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PSICOLARANJA

O lado paranóico da política

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O lado paranóico da política

FEEF ou FMI?

Ricardo Campelo de Magalhães, 01.03.11

 

A quem pensa "Bah, é o mesmo", gostaria só de salientar 2 ou 3 pontos que creio serem de relevo:

 

1. Com o FMI, é o fim do “Estado Social”, tão importante para o Marketing do PS: aquela instituição vai obrigar o Estado a pagar o que deve à banca e, como se pôde ver no caso Grego, isso implica fortes cortes na despesa. Com o FEEF, quem controla a atribuição do pacote é Klaus Regling, da Comissão Europeia (logo, próximo de Barroso). Com este "porreiraço", Sócrates terá maior influência nas medidas a tomar e os cortes serão menores.

 

2. Com o FMI, Sócrates terá de assumir a sua incompetência. Perde a face. E vê as suas contas auditadas, o que há que evitar a todo o custo (na perspectiva dele). Episódios como a Transferência do Fundo de Pensões da PT (o Estado leva 4000 Milhões ao Orçamento mas não contabiliza os encargos a que a partir daí está obrigado!) não serão mais aceitáveis. Com o FEEF, pode contar com a muito maior condescendência habituais da Comissão e do Eurostat, permitindo a continuidade da contabilidade "criativa" que tem vindo a praticar. E pode negociar silêncios e trocar favores, algo em que se sente peixe na água.

 

3. Sócrates ganhará uma bandeira. Já o ouço “Paramos o FMI! Foi em Portugal!”. Tudo marketing, pois o essencial (Portugal fez um esforço enorme para passar de um défice de 7.3% para um de 4.6% e nem quero pensar o que será necessário para passar a haver um pequeno superavit para nos permitir pagar alguma coisa da dívida) ficará na mesma. Mas depois de 2 países caírem, foi aqui que paramos o dominó da crise da dívida. WOW.

 

É por isso que me preocupa que, ao contrário dos casos Grego e Irlandês, os técnicos do FMI não nos tenham visitado em Fevereiro, mas apenas os da Comissão. A estratégia do PM para se manter no poder, onde ele se quer manter a todo o custo, está em curso. O país ficará com uma dívida monstruosa? Sim. O país terá um governo que nem os seus ministros apreciam? Sim. O país crescerá tanto na próxima década como na última (3º pior no mundo, atrás de Itália e Haiti, segundo Frasquilho)? Claro, pois nada foi feito e receita e protagonistas são os mesmos. Mas o país não interessa. Só a sobrevivência de Sócrates.