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PSICOLARANJA

O lado paranóico da política

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O lado paranóico da política

Alberto João Jardim, o Estimulador

Ricardo Campelo de Magalhães, 08.07.12

Jardim diz que é tempo de Portugal dar "um murro" na mesa de negociações da União Europeia:

Ao discursar na cerimónia de abertura da XXIX Expomadeira, Alberto João  Jardim referiu haver "caminhos para solucionar" o problema das dívidas dos  Estados soberanos. "É preciso que o Estado português, membro da União Europeia, com os  mesmos direitos dos outros da União Europeia, dê um murro na mesa e consiga  uma reunião mínima de países que proponha um alargamento dos prazos de pagamento  da dívida soberana e uma redução dos juros", defendeu. 

Para João Jardim, os juros teriam "como limite não prejudicar os depósitos que os aforradores têm na banca". O governante madeirense elencou, em seguida, uma série de medidas que, no seu entender, resolveriam a situação económico-financeira da União Europeia.

Essas medidas incluiriam a subordinação dos interesses financeiros aos interesses públicos e do Estado, a emissão de mais moeda pelo Banco Central Europeu para investimento e para fazer a economia crescer e gerar mais receita  fiscalmas com inflação controlada, o protecionismo extracomunitário, ou  a realização de uma "profunda reforma" em Portugal, da Justiça à Administração  Pública, no sentido da sua desburocratização. 

O presidente do governo regional defendeu igualmente a manutenção do  Estado social e a revisão do sistema de greves, bem como a descentralização e o reforço e alargamento das competências da autonomia política, porque "até agora foi um logro". Recusou ainda a ideia de o Estado dar prioridade à satisfação dos interesses  do sistema bancário em detrimento dos produtores de riqueza: "O meu Governo não aceita a estratégia de pagar primeiro à banca e à alta finança e só depois pensar na economia e naqueles que produzem riqueza, nem está para  ser colaboracionista neste caminho", frisou. 

Alberto João Jardim recordou que, entre 2007 e 2012, o Governo Regional  apoiou 2.600 empresas madeirenses, num total de 143 milhões de Euros. Salientou ainda que, desde janeiro, "o Instituto de Desenvolvimento Empresarial apoiou o mercado das empresas com mais 10 milhões de Euros". "Este apoio conseguiu, nesta fase social difícil, garantir a estabilidade  de 11.000 a 12.000 postos de trabalho", disse. 

Revelou ainda que, na Madeira, em 2010 foram constituídas 1.149 empresas  e dissolvidas 641, que em 2011 foram criadas 1.297 empresas e extintas 645  e que "até ao dia 15 de maio deste foram constituídas 446 novas empresas  e extintas 217". "A partir de fevereiro, e com o Plano de Ajustamento Económico e Financeiro,  o governo já injetou 140 milhões de euros no mercado regional para pagamento  de dívidas deste ano e de anos anteriores", acrescentou.  

O presidente da Associação Comercial e Industrial do Funchal (ACIF),  Duarte Rodrigues, chamou a atenção para o "enquadramento macroeconómico particularmente difícil" para as empresas madeirenses, mas frisou que, mesmo  assim, 79 aderiram à mostra das atividades económicas deste ano, agradecendo o empenho e a atenção dada pelo governo regional ao tecido empresarial.

Só cá faltava mais este a dizer disparates. Aqui ficam algumas ideias de perguntas para jornalistas "cubanos" que eu gostava de ver respondidas:

  1. Está a dizer que as dívidas dos Estados são diferentes das demais? Isso significa que quem quer que compre dívida estatal não deve esperar que esta seja paga?
  2. Portugal deve pedir mais anos para pagar... Isso significa que devemos estar mais anos em austeridade?
  3. A Finlândia já disse que talvez seja melhor sair do Euro do que andar a pagar países caloteiros... Acha mesmo que esses murros na mesa vão resultar? Com que base diz isso?
  4. Falou em "não prejudicar os depósitos que os aforradores têm na banca". Quer dizer que caso a Europa não altere as condições do empréstimo a Portugal as pessoas devem temer pelas suas poupanças em bancos Portugueses?
  5. Ao falar em "não prejudicar os depósitos que os aforradores têm na banca" não acha que isso é uma forma de chantagem?
  6. E ao falar em não pagar à "alta finança", não está a pôr em causa esses mesmos depósitos desses mesmos aforradores?
  7. Não acha que uma "emissão de mais moeda pelo Banco Central Europeu" e ter "inflação controlada" são objectivos mutuamente exclusivos?
  8. Como pensa resolver problemas regionais com medidas Europeias? Como vai justificar aos outros Europeus que devem pagar pelos excessos da Madeira? Está a implicar que os Madeirenses não têm a capacidade de pagar as suas dívidas e que por isso tem de ser impressa moeda para ajudar?
  9.  Se até hoje défice atrás de défice para financiar estímulo atrás de estímulo resultou na situação actual, porque acha que a solução é mais dívida e mais estímulo?
  10. Com o défice o número de empresas criadas foi superior às que fecharam. E quando tiver de pagar essa dívida, não vão fechar mais do que abrir? Se com a situação actual - com as contas ainda deficitárias - o desemprego já está a aumentar, como acha que vai ser o saldo no final?

Para quando perguntas como estas?

Jardim, o Keynesiano

Ricardo Campelo de Magalhães, 24.09.11

Não é piada! Leiam o artigo.

 

Eu também não sei porque é que os Keynesianos do Continente criticam o Keynesiano da Madeira. Afinal, como dizem no Blasfémias...

- Alberto João Jardim defendeu o Estado Social madeirense.

- Alberto João Jardim apostou no investimento público para sair da crise.

- Alberto João Jardim não estava mesmo disponível para governar com o FMI.

- Alberto João Jardim já desceu o défice antes e sabe como fazê-lo.

- A Madeira teve que enfrentar a crise internacional.

- A Madeira é vítima das agência de estatística do Continente.

- O temporal de 2010 não foi suficiente para estimular a economia.

- A Madeira não precisa de ajuda.

- Ao contrário do Continente, a Madeira aposta  no emprego público bem remunerdado.

- A atitude economicista do governo central em relação à Madeira é tão odiosa como o comportamente de Merkel em relação aos PIIGS.

- "Há vida depois do défice": Na Madeira não há obsessão pelo défice. E relembramos que a obsessão pela dívida gera efeitos recessivos, como o mostram as medidas da troika no continente.

 

E depois... quem garante que a oposição é melhor? =P