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PSICOLARANJA

O lado paranóico da política

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O lado paranóico da política

Nem todos sabem que o PS não tem programa, só os que o leram!

Rui C Pinto, 01.06.11

O João Galamba anda muito irritado porque ninguém reconhece ao Partido Socialista um programa! Eu concedo que de facto o PS tem um programa, o problema é o que diz o programa... É uma obra de ficção pouco credível, com uma trama extremamente criativa e conclusões necessariamente alucinadas...

 

Curioso, também, é o novo spin eleitoral do PS: a tentativa de defesa do governo como garante de estabilidade e harmonia social. Já estamos habituados a isto. Oh, se estamos! Isto é só o aquecimento... Falta pouco para bradarem com o fascismo... Já sabemos que sempre que o PS se vê em maus lençóis nas sondagens, desce-lhes no corpo o fantasma de Cunhal e desatam a combater a ameaça da ditadura. É previsível, pífio no resultado, e sobretudo marca de desespero... Ao menos, no passado, esse apelo fútil era canalizado por um dos gurus de alta patente tipo Soares ou Alegre. Mas já nem esses estão para fazer o número, tem o Costa que se dar ao frete...

 

António Costa avisa: só o PS é capaz de aplicar o programa da troika sem contestação social, porque só o PS é capaz de trabalhar e dialogar com sindicatos e associações patronais. João Galamba explica: o governo mostrou-se capaz de negociar com sindicatos e patrões compromissos sociais alargados nesse mítico acordo tripartido alcançado um dia antes da votação do PEC4 no Parlamento, o que prova a sua capacidade de diálogo para o futuro e nos garante a passagem pela austeridade da troika como se de uma tarde de Domingo na Comporta se tratasse (com sangria de Champanhe na Ilha do Arroz e jantar na Praia do Peixe incluídos). 

 

António Costa e João Galamba apostam forte na nossa falta de memória! Mas é para isso que cá estamos... Para lhes lembrar que o Acordo conseguido a 22 de Março deste ano foi feito depois da maior estrutura sindical do país ter abandonado o diálogo com o governo, e com um dos cinco assinantes do acordo a considerar a validade do acordo dependente da continuidade do governo... Aqui fica, para exercicio de memória a brilhante capacidade negocial deste governo... 

 

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