Natal e contra a redução a metade do valor do trabalho suplementar (20/7)
  14. Protesto e greve dos carteiros de Leiria contra a alteração dos horários de trabalho e consequente  perda de salário e qualidade do serviço postal. (25/7-10/8)

Agosto 2012

  1. Greve na seguradora Cares contra a deslocalização de serviços para o call-center em Évora, entregue à Reditus, parte de uma estratégia de «emagrecimento à força», que visa preparar a privatização daquela empresa do Grupo Caixa Seguros e Saúde. (3 e 6/8)
  2. Greve nas cimenteiras Secil e CMP, que fazem parte do Grupo Semapa, a partir das zero horas de sábado, dia 4, contra o novo código de trabalho e suas normas de retribuição do trabalho suplementar. (4/8)
  3. Na  fábrica de semicondutores CSP, em Almada e na Visteon, greve ao trabalho suplementar depois de o patrão anunciar que iria reduzir o pagamento do trabalho suplementar em 50 por cento e eliminar o respectivo descanso compensatório. (4/8)
  4. Greve dos mineiros da Panasqueira e de Neves-Corvo contra a aplicação do novo código de Trabalho (4/8)
  5. Greve de 24 horas na Luís Simões, a maior empresa nacional de transporte de mercadorias e a maior da Península Ibérica na área da logística, porque a administração pretende reduzir as remunerações dos motoristas. (6/8)
  6. Greve dos trabalhadores portuários e marítimos contra a modificação do regime jurídico do trabalho portuário (14/8)
  7. Greves nos transportes a todo o tipo de trabalho suplementar, na CP, CP Carga, na Refer, no Metropolitano de Lisboa, na Carris e STCP no primeiro feriado sob o novo Código do Trabalho, que eliminou o descanso compensatório remunerado e reduziu para metade a retribuição por trabalho suplementar.(15/8)

Setembro 2012

  1. Vigílias dos trabalhadores da RTP,  junto à residência oficial do primeiro-ministro e na delegação da empresa no Porto, contra a privatização da RTP (17/9)
  2. Milhares de pessoas manifestaram-se frente ao Palácio de Belém, enquanto ali decorria a reunião do Conselho de Estado (21/9)
  3. Greves dos pilotos de barra e pessoal do controlo marítimo, nos dias 17, 18 e 25; dos estivadores, a 19 e 20; dos trabalhadores das administrações portuárias, nos dias 21 e 24, contra a alteração do regime laboral do sector marítimo-portuário, que traria de volta a praça de jorna.
  4. Greve na Rodoviária do Alentejo e na Trevo (Transportes Rodoviários de Évora) (19/9)
  5. Greve parcial no Metropolitano de Lisboa (27/9)
  6. No Hospital de S. Teotónio, os trabalhadores da SUCH que manuseiam os resíduos decidiram parar o trabalho, exigindo da empresa fardamento, luvas, calçado e todo o tipo de equipamento de segurança adequado ao serviço que executam (26/9)
  7. Milhares de pessoas manifestam-se no Terreiro do Paço, em Lisboa (29/9)

