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PSICOLARANJA

O lado paranóico da política

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O lado paranóico da política

O 'choradinho' e o Michael Moore Europeu

Miguel Nunes Silva, 08.08.12
o Michael Moore Europeu

Por vezes há acontecimentos que assustam. A SIC Notícias exibiu hoje um 'documentário' sobre a crise em Portugal intitulado "Os Caminhos da Incerteza" (francês: les Chemins de l'incertitude) realizado pelo Francês François Manceaux - se o realizador fosse Britânico ou Polaco, creio que o tom teria sido ligeiramente diferente...

O termo 'documentário' deve ser utilizado de ânimo leve porque aquilo nada mais era que um filme de propaganda e tendencioso com uma abundância de personalidades da Esquerda Portuguesa a fazer o choradinho de que Portugal está a sofrer muito com a crise e de que se o caminho da austeridade não é alterado, Portugal e a Europa correm o risco de desastre e desagregação. A objectividade foi para as urtigas.

 

Não vi ninguém a sugerir uma alternativa. Falou-se do eixo Atlântico de Portugal mas que eu saiba o Brasil ainda não se disponibilizou a ajudar Portugal com a sua dívida. Falando de dívida, a proposta implícita era que Portugal devia ser ainda mais ajudado pela Alemanha e demais economias robustas do norte da Europa.

Este documentário serve o propósito de tentar chantagear e intimidar os Alemães a arriscarem ainda mais dinheiro no sul.

 

Se há algo desprezível é querer enganar o povo com a banha da cobra: parece que afinal a austeridade não é inevitável! mas que boa notícia! o governo e a direita juntamente com os credores do país devem então ser apenas membros de um clube sádico que disfruta ao ver as pessoas a sofrer.

 

A esquerda deste país simplesmente não tem vergonha na cara. Depois do desfalque que o despesismo causou ao Estado, o que eles verdadeiramente querem é a solução que os Franceses implementaram ao elegerem François Hollande: fechar os olhos, enterrar a cabeça na areia e fazer o outsourcing das consequências de um estado social insustentável para a próxima geração.

 

O que a esquerda quer é demagogicamente culpar a América por uma crise que é Europeia e com alguma esperança ver os credores internacionais perdoar a dívida dos membros da UE como foi feito a algumas repúblicas das bananas durante os anos 90. Infelizmente ninguém à esquerda se apercebe que juntamente com facilitismos e saídas à chico-esperto (Sócrates estava tão bem como líder do PS) da crise, também ganham a mesma credibilidade que as ditas repúblicas das bananas têm.

 

A nossa esquerda é a ralé ideológica de Portugal: muitas ideias, zero responsabilidade.