Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

PSICOLARANJA

O lado paranóico da política

PSICOLARANJA

O lado paranóico da política

Pergunta: como é que um silicon valley combate uma potência nuclear?

Miguel Nunes Silva, 23.11.10

Resposta: infecta o programa nuclear da potência usando ciber-armas.

 

Se não ouviram falar memorizem este nome: STUXNET.

 

Stuxnet é um 'worm' que vários peritos internacionais em segurança informática afirmam ter sido concebido para desregular as turbinas dos reactores nucleares Iranianos, através da infecção de programas informáticos de gestão industrial da Siemens.

 

 

Factos: Stuxnet existe e é decididamente um 'worm'.

Teorias: o alvo e o fabricante são desconhecidos.

Factos: desde há meses confrontados com problemas técnicos, foi hoje confirmado que o Irão parou a produção na central nuclear de Natanz.

Teorias: os especialistas afirmam que o Stuxnet é um programa muitíssimo sofisticado e as probabilidades indicam que terá origem nos EUA ou em Israel.

 

Assim, a confirmar-se que partiu de Israel, chegámos ao século XXI bélico. Israel, sob ameaça do Irão mas incapaz de o atacar por pressão internacional, sabotou o programa como pode.

 

Depois do ataque cibernético à Estónia e de várias 'guerras' na internet entre Americanos e Chineses, Israelitas e Árabes, Russos e Geórgios, o ataque do Stuxnet constituirá a maior ciber-ofensiva singular na história.

O bom, o mau e o vilão

Rui Cepeda, 14.04.10

A Culpabilização do Ocidente

Miguel Nunes Silva, 19.12.09

 

O Presidente Lula tem desiludido nos últimos tempos. Todos sabemos do seu passado de sindicalista e também podemos tolerar uma certa demagogia de guerra de classes de modo a que o "presidente do povo" possa agradar ao seu eleitorado de esquerda mas se é verdade que na economia a sua presidência não tem desiludido, na vertente política externa, parece ir de mal a pior.

 

 

 

Porque é que ninguém se queixa, exceptuando alguns conservadores Brasileiros? Porque o Brasil é um jogador de peso no palco internacional e o Estado Brasileiro pode-se dar ao luxo de algumas excentricidades por parte do seu líder.

 

A tolerância que o Brasil tem pelo Irão é um desses exemplos. O Irão patrocina o Hezbollah, grupo que é ferozmente anti-semita e que inclusivamente levou a cabo um atentado em Buenos Aires contra a embaixada Israelita e um centro cívico judaico. Nem vale a pena recordar que negociar com estados que patrocinam terrorismo é uma aposta arriscada para além de ser pouco ético.

 

Questão suplementar: Porque lida o Brasil com o Irão?

Depende o Brasil do petróleo Iraniano? Partilha o Brasil  a cultura do Irão? Algum interesse estratégico em jogo? A resposta é não. Quando muito poder-se-ia dizer que o Brasil prefere que o Irão e a Venezuela não colaborem tão estreitamente e que por conseguinte o Brasil assegura que Teerão não dependa tanto de Caracas. Mas mesmo nesta perspectiva, é incompreensível que o Brasil tenha palavras mais duras sobre certos países ocidentais do que aquelas que tem sobre o Irão.

         Será a candidatura do Brasil ao Conselho de Segurança da ONU que fará com que tente estreitar relações com todos os países e tendências ideológicas? Mesmo aí, o Irão está isolado e os votos do bloco Árabe seriam bem mais úteis do que os votos do bloco anti-Americano.

É difícil compreender como as relações entre o Brasil e o Irão não estejam alicerçadas no preconceito ideológico do actual governo de esquerda em Brasília.

 

Este preconceito foi muito claramente manifestado durante a última semana, na conferência de Copenhaga. É um preconceito de esquerda que por natureza atribui a razão àqueles que têm menos meios e menos capital, independentemente do objectivamente justo.

Na perspectiva de Lula, os países “ricos” têm a obrigação “moral” de ajudar os países “pobres”. Porque afinal, foram os países “ricos” que se desenvolveram à custa do clima. Quer isto dizer que o Brasil também vai indemnizar o resto do mundo por ter desflorestado a Amazónia? Não, porque o Brasil, apesar de desenvolvido, não é considerado “rico”…

É uma perspectiva gritantemente ignorante e arbitrária, baseada numa moral pervertida. É a apologia da moralização da história, da designação unilateral de “bons” e “maus” e da culpabilização destes últimos – muito reminiscente de W. Bush aliás.

Afinal, os países “ricos” têm muito pelo que pedir perdão e muitas dívidas para saldar. Têm que pagar pela colonização, pela escravatura, pelo genocídio dos povos nativos, e agora num contexto pós-moderno, pela poluição do mundo.

É um revisionismo barato que olvida que a escravatura já existia muito antes de a Europa se desenvolver, cujos pioneiros em África foram os Árabes e os próprios Africanos, que muitos povos nativos foram erradicados pelos “novos” e angelicais países independentes e não apenas pelas potências colonizadoras, que os Aborígenes na Austrália ou os Indonésios do Bornéu fizeram a sua quota parte da desflorestação.

 

Gosto muito do Brasil mas nenhum Brasileiro me dará a mim, lições de moral. Simpatizo com a causa da pobreza mas o síndroma de culpa de que o Ocidente parece padecer é demasiado arbitrário para que eu me identifique como responsável, simplesmente por existir e ser cidadão de um país Europeu.

 

Senhor Presidente, faça-nos a todos um favor, vá pregar para outra freguesia porque nesta não tem qualquer tipo de superioridade moral.