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PSICOLARANJA

O lado paranóico da política

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O lado paranóico da política

Best of 2012: Política Nacional

Essi Silva, 30.12.12

Decidi fazer um top 10 dos acontecimentos que marcaram o 2012 político em Portugal. Se quiserem poderão sempre trazer mais contribuições à caixa de comentários.

 

 

 

 

 10. RTP, RTP, RTP

Com privatizações ou não privatizações, o que vale é que a nossa televisão nacional é um estouro! Até o coitado do director de informação se demitiu! Sempre pensei que a nossa televisão pública fosse composta por dois canais generalistas mas o conteúdo afinal é mais na ordem de comédia. 

 

 

 

 

 

 

 

 

9.  Secretário de Estado da Saúde e os portugueses maus que dependem demasiado do SNS

 


Até percebo o que o Exmo. Sr. Secretário quis dizer. Mas era desnecessário. Foi uma afirmação pouco feliz. E mais: acho que seria muito mais importante/relevante, o Ministério andar em cima das Administrações a perceber porque raios é que quando pago 20€ de taxa moderadora me prescrevem medicamentos que são incompatíveis com as minhas demais patologias e nem me fazem um diagnóstico ou exames; quando há médicos a ganhar balúrdios com horas extraordinárias, do que cortar a regra e esquadro porque gastamos e vamos muito ao Sr. Dr. 

 

 

 

8. Cândida Almeida e a caça às bruxas

 

Quando o BPN dá no que dá, o Mário Lino e o Sócrates andam por aí a passear (o último a fazer jogging em Paris), o processo Freeport foi um flop mas o contribuinte continua a gastar em processos crime por enriquecimento ilícito, corrupção e afins; que as poucas provas exibidas antes dos arguidos serem avisados e sucessivas contradições dos mesmos, convencem, pelo menos o contribuinte da mínima sujidade dos intervenientes; não percebo como é que se afirma que não existe corrupção em Portugal. Certamente que a visada mora num país diferente do meu.

 

 

 

 

 

 

 

7. O Povo e a Manif de 15 de Setembro


 É bom saber que os portugueses não estão a dormir. Independentemente de possíveis confrontos e manifestações de violência das manifestações que se seguiram, o ponto principal é que a soberania é do povo e nós não somos tão passivos assim. Não quer isto dizer que andemos a partir tudo para provarmos o que pensamos. Não obstante a ligeireza com que nos manifestamos, estamos lá para relembrar ao governo e aos deputados, que quem paga os seus salários são os contribuintes. E para tirar fotos bonitas, como é claro.

 

 

 

 

6. Há PS e PS's - Porque não te calas? vs. Mea culpa

A JSD esteve muito bem na resposta que deu a Mário Soares. Percebo que haja quem tenha ficado ofendido: afinal de contas, devemos ter clemência por quem tem Alzheimer e Tourette. Ah pois, mas não, não é o caso. É altura de sua Exca. olhar para o que fez, o que ainda faz e ser humilde. 

Mas, para compensar, Guterres esteve muito bem ao reconhecer que cometeu erros na sua Governação. Só por isso, o PS não acaba com a pontação tão negativa (Seguro - 100; Soares -1000; Guterres +100; Burlão da ONU -2)

 

 

 

 

 

 

5. Bye-bye Louçã

 

Foi uma boa tentativa de golpe de asa dividir o poder no BE por duas pessoas. Tentou vender-se como algo de novo. Não é.

 

 

Será que vai resultar? Até agora parece ter deixado muitas dúvidas e ainda dará muito que falar.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

4. Together forever? Portas e travessas, OE 2013 e afins


 Pois é, nuestros amigos de coligação estão a fazer desta governação uma aplicação prática dos ensinamentos d'O Último Tango em Paris. (quem viu o filme percebe de certeza a analogia -  para quem não viu, são precisos dois para dançar o tango e neste caso, também há um a levar por...tabela...). Ou estão on board, ou não estão.

E já agora, não querem fazer um saneamento ali ao Portas? É que o diz que não disse, não sei, sou inocente, já não funciona. 

 

 

 

 

 

 

3. Centralização e concentração ou Lisboa vs. Porto


 É um tópico novo nos media, mas anda por aqui há muito tempo. Com a remodelação da Administração pública e de muitos serviços ligados ao Estado, não é só o interior a penar com a crise, o Porto também sofre. E injustamente. Palmas a Paulo Rangel e a Rui Moreira por levantarem bem as suas vozes por quem se sente injustiçado. 

