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PSICOLARANJA

O lado paranóico da política

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O lado paranóico da política

O que têm um Criacionista e um Esquerdista em comum?

Miguel Nunes Silva, 31.05.13

Hipocrisia.

 

 

 

Como seres vivos, conscientes e dotados de espírito crítico, todos nós temos ideias sobre o mundo que nos rodeia. No entanto, a coisa torna-se problemática quando alguns de nós se recusam a aceitar factos. A interpretação desses factos pode ser diferente mas os factos não podem.

 

Os criacionistas teimam em negar que existem provas para a teoria da evolução e para a selecção natural. Isto é problemático porque isso significa negar não apenas uma teoria, não só um ramo da ciência, mas toda a ciência; porque mais nenhuma teoria satisfaz as exigências de ramos científicos relacionados.

Mas ainda mais problemático para mim pessoalmente é o facto de que as mesmas pessoas que negam a evolução, não vêem nenhuma contradição em usufruir do labor das ciências que se apoiam na teoria da evolução.

 

Igualmente, os esquerdistas recusam-se a reconhecer o simples facto de que não existe dinheiro suficiente para conceder a todos os seres humanos de um estado providencial, todos os direitos adquiridos que a esquerda reivindica.

Não existe nenhum estado no mundo que seja capaz de doar educação gratuita e universal, saúde gratuita e universal, sustento gratuito e universal, etc; porque nenhum estado no mundo tem a proporcional quantidade de dinheiro para o concretizar - excepções notáveis sendo alguns petro-estados.

 

Longe de tal utopia aliás, muitos dos estados europeus agora em crise, foram levados até a falência pela mesma esquerda que vem defendendo tais ideais.

Mas nem agora, com esses mesmos estados expulsos dos mercados internacionais de financiamento, em severa austeridade, e renegando compromissos sociais assumidos pelos que agora lançam maldições a Angela Merkel...

 

... nem agora estas pessoas são capazes de reconhecer que estavam erradas. Longe disso, continuam a reclamar que se gaste mais dinheiro no sector social. O facto de que tal no passado não levou ao crescimento económico, ou que não existe quem empreste tal quantidade de dinheiro agora, isso não é pertinente, FACTOS não são relevantes, REALIDADE não interessa. E porquê? Porque aquilo que verdadeiramente está em questão é fé...

 

Mas o que é mais asqueroso nestas pessoas de fé, é que não têm a coragem de viver como apregoam que os outros o façam. Alguém já viu Mário Soares ou José Sócrates ou Seguro, ou Costa, endividarem-se ultrapassando todos os limites?
Alguém já os viu quererem viver em países que o fazem?

Certamente que os 'movimentos' de protesto e as pessoas que os lideram teriam exemplos a dar aos Portugueses... Mas para onde imigram estas pessoas que acreditam que despesa social ilimitada é algo viável? Para a Argentina? Cuba? Coreia do Norte talvez?

 

 

 

 

 

Não, para a Alemanha............................

 

 

 

O Partido do Restelo

Miguel Nunes Silva, 16.03.13

O facilitismo é apanágio da esquerda.

 

Nos dias que correm, a esquerda não é alternativa, resume-se em vez disso a ser a voz dos velhos do restelo. E que oferece o Bloco do Restelo? Uma nova abordagem económica? uma nova abordagem social? Não. Todas as suas fórmulas já foram testadas e falharam.

 

O que oferece é facilitismo e indulgência:

 

  • No norte da Europa as políticas multiculturalistas de imigração resultaram em vagas e vagas de populações migrantes que nunca assimilaram a cultura hospedeira. Mas vamos tomar medidas em relação a isso? Ai não!!! Que isso era muito mau e difícil e controverso para com esses imigrantes;
  • no sul da Europa, o aparelho estado cresceu desmesuradamente com base em dívida. Mas vamos tomar medidas para lidar com esta insustentabilidade suicida? Ai não!!! Que isso seria muito difícil para com as populações que vivem agarradas ao estado.