Outubro 2012

  1. Pessoal da limpeza urbana de Lisboa manifestou-se até ao Largo do Intendente, em protesto contra a degradação das condições de segurança e saúde no trabalho, a falta de material básico e a falta ou desadequação de equipamentos de protecção individual (1/10)
  2. Marcha dos trabalhadores dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo contra a privatização da empresa (1/10)
  3. Greve na Number One, que assegura a limpeza industrial no Hospital do Barreiro, contra constantes atrasos no pagamento de salários, pelo pagamento de horas descontadas indevidamente e pelo cumprimento do contrato colectivo do sector e do acordo laboral específico do local de trabalho (1/10)
  4. Lutas e greves no sector dos transportes, incluindo Transtejo e Soflusa, Scotturb, Rodoviária de Lisboa, STCP e na EMEF, Rodoviária do Alentejo, e Metropolitano de Lisboa, em defesa da contratação colectiva, dos Acordo de Empresa e a salvaguarda do serviço público de qualidade e acessível a todos.
  5. Greve ao trabalho extraordinário dos trabalhadores da indústria e energia, nos casos em que o patronato, a pretexto das alterações ao Código do Trabalho, tentou reduzir a sua remuneração: Sakthi, Groz-Beckert, Tegop, MBO Binder, Camo, Petrogal, Europac Embalagens, Continental Mabor, Funfrap, Renault Cacia, Grohe, BTW (Minas da Panasqueira), Somincor (Minas de Neves-Corvo), Multifllow, Fapajal, Copan, Portucel, AdP, Fima, INCM, EPAL, Iglo Olá, Lisnave, Alstom, Portucel, REN Gasodutos, Parmalat, Visteon, Delphi (Seixal), CSP, MFS, Exide (Tudor), EDP Distribuição, EDP Produção (Central de Sines).
  6. Milhares de trabalhadores, por todo o país participam na «Marcha Contra o Desemprego, por um Portugal com Futuro», contra a política de direita e o pacto de agressão, determinados a prosseguir a luta para travar o passo ao Governo e impor uma alternativa ao rumo das troikas.
  7. Vigília e Tribuna Pública na Moveaveiro, em Aveiro, (16/10). Os trabalhadores da empresa municipal de transportes condenam a entrega à Transdev, gratuita e sem concurso público, dos circuitos mais lucrativos enquanto a Moveaveiro ficará com as actividades mais deficitárias, em preparação da sua privatização.
  8. Greve nas refinarias de Matosinhos e de Sines da Petrogal, em defesa de direitos acordados, contra o aumento da exploração do trabalho (17-19/10)
  9. Greve dos jornalistas e demais trabalhadores da LUSA para exigir que o Governo mantenha o valor do contrato-programa (18-21/20)
  10. Protesto nacional dos GNR vindos de todo o País, em Lisboa, reclamando a restituição dos subsídios, o cumprimento das tabelas remuneratórias, a concretização das promoções em atraso e «um horário de trabalho digno e humano», defendendo que «Segurança pública exige profissionais motivados» e «melhores instalações, mais equipamento», exigindo o direito ao sindicato naquela força de segurança (24/10)
  11. Greve dos trabalhadores da Rodoviária do Tejo e da Ribatejana (entre outas na órbita da Barraqueiro Transportes) (26 e 29/11) e paralisações (30/10 - 2/11)
  12. Greve dos trabalhadores da Scotturb (2 e 31/10). A 31 a empresa chamou a GNr e a força policial foi usada contra o piquete de greve, chegando a ocorrer actos de agressão.
  13. Manifestação de trabalhadores frente à Assembleia da República de oposição à política de «austeridade» e ao Governo. aquando do início da discussão do Orçamento do Estado (31/10)

Novembro 2012

  1. Greve na Caixa Geral de Depósitos, com adesão de 80%, contra o roubo nos salários e pensões e a privatização da CGD, anunciada pelo Governo (2/11)
  2. Cinco mil polícias vindos de todo o País, convocados pela ASPP/PSP, manifestaram-se frente à Assembleia da República, apelidando o Governo de «gatunos» e insistindo na exigência de fazer conjugar os seus direitos e a missão da instituição com os valores da revolução de Abril (6/11)
  3. «Concentração da família militar», na Praça do Município em Lisboa (10/11).
  4. Protestos «Contra Merkel, a exploração e a colonização» assinalando a passagem da primeiro-ministro Alemã por Lisboa (12/11)
  5. Uma das maiores Greves Gerais até hoje realizadas, de rejeição do pacto de agressão das troikas, de clara afirmação que é necessário acabar com este Governo, com dezenas de manifestações e piquetes de greve por todo o país e nos mais diversos sectores. (14/11)
  6. Manifestação junto à Assembleia da República, no dia da discussão e votação do Orçamento do Estado para 2013 (27/11)

