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PSICOLARANJA

O lado paranóico da política

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O lado paranóico da política

Alegre?! Alegre. Alegre ...

Miguel Nunes Silva, 18.01.10

 

 

Que Manuel Alegre será o mais forte rival de Cavaco Silva nas próximas eleições já é bem claro. Mas é de pasmar que ninguém inquira o porquê...

 

O que oferece Alegre ao país? Já governou ele alguma coisa? Sabemos que foi deputado e militante mas experiência de governação? Nenhuma... Nem uma secretariazita de estado? Nada...

Edita algumas publicações no seu tempo e pouco mais embora a sua biografia oficial refira que "(...) participa esporadicamente no I Governo Constitucional de Mário Soares (...)", algo notável para alguém que nunca foi capaz de acabar a licenciatura...

 

É de louvar que a sociedade civil promova candidaturas de fora do mundo político mas se a experiência de trabalho é exigida a todos os recentes licenciados (que em muitos casos apenas a podem adquirir com estágios ou trabalhos não remunerados) porque não aos candidatos? 

Ora, para além dos seus dotes literários e da sua vida de militante, que tem ele a oferecer ao Portugueses? Poderíamos dar o benefício da dúvida, até porque as melhores ideias podem vir das pessoas e áreas mais insuspeitas, mas na verdade Alegre não tem uma única proposta concreta.

 

Sempre que procedemos ao exercício de conceber uma presidência Alegre, vemos as nuvens negras a avançarem no horizonte:

 

Alegre diz que se quer opor ao "bloco conservador" e que a direita quer monopolizar o poder executivo mas na verdade Alegre concretizaria isto mesmo para o PS (nem sequer para a esquerda), já para nem falar que um Presidente deve falar pelo Estado e por todos os cidadãos e não apenas pelos que não são "conservadores". Mas será que o Sr. Candidato não percebe que se está a assumir como tendencioso?

 

Nunca é bom sinal quando alguém se apresenta como contraposição mas que tem Alegre a oferecer de positivo? Oferece "(...) uma alternativa, de esquerda, mas também daqueles que não se conformam e que querem ver renascer a esperança em Portugal". 

 

Não é concebível proposta mais estéril e demagogicamente barata mas adiante, que tem ele a dizer da principal bandeira da actual Presidência - a economia?

"(...) citou Jorge Sampaio para dizer que há mais vida para além do orçamento".

 

Ou seja, em oposição ao programa de Cavaco de "cooperação estratégica" com o governo, e de vigilância e supervisão sensata a potenciais erros do executivo - Estatuto dos Açores, endividamento nacional - Alegre adivinha-se como um Presidente belicoso, qual elefante na loja de porcelana da política Portuguesa, sem sequer tendo a consciência de que o próprio Sampaio - tarde e a más horas - veio alertar para o problema da dívida, como que à procura de redenção.

 

Se um Sampaio indolente deixou o despesismo guterrista levar o país para o pântano, então que podemos esperar de alguém que numa altura em que o Estado Português bate recordes de endividamento, e na mesma semana em que as agências de rating penalizam Portugal, decide re-anunciar aos Portugueses que há vida para além do défice?...

 

Seria difícil que alguém que conta com o apoio do Bloco de Esquerda tivesse a mínima credibilidade mas mesmo depois de dado o benefício da dúvida a única conclusão a tirar é que Alegre não é nem nunca será ..."presidenciável".

A Ética Católica e o Desequilíbrio Normativo

Miguel Nunes Silva, 28.11.09

 

Há algum tempo atrás, vi uma palestra de Ayn Rand, proferida nos anos 60, em que ela explicava a dicotomia Capitalismo Comunismo ironizando que a “moral mística do altruísmo” é nefasta não só para a economia mas também para as liberdades individuais.

 

A ideia que Rand tenta fazer passar é que a moralidade não é um bom guia para a economia, que é uma ciência. A economia é amoral e enquanto ciência tenta apenas optimizar a produção, distribuição e consumo de bens e serviços. Nada impede que façamos o nosso melhor para ajudar os demais na nossa vida privada mas sacrificarmos a nossa performance económica em nome de princípios metafísicos é derradeiramente contra-producente para todos.

 

Nos países protestantes, a ética e a moral incutem isto mesmo na sociedade e o equilíbrio entre meritocracia e solidariedade é deixado ao governo bem como às IPSS.

 

 

O problema dos países de ética católica está em que existe um claro desequilíbrio filosófico pois tanto o governo como a sociedade professam o altruísmo moralizador. A doutrina social da Igreja inocula-o há milénios e o socialismo moderno pratica-o no executivo.

 

A consequência directa deste facto é que os valores levam a uma desresponsabilização geral da sociedade. Em Portugal não há condenados em grandes processos judiciais porque o direito português é excessivamente garantista. Também as carreiras políticas são longas já que todos têm direito a uma segunda oportunidade. Finalmente, a competitividade é fraca porque o empreendedorismo e o risco são vistos com maus olhos e como tal as universidades produzem empregados em vez de investidores, o processo legislativo produz rigidez (para protecção) laboral em vez de flexibilidade de mercado (leia-se investimento).

A quintessência deste desequilíbrio é o Partido Socialista. O partido que lutou pelas liberdades cívicas contra o Estado Novo e em cujos ideais a actual constituição mais se inspirou. O partido que se bate pelas causas progressivas mas cujos líderes são católicos. O partido que promete o modelo económico sueco mas cujos militantes privam com Chavez e Castro.

 

Na verdade, o socialismo é forte em países latinos precisamente porque a ética social deriva da matriz cristã-católica que prolonga valores medievais como a nobreza ou o auto-sacrifício em prol do colectivo.

 

A mentalidade cívica é incipiente no nosso país que em vez de pragmaticamente escolher o menor dos males na urna, prefere esperar pelo estadista carismático providencial, abstendo-se ou votando em branco. Ela é incipiente pois sistematicamente escolhe o sonho dos “Estados Gerais” ou do “Choque Tecnológico” – na vertente do “New Deal”, “Great Society” ou “New Frontier” – em detrimento da realidade.

 

Manuela Ferreira Leite disse “Prometemos apenas aquilo que sabemos poder cumprir”, Cavaco que “Portugal não pode continuar (…) a endividar-se (…) ao ritmo dos últimos anos”. No lado do PS, Jorge Sampaio afirmou que havia vida para além do défice e Sócrates que tínhamos que ser positivos.

 

O PSD falava para os cidadãos responsáveis, o PS falou para os Portugueses…

 

Cavaco tinha razão!

Margarida Balseiro Lopes, 30.07.09

Os Estatutos dos Açores contêm normas inconstitucionais, segundo o Tribunal Constitucional, dando razão ao Presidente da República, no primeiro braço-de-ferro que teve com Sócrates e o PS.
 
No acórdão, os juízes deram razão a Cavaco Silva nas objecções quanto à audição dos órgãos de governo regional em caso de dissolução da Assembleia Legislativa Regional e marcação de datas de eleições e referendo regionais e quanto à impossibilidade de a revisão do estatuto ser feita pela Assembleia da República e apenas por proposta do Parlamento Regional.
 
Mais um golpe de face para o Eng. Sócrates que vê assim goradas as tentativas de colagem do PR ao PSD. Desta vez foi o Tribunal Constitucional a pôr travões ao autismo e à prepotência do Partido Socialista.