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PSICOLARANJA

O lado paranóico da política

PSICOLARANJA

O lado paranóico da política

Tribunais - II

Essi Silva, 05.04.13
Supostamente o Tribunal Constitucional serve para fiscalizar a aplicação da Lei máxima no nosso país, a que carinhosamente chamam de Constituição.

No entanto, o TC, composto por juízes eleitos pela AR e outros cooptados - tipo captação - parece defender mais uma lei, que o futuro sustentável de um país.

Do ponto de vista formal, não acho transparente, democrático ou objectivo, a composição do Tribunal Constitucional partir de:
a) eleição de 10 juizes pela AR
b) Cooptação dos restantes 3 pelos anteriores
c) só seis deles (em 13) devem ser magistrados, podendo os demais ser juristas

Ou seja, os partidos decidem quem lhes dá mais jeito que se vá passear pelo TC. E os que são escolhidos seleccionam outros amigos para lhes fazerem companhia.
Para além disso, só seis destes deverão ser magistrados, podendo os demais nunca ter passado pela experiência de julgar.

Na vertente material, acho uma pouca vergonha que tipos que - salvo erro - não abdicaram dos seus subsídios (segundo o art. 2º-2 do Estatuto Remuneratório dos Titulares de Cargos Políticos) venham com um ar moralista defender com unhas e dentes subsídios dos outros, nomeadamente dos seus amiguinhos, pondo em causa a sustentabilidade de uma geração futura.

Sim, é que para tapar aquela cratera de receita que o Governo acabou de perder, o mais provável é subirem os impostos. E eu não tenho uma reforma de 4000€ para poder pagar mais impostos.

Portanto acabem com o Tribunal Constitucional e já agora renovem o Estatuto Remuneratório dos Políticos, que aquilo é uma vergonha.

Ah sim, e para aqueles que defendem que a CRP tem de ser respeitada até ser reformada - o que é urgente, de modo a adequar os direitos e deveres à realidade - eu sei que a vigência da lei é tratada no Código Civil, que é usado analogamente, mas será que se tem de aplicar uma disposição legal que coloca em risco o futuro de várias gerações?

Tribunais - I

Essi Silva, 05.04.13
Bem sei que estou a correr o risco de uma expulsão ou pelo menos de uma carga de pancada, mas devo admitir que foi com algum prazer que soube hoje que um Tribunal Cível de Lisboa tinha rejeitado o recurso de Fernando Seara.

Não é que desgoste particularmente deste, até acho que é um bom candidato.
Mas estou mais que cansada das brincadeiras e dos braços de ferro do PSD, em especial pelos lados de Lisboa.

É que existia o risco das candidaturas de Seara, Menezes, Costa e afins, serem impedidas pelos órgãos judiciais. E o partido fez zero, para precaver uma solução atempada do problema. Esta teimosia de interpretar a lei conforme o que dá jeito a um partido ou a outro, ia dar problema.

A lei impede que se apresentem candidaturas, após três mandatos autárquicos. Para quê tentar dar a volta à lei, com interpretações restritivas e extensivas? Só fica mal.

Mas não é só o braço de ferro com a lei que impressiona negativamente. É também a imposição de determinados candidatos devido a negociatas e caciquismos, que arriscam ainda mais levarmos uma derrota soberba ao nível autárquico.

E já agora, porque raios é que andaram a interpor recursos país fora, nomeadamente em Tavira? Que teimosia! Que gasto de recursos!

E se Seara, Menezes (o tal que segundo ouvi dizer andou a confortar os militantes com mensagens de distanciamento da situação de Seara - a lei por ventura terá uma aplicação limitada ao território de Lisboa?) e Costa não se puderem mesmo candidatar? Quem os substituirá na corrida? Haverá tempo? Ou vamos pelo método "fazer agora, pensar nas consequências depois?"

Enfim.

OI?! - Parte PSD/Gaspar

Essi Silva, 21.03.13
Mudem a medicação do PSD. E do Gaspar também.

O PSD, e como bem relembrou Teixeira dos Santos, ratificou e contribuiu na redacção do memorando da Troika. Para além disso, assumiu-o no seu programa eleitoral, praticamente com copy-paste de algumas medidas. Defendeu o memorando com unhas e dentes, incluindo medidas que iam além da proposta da Troika, porque achava que o memorando era bom mas não era óptimo.
E AGORA VEM DIZER QUE AFINAL O DOCUMENTO FOI MAL DESENHADO?
Mas está tudo louco?
Quase dois anos de governação de braço dado com o memorando e a Troika depois, o documento foi...mal desenhado?!

