Hoje: eleições na Turquia
A primeira curiosidade é pela primeira vez nas eleições turcas estarem a ser utilizadas urnas transparentes como método de prevenção de qualquer alegação de fraude.
Outra curiosidade é que dos quinze partidos a participar nas eleições só elegem deputados os que obtiverem pelo menos 10% dos votos. Significa isto, que se a mesma regra vigorasse em Portugal o BE e o PCP estariam de fora.
Tudo indica que o AKP (Partido da Justiça e do Desenvolvimento), partido conservador e de origem islâmica moderado, irá ganhar por esmagadora maioria, com a reeleição do primeiro-ministro Recep Tayyip Erdogan.
A grande expectactiva prende-se com a dimensão dessa vitória - se o AKP conseguir eleger 367 deputados (2/3 ou mais dos assentos parlamentares) terá maioria absoluta e poderá implementar uma nova Constituição sem necessidade de referendo. A actual Constituição turca é de 1982, foi concebida após o golpe militar de 1980 e sofre de um cariz fortemente militar, que se pretende retirar.
Apesar de ter sido pouco comentado ultimamente, a Turquia ainda mantém cerca de 57 jornalistas presos e ocupa o 138º lugar no ranking da liberdade de imprensa dos Reporters without Borders.
Uma nova Constituição é um passo importante, as questões que se levantam são se a Lei Fundamental não teria mais a ganhar se fosse o resultado de diálogo e de negociações.
Aguardemos os resultados!