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PSICOLARANJA

O lado paranóico da política

PSICOLARANJA

O lado paranóico da política

Psicolaranja na Embaixada de Israel

Miguel Nunes Silva, 26.11.12

 

No passado dia 19 os Psicóticos e alguns Psico-amigos foram recebidos calorosamente na Embaixada de Israel aonde puderam conversar com o Conselheiro Político Lior Keinan. A conversa abrangeu tópicos vários desde a Guerra de Gaza e os diversos desafios à segurança do Estado de Israel e dos Judeus a nível internacional, ao modelo de desenvolvimento Israelita e como este poderia servir de exemplo a outros países mediterrânicos como Portugal.

Foi uma tarde muito enriquecedora tanto para a Embaixada como para os Psicóticos; que serviu do nosso ponto de vista para obtermos informação directamente da fonte, sem passar pelo filtro dos media ou do comentariato.


Mais uma iniciativa deste blogue a que muitas outras seguirão. 

 

 

Speak Victorian, Think Pagan (II)

Miguel Nunes Silva, 27.06.11

O preconceito anti-Israel é sempre bastante óbvio mas em certas alturas é mais óbvio que noutras.

 

Este verão é uma delas. O médio-oriente está - para variar - mais uma vez em tumulto. Revoluções e contra-revoluções sucedem-se. Invariavelmente, a via da revolução e da repressão é sangrenta. Violações de direitos humanos e condições de vida difíceis enchem os ecrãs das TVs.

 

Com tantas causas pelas quais se baterem, os humanitaristas escolhem a mais óbvia, a mais necessitada: a Palestina (Israel).

Que ninguém tenha ilusões que a esquerda humanitarista algum dia protestará contra regimes “anti-imperialistas”. Não! É a Palestina (Israel) que interessa. A mesma Palestina que usufrui de um crescimento económico galopante, que se encontra actualmente em paz. Massacres na Síria? Desgoverno no Egipto? Guerra civil na Líbia?

 

Não, é mesmo Gaza (Israel) que merece a atenção da comunidade internacional. Gaza, cenário de um desastre humanitário que permite a abertura de hotéis de luxo e centros comerciais.

 

Até a ONU – organização mais que vulnerável ao lobby islâmico – tenciona publicar um relatório em que acusa a Turquia de provocação pela ‘flotilha da “liberdade”’ do ano passado.

 

Por tudo isto, a próxima flotilha está prestes a zarpar e ainda por cima com uma vencedora do prémio Pulitzer a bordo.

 

Porque realmente a prioridade do mundo e no médio-oriente tem que ser a Palestina (Israel)...

Pergunta: como é que um silicon valley combate uma potência nuclear?

Miguel Nunes Silva, 23.11.10

Resposta: infecta o programa nuclear da potência usando ciber-armas.

 

Se não ouviram falar memorizem este nome: STUXNET.

 

Stuxnet é um 'worm' que vários peritos internacionais em segurança informática afirmam ter sido concebido para desregular as turbinas dos reactores nucleares Iranianos, através da infecção de programas informáticos de gestão industrial da Siemens.

 

 

Factos: Stuxnet existe e é decididamente um 'worm'.

Teorias: o alvo e o fabricante são desconhecidos.

Factos: desde há meses confrontados com problemas técnicos, foi hoje confirmado que o Irão parou a produção na central nuclear de Natanz.

Teorias: os especialistas afirmam que o Stuxnet é um programa muitíssimo sofisticado e as probabilidades indicam que terá origem nos EUA ou em Israel.

 

Assim, a confirmar-se que partiu de Israel, chegámos ao século XXI bélico. Israel, sob ameaça do Irão mas incapaz de o atacar por pressão internacional, sabotou o programa como pode.

 

Depois do ataque cibernético à Estónia e de várias 'guerras' na internet entre Americanos e Chineses, Israelitas e Árabes, Russos e Geórgios, o ataque do Stuxnet constituirá a maior ciber-ofensiva singular na história.