Dezembro 2012

  1. Greve na EDP para exigirem que a empresa recue na drástica redução do pagamento do trabalho suplementar e em dias feriados. (1/12).
  2. Protesto de dezenas de pessoas junto à Pousada de Palmela, onde ministro Miguel Relvas almoçar, em oposição à extinção de freguesias, a exigência de salários, emprego, direitos e serviços públicos, a reclamação de medidas concretas para fazer face aos prejuízos nas vinhas do distrito.
  3. Greves na CP, na CP Carga, na Refer e na EMEF, na Scotturb, na Soflusa, na Rodoviária do Tejo, Transtejo, Metropolitano de Lisboa, contra o embaratecimento do trabalho e em defesa dos direitos. As administrações insistem em não respeitar a contratação colectiva, preferindo remunerar o trabalho suplementar pelas regras que as troikas incluíram na legislação laboral, com alterações vigentes desde 1 de Agosto, mesmo depois de a ACT já ter esclarecido que a lei apenas delimita os valores mínimos.
  4. Greve aos feriados dos trabalhadores da BA Vidro, na Marinha Grande (1 e 8/12).
  5. Greve, seguida de paralisações parciais, dos operários da fábrica de Évora da Kemet Electronics, contra o anunciado despedimento colectivo e deslocalização da empresa (13/12-)
  6. Greve dos trabalhadores da Fehst Componentes, em Braga, contra o despedimento colectivo de 40 camaradas, e contra mais despedimentos previstos pela administração (13/12)
  7. Milhares de pessoas concentraram-se frente ao Palácio de Belém pedindo ao Presidente da República que não promulgue o Orçamento de Estado. O PR não recebeu a delegação da CGTP que havia pedido audiência há mais de um mês (15/12).
  8. Luta dos trabalhadores da TAP contra a privatização da empresa, com  plenário e na marcha (dia 18/12), na vigília à porta do Conselho de Ministros (19/12) e inúmeras outras iniciativas. A CGTP-IN  salientou que «com a privatização da TAP, tal como da ANA, está em causa o futuro de praticamente todo o sector do transporte aéreo nacional, representando mais de 20 mil postos de trabalho, mais de dois mil milhões de euros anuais, em exportações, e directamente mais de três por cento do PIB». Em resultado da luta, o governo recuou – por agora – nas privatizações.
  9. A FENPROF assinalou que  tinham sido atingidas as 100 condenações em tribunal, porque recusa pagar aos professores a compensação por caducidade dos contratos. (19/12)
  10. Tribuna pública em frente à Segurança Social em Braga, para exigir que sejam recuperados os atrasos verificados na atribuição do Fundo de Garantia Salarial (19/12).
  11. Dezenas dos 93 trabalhadores, do Bingo do Salgueiros, no Porto, despedidos em 20 de Outubro concentraram-se desmascarando as afirmações do Presidente aos trabalhadores que estavam despedidos por falta de dinheiro, quando a sala «facturou, só em 2011, mais de 12 milhões de euros»  (19/12)
  12. Tribuna de protesto «contra o Natal das desigualdades e injustiças sociais» em Lisboa, denunciando  publicamente a grave situação em que vivem milhares de pensionistas e aposentados e apontando responsabilidades à política de direita (20/12).
  13. Milhares de pessoas, vindas de Norte a Sul do País, manifestaram-se em Lisboa, frente ao Palácio de Belém, para protestar contra o Projecto de Lei da Reorganização Administrativa do Território e a extinção de um número significativo de Juntas de Freguesias (22/12)
  14. Greve dos trabalhadores da Hotelaria na Madeira pela falta de pagamento dos subsídios de Natal e da retribuição correspondente ao trabalho prestado em dias feriados (25/12 e 1/1)

Peço desculpa pela linguagem. A fonte naturalmente foi o 5 Dias, a quem agradeço este serviço público.
Total: 13+14+11 + 9+8+14 + 14+7+7 + 13+6+14 = 38+31 + 28+33 = 69 + 61 = 130 eventos. Nada mau.