A sério. Metam-se num buraco e não saiam de lá. Declarações destas não são ridículas. São um ESCÂNDALO!
Espero bem que o meu partido esteja orgulhoso de ter eleito um Governo, que primeiro pede aos portugueses para darem tudo o que têm e depois diz que a sua Bíblia, afinal de contas não é tão boa como afirmava!

(E agora vou beber qualquer coisa, a ver se me acalmo!)

OI?! - parte Sócrates

Essi Silva, 21.03.13
Sou toda a favor da liberdade de expressão e informação. Se o Sócrates é contratado para comentar e dar a sua opinião, não tenho nada contra. Posso não gostar dele, ou concordar com a sua governação, mas cabe-me a mim decidir se ouço ou não o comentário.
Agora, coisa que NÃO ACEITO, é que ALGUÉM QUE CONTRIBUIU PARA A FALÊNCIA DE UM PAÍS, seja contratado pela TELEVISÃO PÚBLICA que todos nós pagamos, em impostos e em contribuições áudio-visuais e afins.

Não basta o que ele ganhou e ganha, ainda temos todos de pagar por ouvir as suas opiniões?????
Se isto é interesse público, vou ali e já venho. Ou então emigro mesmo e paro de pagar impostos para sustentar estes parasitas...

(Desculpem o CAPS LOCK mas houve qualquer coisa em mim que implodiu!)

Pois é! Direitos sociais vs. Trabalho

Essi Silva, 18.03.13
  O TRABALHO É A MELHOR SEGURANÇA SOCIAL

É uma excelente premissa lançada pela juventude do KOK (o partido mais próximo do PSD na Finlândia).
Gosto mais desta ideia do que dos múltiplos direitos sociais e obrigações estaduais decorrentes da Constituição. 
Afinal de contas, não deverá o trabalho e a produtividade ser recompensada?
A campanha dirige-se aos jovens, mas aplica-se a todos. Agora é preciso que todos consigam encontrar trabalho e ter condições para produzir. 

Eu acredito no mérito. E o mérito deve ser recompensado.
Será que a crise é um obstáculo ao mérito? Acho que não. E vocês? 
Concordam com esta premissa? Deveremos garantir direitos sociais iguais a todos, independentemente de produzirem ou não? A crise é obstáculo ao mérito e à vontade de produzir?

Poeira...

Essi Silva, 14.03.13



  Depois de ter visto este vídeo, acompanhado das minhas aulas de Introduction to Global Law e da fantástica sessão promovida pelo Psico com o Ricardo e o André no mês passado na Maia, não podia deixar de analisar os circunstancialismos que minam o investimento estrangeiro, com especial foco na questão legislativa/constitucional.

A razão pela qual muitos dos nossos legisladores combinam a política com a formação em Direito, deve-se essencialmente ao espectro formativo que o curso abrange. Mas é notável a falta de formação em matéria política - sobretudo do ponto de vista histórico - e económica. Ter uma cadeira de Introdução à Economia não é o suficiente para perceber como uma simples lei pode afectar com gravidade o mercado e a sociedade. 

Na aula de Global Law começou-se com a premissa que a Globalização está, indubitavelmente, a alterar o paradigma constitucional dos estados. Sobretudo do ponto de vista da soberania e do território. Não me vou aprofundar nesta questão, mas vou sim abordar um tópico que foi suscitado aquando se discutiu a influência das agências de rating na soberania dos Estados. 

Pegando neste vídeo e analisando a questão do ponto de vista legal e constitucional, sejamos claros: o mercado europeu não pode competir com o mercado americano, enquanto tivermos um principio de liberdade económica nos Estados Unidos, em comparação com Estados como o português, no qual o Estado, devido a princípios de índole socialista e de protecção ao Estado Social, intervém esquizofrenicamente, do ponto de vista legal, no mercado e na vida do cidadão. 
Se compararmos com a Constituição Alemã, que contém uma norma a encaminhar o funcionamento estatal para um sistema social/socializante; Portugal tem inúmeras normas constitucionais de protecção ao Estado Social e de direitos sociais, como é, por exemplo o direito à habitação que cria mais do que um direito, um dever sobre o Estado de promover a igualdade entre os cidadãos nesta matéria. Dever esse, que devido aos múltiplos diplomas legais que incidem sobre o arrendamento urbano, levou a maiores distúrbios e a uma maior desigualdade entre os cidadãos portugueses.