Era Melhor Não Deixar Ferver

Miguel Nunes Silva, 02.11.10

Parece ser o actual zeitgeist o facto de os líderes já não terem tempo para planeamento. Quem pode culpar os Americanos com eleições à porta e

duas guerras em mãos? Ou os Europeus, com crises financeiras gravíssimas? Ou os asiáticos, ocupados com a gestão da sua própria ascenção?

 

Talvez por isto as tensões no Médio-Oriente não atraiam as atenções até ser demasiado tarde. Mas não é razoável que depois de elas rebentarem, a 'comunidade [ocidental] internacional' venha de imediato tentar pôr água na fervura com cessares-fogo às três pancadas, como é habitual.

 

A UNIFIL, força da ONU no Líbano, da qual Portugal faz parte, nunca foi eficaz. Muitos culpam o seu mandato cujas regras de beligerância não permitem o uso da força mas na verdade, que países estariam dispostos a serem parte activa do conflito? No entanto, a UNIFIL poderia perfeitamente ser útil através da monitorização independente. Infelizmente, até isto parece ser uma exigência demasiado alta para aquela força. Passo a explicar: depois da guerra de 2006 entre o Hezbollah e Israel, a UNIFIL mobilizou para a zona de fronteira para impedir mais escaladas de tensão entre as duas forças. No entanto, o perigo actualmente vem de longe da zona de fronteira pois o Hezbollah, longe de ter sido desarmado, reequipou-se com mais e melhor poder de fogo do que nunca e possui agora bases na fronteira com a Síria que lhe permitem bombardear Israel de muito longa distância. A UNIFIL não acompanhou e continua na fronteira com Israel, tendo perdido qualquer relevância.

 

Juntemos a isto o conflito sectário iminente no Líbano, aonde o Hezbollah e seus aliados têm agora a capacidade de usurpar o poder através da força, o que poderá acontecer quando a ONU divulgar um relatório que poderá implicar o 'partido de Deus' no assassinato de um ex-PM. Adicionemos ainda as tensões em torno de novas descobertas de gás natural e petróleo em águas internacionais no Mediterrâneo oriental e um Congresso Americano dominado pelo partido Republicano favorável a Israel.

 

Finalmente, fica o aviso: Israel prometeu que em caso de bombardeamento de Tel-Aviv, a retaliação não se faria contra o Hezbollah mas contra Damasco.

O Processo (de Paz?)

Miguel Nunes Silva, 27.09.10

 

O politicamente correcto situacionista dos media volta a fazer das suas. Israel é já há algumas décadas a vítima preferencial dos meios de

comunicação e tal como a Coreia do Norte, um estado ostracizado de nos jours.

 

 

Em Portugal com o seu espectro político esquerdista, os papagaios entram imediatamente em acção. Mas quem em Portugal se dá ao trabalho de olhar para a questão com olhos de ver? Objectivamente? Que eu conheça ninguém, quanto mais não seja porque os formalismos e o políticamente correcto são absolutos na nossa sociedade.

 

Antes de mais, o que está na mesa? Chamam-lhe o 'processo de paz' mas não é paz que está na mesa pois a paz impera. Em termos de estabilidade geopolítica, a separação faccional que se deu entre Gaza e Cisjordânia foi dos melhores resultados que poderiam ter advindo da luta ideológica na Palestina. Hoje há paz...

Não, aquilo que verdadeiramente está em causa é a independência Palestiniana. É por isso que a administração Americana luta.

 

Porquê?

O desejo de tornar a Palestina independente assenta em três suposições que eu considero no mínimo imperfeitas: uma mantém que os Palestinianos estão a ser oprimidos pela ocupação do Estado Israelita, a segunda parte do princípio que se a Palestina conseguir a sua independência haverá menos anti-Americanismo e antisemitismo no mundo Islâmico e a terceira sustenta que a paz no Levante 'contaminará' o resto do Médio Oriente.