 

A esquerda é sempre a favor da fuga para a frente, de fingir que os problemas se resolvem por si só. Reformas duras e estruturais? Não. A esquerda de hoje é a esquerda do paradigma Berlusconi-Socrates: falamos em direitos inalienáveis enquanto deixamos a governação do país aos estrangeiros - eles que os resolvam por nós - os quais vamos criticar por fazerem aquilo que nós não temos a coragem de fazer...

Gosto da 'Grândola Vila Morena'; venha daí mais!

Miguel Nunes Silva, 19.02.13

Em conversa com um amigo de direita, ele declara o seu pouco apreço pela canção revolucionária. Penso que é este o resultado inevitável de politicizar um património que deveria ser comum: quanto mais o facciosismo esquerdista se apodera arrogantemente de símbolos nacionais, na sua batalha supérflua contra a força da aritmética, mais o país se divide perante a validade desse mesmo património - o que é lamentável.

 

 

Mas o que este Bravo Bravíssimo dos tristes prova é afinal a falta de respeito ou sentido de estado de que a esquerda padece. É na rua que a esquerda se sente bem, é enxovalhando os outros, impedindo-os de falar; é no conforto do assassinato de carácter que se faz 'política' à esquerda.

 

Nunca defendi Miguel Relvas porque acho que quem é apanhado a mentir aos cidadãos que o elegeram devia ter a sensatez de se demitir. Mas esta é uma questão de ética, não de direito. Tecnicamente ele tem todo o direito a permanecer no cargo e a ver respeitado o seu direito a falar.

 

Curiosamente esta Chuva de Estrelinhas pequeninas é podre pois quanto mais ouvirmos a Grândola soar, mais saberemos o que a esquerda oferece como alternativa: nada.

Tal como o PCP, a esquerda em geral vomita a cassete da imoralidade da austeridade mas nada oferecem como alternativa.

 

Logo, pessoalmente eu disfruto imenso em ouvir a Grândola ou mesmo slogans que pedem a demissão do governo; aprecio especialmente a falta de respeito de acusações preconceituosas como 'gatunos'. Enquanto o nível for baixo e a substância das críticas inexistente, agradecerei a Zeca Afonso - viva o lindíssimo lamento Alentejano!

A Internacional dos Falhados

Miguel Nunes Silva, 04.02.13

Tem lugar esta semana o congresso da Internacional Socialista em Lisboa.

 

É um espectáculo mas um triste espectáculo: da UE há apenas 4 representantes que chefiam um governo, o resto está na oposição e pior ainda na oposição depois de serem corridos do governo pelos eleitores. De fora vêm representantes excelsos como o MPLA Angolano ou partidos étnicos Curdos.

 

 

No geral a questão é ainda mais existencial porque a razão para não existirem partidos socialistas no poder deve-se ao falhanço total das ideologias de esquerda em dar uma resposta aos problemas económicos da Europa. O modelo progressista está falido e reuniões destas são uma autêntica parada da vergonha.

 

Em cima disto tudo vem Seguro dizer que federalizar a Europa é a solução para os respectivos problemas económicos. Uma vez mais, ideologia cega e zero soluções pois a UE também é a fonte de muitos dos problemas económicos actuais; para além de ser uma declaração problemática porque federalizar a Europa implica corromper a soberania Portuguesa e nesse caso eu como Português não vou votar num partido que quer abrir mão da soberania do meu país.

A Chantagem da Esquerda

Miguel Nunes Silva, 05.01.13

Parem com a austeridade, or else...

 

É isto que temos vindo a ouvir da esquerda nas últimas semanas. Cuidado pessoas de direita, olhem que vem aí uma revolução, vejam lá de que lado voçês se querem encontrar quando estalar o caos...

 

 

E como os bons velhos populistas que são, uma vez mais as ovelhinhas da esquerda esperam com isso silenciar quem tem coragem de falar verdade aos Portugueses em vez de lhes prometer mundos e fundos e o pote de ouro no fim do arco-íris.

