O grande desígnio
Stephen Hawking, no seu último livro "The Grand Design", fala-nos da ideia de Deus e da criação do Universo. Fala ainda da irrelevância em que terá caído a filosofia, por não ter acompanhado o desenvolvimento científico dos últimos 30 anos. Diz-nos que desde finais do Século passado e durante o próximo Século a ciência continuará a iluminar o caminho para a definição do homem.
Esta é, sem dúvida, uma verdade incontornável. Desde Popper, nenhum filósofo acompanhou o desenvolvimento da física, da química ou da matemática. Este vazio de pensamento indutivo esvaziou o debate filosófico a um discurso dialético ciência vs. religião, que não constrói, antes destrói, consensos. Nem mesmo os desenvolvimentos na biologia e medicina... Ainda hoje um investigador português mostrou ao mundo um fígado sintético, produzido por si a partir de células humanas com potencial para transplante dentro de 5 anos. Entretanto, os primeiros chips para extensão de memória humana poderão surgir dentro de poucas décadas... É urgente reflectir sobre a ciência dos últimos 30 anos, sistematizar as suas descobertas e avaliar o seu caminho. A ciência precisa de um debate constante na sociedade civil acerca das consequências dos seus desenvolvimentos.
Do recente livro, deixo algumas das reflexões mais impressivas e que subscrevo:
"It is not necessary to invoke God to light the blue touch paper and set the Universe going"
"(...) the Universe can and will create itself from nothing"