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PSICOLARANJA

O lado paranóico da política

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O lado paranóico da política

Sindicatos do Michigan vão mesmo ter de ser mais eficazes

Ricardo Campelo de Magalhães, 12.12.12

Detroit é uma das cidades mais decadentes da América. E porquê? Porque desde 1962 sempre teve um Presidente de Câmara do Partido que tudo dá depois de extorquir aos que têm a capacidade de criar riqueza. Conseguiu aliás ser pior que Cleveland, que já é mau suficiente para merecer uma série de vídeos da Reason TV sobre o assunto.

 

Consequentemente, Detroit é a cidade líder em Pobreza infantil (53,6%, à frente de Cleveland que tem um esperado 2º lugar), uma das líderes em abandono escolar (75% não terminam o secundário), a cidade líder em mortes em legítima defesa (2200% acima da média nacional dos EUA), onde se compem comprar casas por 80 Euros da população que foge, e é um exemplo - entre vários - de como NÃO deve ser gerida uma cidade ou um país. Colocou-se até a hipótese de em Dezembro de 2011 ser tomada pelo Governo Estadual - uma hipótese obviamente rejeitada pelo presidente de câmara, que é tipo o Sócrates ao cubo. Só para ilustrar: em 2010 queria deitar abaixo um quarto da cidade (ora aí estava uma oportunidade de crescimento económico, não é Sr. Paul Krugman?) Enfim...

 


Bem, e porque está Detroit nas notícias... agora?

Porque até agora, no estado de Michigan, ou se era membro de um sindicato ou têm de pagar umas taxas o que, na prática, leva a que muitos se tenham tornado membros de sindicatos mesmo sem grande vontade. Mas agora com o fim das taxas, vai haver claramente um incentivo a que muitos deixem os sindicatos, sobretudo na conjuntura económica actual.

E qual foi a estratégia da esquerda? Apanhados em minoria nas câmaras legislativas (!), retiraram diversos senadores e representantes (em protesto) e colocaram lá milhares (dependendo dos dias... chegaram a ser 12.500: vejam aqui as fotografias) de sindicalistas a berrar e a dificultar os trabalhos. Obama já expressou o seu apoio aos sindicatos. O movimento Occupy também.

 

No fundo, os sindicatos tinham os seus números garantidos. Agora vão ter de se esforçar para captar membros. E esforço era uma coisa que eles não estavam a contar fazer. Ainda por cima agora vão ser questionados os preços dos serviços e, como dizem os americanos, "no one wants to be the low bidder" - ninguém quer a austeridade nas suas contas.

 

Michigan sempre foi dos Estados com mais desemprego (foi dos primeiros a ficar roxo neste mapa) e esta é uma oportunidade histórica para atacar esse problema e, na verdade, tornar os sindicatos mais activos e mais eficazes - pois agora só terão membros se demonstrarem a sua utilidade ao apoiarem os trabalhadores nos seus problemas do dia-a-dia. Vai ser como exercício físico: custa, mas fica-se melhor no fim. Mas os senhores sindicalistas não queriam isso pois não?

 

 

 

Anexo: Right to Work states a vermelho. Sounds familiar?