Nenhum investidor são da sua mente pode querer investir num país, no qual as leis mudam à velocidade da luz, minando o conceito de Segurança Jurídica. E se abordarmos a questão fiscal, mais grave é a situação. 
E quando temos um sistema judicial do ponto de vista administrativo e fiscal, lento e com a premissa "paga agora, dou-te razão depois", no qual o Estado está muitas vezes de má fé (culpando sistemas informáticos, que nada têm a ver com as reais ordens que os funcionários recebem), aliado a processos extremamente burocráticos quando se trata de questões que envolvem financiamento. 

Lamento, mas estes vídeos de apoio ao investimento estrangeiro são nada mais que poeira para os olhos. A beleza do país e a língua falada por milhões não são pesos suficientemente importantes na balança, quando competimos num mercado global como o actual. É preciso legislar menos, colocar menos obstáculos e sobretudo ter muito cuidado quando se promovem igualdades. Por vezes remediar é pior. 

Os banqueiros não são cidadãos...são uma cena à parte

Essi Silva, 05.03.13
Só pode. É que se são coitadinhos, por verem as suas reformas a serem afectadas por uma taxa de contribuição social, que se destina a igualar as dificuldades dos mais pobres, então não entendo porque é que as usa reformas sao pagas pela Segurança Social e não por uma entidade privada. Maus são os pobres, esses é que devem pagar a crise.

Para quando colocar um tecto máximo às reformas???

Tópicos sobre a liberdade

Essi Silva, 20.02.13
1º - O Direito à Liberdade de expressão e de manifestação é consagrado constitucionalmente, não podendo ser limitado à excepção de quando é usado abusivamente. Cometer crimes (como a agressão ou a difamação) em nome da liberdade de expressão, não pega. Fora a existência de uma figura no Código Civil, que tem como função gerir conflitos e regular o normal funcionamento da vida em sociedade e entre privados, chamada Abuso de Direito. 

2º - Mesmo que assim não fosse, mesmo sem princípios tipificados ou salvaguardados na lei, nacional, europeia, comunitária ou internacional; existe algo chamado respeito e regras para o bom funcionamento da sociedade. São aqueles princípios que nos incutem em crianças do género de não falar com a boca cheia, não mentir e respeitar o próximo. 

3º- Estes meninos nem sequer têm idade para ter passado por uma ditadura, nem para perceberem o valor da canção que entoam, mas aparentemente querem impor a sua maneira de pensar a todos os outros (não é essa uma forma de totalitarismo?), impedindo os demais de assistir ao que um Ministro eleito tem para dizer, do ponto de vista informativo. 

4º- Pior que isso, é impedirem que os portugueses ouçam o que os seus representantes têm para dizer ao nível de políticas a aplicar, como foi o caso da interrupção do discurso de Paulo Macedo - de longe um dos melhores ministros deste governo, com uma tarefa extremamente difícil, mas que tem desempenhado com o máximo de competência possível. Os portugueses são mais que aqueles jovens, que decidiram que a sua rebeldia vale mais que a comunicação de quem nos governa, com os restantes cidadãos. 

5º - Como aponta o José Pedro Salgado, algures nas redes sociais, este tipo de medidas têm naturalmente como consequência a falta de vontade dos governantes em comunicar, em aproximar-se do povo, reduzindo obviamente a transparência e a liberdade de se expressar como democraticamente têm direito (e dever). É o que apelidam como asfixia democrática. 

6º - E não se iludam quando apontam defeitos a Miguel Relvas. Não falamos aqui dos defeitos dele, falamos sim de respeito. Que é coisa que os meninos, que não só cantaram, mas também optaram por vias como a agressão, não sabem o que é. 

7º - Estão descontentes? Votem. Façam abaixos-assinados. Participem civicamente. Mas não me venham cá com tretas sobre a democracia porque nada justifica violência e faltas de respeito a um representante da Nação. E peçam a alguém para vos dar educação. Estão mesmo a precisar.  


Talvez esta música se adeque mais aos tempos de quem canta a Grândola.