 

No fundo é a mesma lógica daqueles que defendem ser-se religioso por medo da potencial veracidade do inferno. Por via das dúvidas não vamos arriscar e convertamo-nos.

É isso que a esquerda é: uma religião com Marx como o seu profeta, com dogmas, com ritos, mas sem a mínima centelha de credibilidade ou sustentabilidade.

 

À esquerda gostam de dizer que a culpa da crise é da direita porque foi a direita que defendeu desregulação e liberalismo comercial. Na verdade mesmo sem o impacto de algumas questionáveis políticas neoliberais, a corrida para o fundo que a abertura asiática e do leste Europeu causaram, teriam levado a que o ocidente tivesse adoptado as mesmas medidas para tentar competir.
Aonde está a diferença substancial da governação é no modo como os eleitorados foram tratados: a direita nunca defendeu investir para produzir o que a esquerda fez sem descanso - do mais extremo radical ao mais centrista moderado. A direita nunca defendeu endividamento sem limites e nunca prometeu ao eleitorado que privilégios do desenvolvimento económico eram 'direitos'; a esquerda sim, e com todo o fôlego.
Prosperaram as economias que aplicaram as receitas da esquerda (Argentina, Cuba, etc)? Não.
Prosperaram as economias que aplicaram as receitas da direita (China, Leste Europeu)? Sim. 

A Ilusão do Universalismo

Miguel Nunes Silva, 29.12.12

Vi recentemente um documentário no Canal de História que tratava da história de Fordlândia no Brasil. Esta povoação foi edificada por Henry Ford numa tentativa de se tornar independente no fornecimento de borracha para os seus veículos mas também de estabelecer no meio da Amazónia, um paraíso de desenvolvimento à Americana.

 

As diferenças culturais depressa condenaram o empreendimento ao fracasso. Não só porque a standardização agrícola tentada era impraticável no meio da selva mas também porque a ética de trabalho protestante chocava com a mentalidade tropical dos Brasileiros.

 

 

Ainda que esta história seja mais radical, poder-se-ia facilmente fazer uma analogia com os vários projectos de desenvolvimento para Portugal, que nomeadamente os líderes socialistas tentaram desde o 25 de Abril: Soares com a social-democracia Alemã, Guterres com o modelo Sueco ou Sócrates com o Finlandês.

 

 

Todos tentando trazer para Portugal, e forçando top-down, um modelo em nada adaptado à realidade Portuguesa. Quem não gostaria que nos tornassemos na potência industrial e tecnológica que são os estados protestantes? Mas infelizmente a realidade periférica, amena e rural de Portugal não se proporciona a tal.

As políticas económicas deveriam destinar-se a valorizar aquilo que temos de único e diferente, em vez de tentar 'transformar' através da engenharia social, a população Portuguesa.

Há Burlões e Burlões

Miguel Nunes Silva, 25.12.12

 

Muito tenho aqui escrito sobre burla. Para responder às massas que cegamente reivindicam mais apoio estatal simultaneamente chamando aos políticos 'gatunos', tenho tratado os esquerdistas por 'burlões'.

 

É que simplesmente não há mais dinheiro para distribuir pela população e prometer mais apoio - ou a manutenção do actual - através da racionalização de recursos - o mítico rigor Vs austeridade - é uma quimera destinada exclusivamente a servir o interesse eleitoralista e demagógico da liderança do PS. Quando é que uma sociedade mediterrânica alguma vez foi rigorosa ou sequer eficiente na gestão dos seus recursos (excluindo o Salazarismo...) ?

 

Não, a austeridade é o único caminho minimamente credível e aquilo que há a discutir são os moldes dessa mesma austeridade.