 

 

 

 

 

2. Equivalências de Miguel Relvas


 

A lata de um Ministro que afirmou que Sócrates devia ter vergonha, que não sai do governo e ainda se ri devido à sua impunidade, é um escândalo. Não fosse a gravidade da situação, até teria piada, mas só prova que a geração que nos governa, está preocupantemente mal preparada e formada. E pior do que isso, é não ser caso único. Sim, porque não foi culpa do Relvas que a situação tenha sido possível: foi do legislador e da universidade. Mas vá, estas falhas de preparação académica explicam a falta de conhecimento no que toca aos princípios da vida política, nomeadamente o facto que se fazemos pressão à imprensa, devemos fazê-lo com cuidado e de forma a não dar "cana".

 

 

 

 

 

 


1. Os remates de Vítor Gaspar.

Para o bem e para o mal, a figura de 2012

O Governo, de facto, fez uma má contratação no que toca a Vítor Gaspar. É que parece mesmo que faz os remates todos, mas nenhum deles entra na baliza. Exemplos disso são a TSU e a tristeza que foi aquela hesitação; o corte dos subsídios aos funcionários a que o Tribunal Constitucional disse "not gonna happen"; ou, o último remate, a publicação de uma portaria que faz referência a um diploma que, aparentemente, não existe. Quando é que mandam este jogador para o banco? É que qualquer dia o país dá ao Governo um GAME OVER. 

 

 

 

 

 

 

Anheuser for President

Miguel Nunes Silva, 23.11.09

=Spoiler Alert=

 

 

Sou da opinião que as megaproduções de Hollywood deixam sempre algo a desejar em termos de argumento. Quando contratam bons e famosos actores, as minhas suspeitas tornam-se certeza quase absoluta.

 

Levaram-me ao cinema este fim de semana. Nada me suscitou interesse e porque não estava com pachorra para ver mais um chick flick, decidi arriscar sozinho no 2012.

 

Saí a pensar que a experiência, apesar de tudo, poderia ter sido bem pior. 2012 desilude pela gigante previsibilidade e pela narrativa hollywoodesca a qual, como sempre baseada nas epopeias gregas, nos apresenta um herói encarnando os valores nacionais americanos. Todas as personagens moralmente reprováveis são punidas pelo destino – e sobretudo pela morte, nos filmes catástrofe – e os heróis moralmente rectos e fisicamente atraentes, vêem a sua conduta idealista recompensada.

 

2012 não é tão mau como poderia ser porque sendo um filme universal, no meio de todo o limar de arestas que o permitem ser um filme para toda a família, não deixa de fazer o espectador reflectir. Em 2012 não temos um mas sim dois heróis e correspondente quantidade de vilões. Para mais facilmente gerar empatia entre os espectadores, temos o average Joe, um pai americano a tentar salvar a família e temos ainda Adrian Helmsley (desempenhado pelo brilhante actor Chiwetel Ejiofor – fiquei fã depois dos primeiros 10 minutos do filme “Serenity”) o cientista que – verdadeira antítese Obamiana do Dr. Strangelove e talvez uma tentativa de purgar a imagem do génio maléfico de sotaque alemão – consegue salvar a humanidade enquanto seduz a filha do Presidente dos EUA. Do lado negro temos um multi-milionário Russo personificando o egocentrismo e o oportunismo, em tempos de tragédia, e ainda Carl Anheuser (interpretado pela belíssima escolha Oliver Platt - é preciso vê-lo em “Huff”), o Chefe de Gabinete do Presidente, que é representado como um maquiavélico cobarde.

 

Aquilo que é aberrante nesta narrativa em particular, é que sempre que o cientista Helmsley confronta o político Anheuser com os métodos inumanos que este último emprega, o político deixa o cientista sem palavras face aos seus argumentos. No entanto, a mensagem que passa é a perversidade de Anheuser e as boas intenções de Helmsley.

 

No clímax do filme, Anheuser recusa-se a autorizar a entrada no super paquete de fuga, a muitos milhares de refugiados quando faltam 15 minutos para o impacto do oceano que varre o mundo. O cientista Helmsley desafia a hierarquia do navio e exige que as comportas sejam abertas para acolher os refugiados, desencadeando assim uma sequência de eventos que acabará por pôr em perigo o navio americano bem como outros.

 

Por conseguinte, o espectador recebe a mensagem que os políticos são maus e que a hierarquia pode e deve ser desrespeitada em circunstâncias de catástrofe.

 

        No fim, a única pessoa que tem o discernimento e a presença de espírito para desenvolver e ser consequente no empreendimento da continuação do governo e no projecto de repopulação do planeta, passa a mau da fita, e o indivíduo que cede às emoções e põe todos em perigo é elevado a herói e acaba com uma igualmente atraente ingénua…