 

Que os Palestinianos não vivem como gostariam é um facto mas daí a serem oprimidos já é um salto muito grande. Em Gaza - aonde a situação alegadamente é pior, ninguém ocupa os Palestinianos e a economia - apesar do bloqueio Israelita - prospera. É o único 'desastre humanitário' que eu conheço aonde ninguém morre de fome...

Isto para não mencionar que os Palestinianos que vivem nos territórios ocupados gozam de melhores condições de vida que a maioria dos Árabes. No mínimo é caricato.

O preconceito anti-ocidental e antisemita no Médio Oriente tem pouco a ver com a Palestina, ao contrário do que o comentariato nos gostaria de fazer pensar. Na verdade os EUA já eram odiados ANTES de invadirem 'solo muçulmano' e organizações que emergiram para lutar contra os 'Judeus e cruzados' como a Al-Qaeda, sempre se preocuparam mais em matar muçulmanos que judeus.

Finalmente, o argumento de que a paz na Palestina alastrará ao resto do Médio Oriente parece-me basicamente o mesmo argumento que Bush 43 fazia: faça-se o Iraque democrático e a democracia liberal espalhar-se-á pelo Médio Oriente...

 

Como se não bastassem estas falácias, ainda temos os papéis invertidos: a Palestina - por todos reconhecida como a parte fraca - a exigir pre-condições para as negociações. Eu faço-me explicar: os fortes impõem condições, os fracos aceitam-nas. Israel está muito bem como está: enquanto a Palestina não for independente, eles têm poder discricionário nos territórios ocupados. Os Palestinianos não se podem dar ao luxo de sair das negociações porque quem mais tem interesse nelas, são eles!

Mas claro que os Palestinianos 'nunca perdem uma oportunidade para perderem uma oportunidade' e não é surpreendente que mais uma vez por culpa própria eles abdiquem da independência imperfeita agora, a favor da independência perfeita nunca.

 

 

 

Speak Victorian, Think Pagan

Miguel Nunes Silva, 31.05.10

Os media, a opinião pública, as chancelarias diplomáticas por todo o mundo, todos estão já pavloviamente condicionados para o que se seguirá: o ultraje...

Porque foram muitas as vítimas, porque a força foi utilizada "desproporcionalmente", etc

 

Vamos pôr as coisas em pratos limpos:

 

- O comboio de navios propôs-se levar a cabo uma acção ilegal

- Se quisessem verdadeiramente levar ajuda a Gaza, tinham-no feito por via terrestre aonde teriam menos problemas

- Israel avisou os navios várias vezes antes de intervir

- A abordagem aos navios decorreu pacificamente à excepção da do Marmara aonde os activistas "pacifistas" estavam armados

 

A verdade é que Israel manda mais cimento para Gaza numa semana que a quantidade angariada pelos activistas em 4 meses.

A frota foi claramente uma acção propagandística e provocatória.

Israel não quis o confronto e tentou evitá-lo. Israel tem todo o direito a exercer a sua soberania no seu território e nas suas águas territoriais.

 

Este era o resultado previsto há uma semana quando os navios zarparam e Israel não agiu de surpresa ou com má-fé.

Os "activistas" partiram para Gaza com um objectivo político e se havia intenções humanitárias, essas eram secundárias.

 

Tal como ninguém culpa governos pela morte de jornalistas quando estes se arriscam em zonas de guerra, tão pouco Israel deveria ser hostilizado pelas mortes que se deram.

 

 

 

O título deste post é uma frase de Robert D. Kaplan num contexto diferente, no entanto ela aplica-se bem aqui: diplomaticamente todos os governos e ONGs culparão Israel pois o bloco islâmico - os seus mercados e o seu petróleo - pesa mais que o pequeno Israel mas todos sabemos que ninguém fará nada contra Israel pois ainda que politicamente incorrecto, ninguém acredita que a acção foi verdadeiramente ultrajante.

 

No que toca à Palestina, as acções falam mais alto que as palavras...