 

Mas tal como as crises desmascaram burlões, também fazem emergir outros. Nassir Ghaemi no seu livro 'A Mente Louca dos Grandes Líderes Mundiais' explica que certas personalidades são mais hábeis no exercício de liderança em tempos de prosperidade, e outras em tempo de crise. O que está na base desta discrepância é o passado - sobretudo tempos de infância - da pessoa em questão: caso tenha vivido em estabilidade, o individuo está adaptado a afirmar-se em contextos de estabilidade e vice-versa. Logo, aqueles que em tempos de crise prosperam são pessoas habituadas a fazerem passar mensagens radicais e a adaptarem-se a circunstâncias difíceis. Assim, tal como os políticos radicais sobressaem em tempos de crise, os burlões do improviso sobressaem contrapostos aos burlões dos esquemas de pirâmide, os quais estão no jogo para o longo prazo.

 

No entanto, a sofreguidão com que Artur Baptista da Silva foi escutado E DIVULGADO pelos media é um indicador na minha humilde opinião, de algo mais para além de habilidade de burlão: é um indicador do pendor esquerdista dos media Portugueses. Depois de meses e meses de descrédito da liderança socialista assim como da 'rua esquerdista' - criticando tudo e todos e falhando redondamente não só em oferecer uma alternativa mas também em escapar ao inevitável facto de que a direita havia previsto a crise muito antes de ela chegar - eis que emerge um D. Sebastião das brumas...

 

... Aqui está pela primeira vez alguém com credibilidade independente (ONU) que defende o fim da austeridade em Portugal. Ironia das ironias, acaba por ser exposto como burlão de primeira categoria.

No fundo o caso Artur Baptista da Silva deve ser visto com bons olhos pela direita: ele acaba de validar a política de austeridade por mais uns anos.

O 'choradinho' e o Michael Moore Europeu

Miguel Nunes Silva, 08.08.12
o Michael Moore Europeu

Por vezes há acontecimentos que assustam. A SIC Notícias exibiu hoje um 'documentário' sobre a crise em Portugal intitulado "Os Caminhos da Incerteza" (francês: les Chemins de l'incertitude) realizado pelo Francês François Manceaux - se o realizador fosse Britânico ou Polaco, creio que o tom teria sido ligeiramente diferente...

O termo 'documentário' deve ser utilizado de ânimo leve porque aquilo nada mais era que um filme de propaganda e tendencioso com uma abundância de personalidades da Esquerda Portuguesa a fazer o choradinho de que Portugal está a sofrer muito com a crise e de que se o caminho da austeridade não é alterado, Portugal e a Europa correm o risco de desastre e desagregação. A objectividade foi para as urtigas.

 

Não vi ninguém a sugerir uma alternativa. Falou-se do eixo Atlântico de Portugal mas que eu saiba o Brasil ainda não se disponibilizou a ajudar Portugal com a sua dívida. Falando de dívida, a proposta implícita era que Portugal devia ser ainda mais ajudado pela Alemanha e demais economias robustas do norte da Europa.

Este documentário serve o propósito de tentar chantagear e intimidar os Alemães a arriscarem ainda mais dinheiro no sul.

 

Se há algo desprezível é querer enganar o povo com a banha da cobra: parece que afinal a austeridade não é inevitável! mas que boa notícia! o governo e a direita juntamente com os credores do país devem então ser apenas membros de um clube sádico que disfruta ao ver as pessoas a sofrer.

 

A esquerda deste país simplesmente não tem vergonha na cara. Depois do desfalque que o despesismo causou ao Estado, o que eles verdadeiramente querem é a solução que os Franceses implementaram ao elegerem François Hollande: fechar os olhos, enterrar a cabeça na areia e fazer o outsourcing das consequências de um estado social insustentável para a próxima geração.

 

O que a esquerda quer é demagogicamente culpar a América por uma crise que é Europeia e com alguma esperança ver os credores internacionais perdoar a dívida dos membros da UE como foi feito a algumas repúblicas das bananas durante os anos 90. Infelizmente ninguém à esquerda se apercebe que juntamente com facilitismos e saídas à chico-esperto (Sócrates estava tão bem como líder do PS) da crise, também ganham a mesma credibilidade que as ditas repúblicas das bananas têm.

 

A nossa esquerda é a ralé ideológica de Portugal: muitas ideias, zero responsabilidade.