 

Convém relembrar que 82,4% dos trabalhadores nunca fizeram greve e andam a pagar as regalias a estes chorões.

de "bom aluno" a país ingovernável?

Rui C Pinto, 15.09.12

o actual governo foi eleito para aplicar medidas de correção das contas públicas por forma a garantir o financiamento da economia. os credores têm assim uma garantia de que os seus empréstimos serão pagos e, em última análise, voltarão a confiar e financiar o país. 

 

até sexta feira passada, Portugal era dado como um caso de sucesso europeu. o exemplo de um país que reuniu consenso político e social em torno de um programa de ajustamento financeiro para recuperar credibilidade junto dos seus credores. num ano foi possível reunir consenso entre os partidos políticos do arco da governação e entre os parceiros sociais. políticos, sindicalistas e empresários permitiram manter a paz social. éramos, por isso, um exemplo. e esse era o nosso maior activo político perante os parceiros europeus e as instituições que nos financiam. 

 

na sexta feira passada o governo desbaratou o maior activo político que detinha por uma medida que assumiu como sua, que representa uma mísera receita de 500 M€, e que conseguiu reunir a oposição de todo o país. uma vez mais o consenso de políticos, economistas, sindicalistas e patrões, porém, desta feita, contra o governo. notável. 

 

o anúncio de sexta feira mergulhou a coligação governamental numa crise política gravosa para o país e uniu a oposição, permitindo ao PS desvincular-se do acordo político em torno do memorando da troika. ao assumir a baixa da TSU como uma medida sua, Passos permitiu a Seguro chumbar o orçamento de estado. uma infantilidade política que, naturalmente, desagrada a Portas e ao CDS. 

 

mas não foi apenas o apoio popular que o governo perdeu na sexta feira. foi, também, o argumento da falta de alternativa política. ao assumir como sua a medida do aumento da TSU para os trabalhadores e a descida para as empresas por forma a aumentar a competitividade das empresas, abriu a porta à discussão política. argumentar agora que não há alternativa política ao orçamento do próximo ano é uma imbecilidade e um tique autoritário de quem receia o debate por falta de preparação. quem toma uma medida desta gravidade tem de estar preparado para debatê-la e defendê-la perante a opinião pública. 

 

hoje, o povo está na rua de uma forma muito expressiva. as imagens aéreas que as televisões difundiram são claras. o mar de gente que aderiu a esta demonstração de indignação está para lá da capacidade de mobilização de partidos ou sindicatos. resta a Passos Coelho recuar. bem sei que está convencido de que não deve governar para agradar à população, li essas declarações infelizes num jornal qualquer. mas que não tenha a ilusão de que pode governar contra as pessoas. se tiver essa ilusão, ficará para a história como o primeiro ministro que transformou um "bom aluno" num país ingovernável, à semelhança da Grécia. 

Psico-Foto-Reportagem da Manifestação dos Professores

Margarida Balseiro Lopes, 09.11.08

Ontem realizou-se mais uma manifestação dos professores. Na qualidade de psico-insider, fiz o acompanhamento de um dos autocarros que saíram de Leiria, com destino ao Terreiro do Paço.

Um dos sindicatos, a FENPROF, anunciava que levava 700 autocarros: o número de 100 mil professores da manifestação de Março seria suplantado.
As palavras de ordem eram: deixem-nos ser professores.
Vários abaixo-assinados, folhas de presenças, contactos eram explicados e calcorreavam o autocarro: propunham o fim do novo estatuto da carreira docente, o fim do congelamento dos salários (mais um compromisso que o PM não cumpriu) e, inevitavelmente, o fim do novo regime de avaliação.
As referências à Ministra da Educação eram uma constante: à medida que a speaker entregava tantos papeis e abaixo-assinados justificava-se que tinha aprendido com a “Milu”.
Durante o dia, a organização receava que a chuva estragasse os protestos, mas seriam as declarações de intransigência da Ministra da Educação o verdadeiro balde de água fria.