Quinta-feira, 4 de Novembro de 2010
José Sócrates é um Criminoso de Guerra
O que é um criminoso de guerra? Alguém, normalmente numa posição de liderança, que viola de forma gravosa e intencionalmente, leis nacionais ou internacionais, fazendo uso de uma conjuntura de conflito para facilitar os seus actos ou mesmo encobri-los.
No geral, os criminosos de guerra incorrem em crimes perseguindo objectivos outros que não a vitória militar. Em certos países a motivação por detrás dos ‘crimes’ até é laudável, sendo que limpezas étnicas ou genocídios, por mais horrendas e abjectas são acções cuja lógica distorcida é a de servir um objectivo ‘patriótico’ ou ‘nacional’. Mas há também crimes de guerra que são pura e simplesmente actos de rapina e de ganância pessoal, sociopaticamente desprovidos de qualquer noção de empatia como é o caso das cleptocracias do terceiro-mundo.
No ‘combate ao défice’ na ‘luta pelo futuro’, no ‘combate à crise’ Sócrates sagrou-se um criminoso de guerra, e um da segunda vertente que referi. Faço-me explicar: ao abrigo da narrativa da crise internacional, José Sócrates, Primeiro-Ministro de Portugal, faliu o país cuja soberania jurou assegurar.
Em 2008 e 2009, Sócrates e o PS fizeram uso da crise internacional para implementarem um plano insidioso de deslumbramento do eleitorado: aumentos de salários, baixa de impostos, grandes obras públicas, aumentos das prestações sociais. Assim, a subida do salário mínimo, TGVs e cheques-bébé, retoricamente justificados como neo-Keynesianismo para reacender a chama-piloto do crescimento económico nacional, fizeram aquilo que serviu os propósitos do PS e de JS: comprar a reeleição ao Partido Socialista.
Claro que então, a economia Americana sofria com uma bolha imobiliária, com desregulação financeira, e com despesa militar galopante, tudo problemas estranhos a Portugal, facto confirmado pelo PM que tão insistentemente gabou o sistema bancário Português de não padecer das mesmas maleitas do Americano. Isto no entanto, não o impediu de aplicar o mesmo remédio de Obama… curioso.
Foi um desempenho consequente, premeditado e metódico. O único imprevisto foi a falta de escrúpulos ainda maior de um outro senhor da guerra – Grego – uma guerra suja económico-eleitoralista que acabou por expor os crimes de todos os senhores da guerra e pô-los a todos no banco dos réus dos tribunais – financeiros – internacionais.
Sócrates e a liderança do PS tinham bem ciente o endividamento galopante a que tinham sujeitado o país desde a era Guterres mas estes senhores da guerra calculavam que as valas comuns só seriam descobertas décadas mais tarde e que usufruiriam do fechar-de-olhos das grandes potências – da zona euro – enquanto o cão de água Português se aninhasse aos pés da poltrona Alemã e ladrasse no timbre de Bruxelas.
Pergunta: se Oliveira e Costa foi posto em tribunal por ter arruinado o próprio banco com negócios indevidos, se a sociedade não lhe reconheceu credibilidade na sua culpabilização dos sócios e da crise internacional, porque não fazer o mesmo a José Sócrates?
De
jfd a 4 de Novembro de 2010 às 08:13
Muito bom !
Duas notas:
1ª Até ao segundo parágrafo, e quem sabe alguns factos do terceiro, substituindo Socas por Bush, Portugal por EUA e também era a mesma coisa correcto? ;))
2ª Será que podemos, de facto, como Povo, levar este pulha a Tribunal? Ou o Direito é assim tão torcido que nem com um 1 milhão de assinaturas vamos lá?
Realmente desde há uns dias para cá nota-se que a narrativa socialista perante a comunicação social anda muito bem concertada no que se refere à comparação da desgraça dos outros países. Mas ainda não houve um jornalista com espinha, tomates ou ovários que tivesses dito a um desses canalhas; com o mal dos outros podemos nós bem.
*atenção escrevi Povo com p grande ;)
Não vejo as coisas da mesma maneira.
Em que é que a invasão do Iraque foi um ganho pessoal para Bush?..
De k a 4 de Novembro de 2010 às 10:38
lol.
post digno da esquerda radical! :D
De
jfd a 4 de Novembro de 2010 às 11:27
Kredo!
O nosso Miguel? Nem pensar!
O nosso Miguel é conservador, tá?
De
jfd a 4 de Novembro de 2010 às 12:04
Isso é facto ou opinião?
Não sei. Se calhar vocês saberão julgar-me melhor que eu...
De
jfd a 4 de Novembro de 2010 às 11:28
Em que é que a invasão do Iraque foi um ganho pessoal para Bush?..
Como eu sei que a pergunta é séria, não vou responder com o habitual Are you joking me.
Com tempo voltarei para dar uma resposta ao Exmo!
De Inês Tavares a 4 de Novembro de 2010 às 16:04
Sócrates só será preso, se o sistema judicial não estiver nas maõs da mesma clique que o pôs no poder, para ele ajudicar as obras às suas (deles) empresas, ou às em que eles são os diriectores.
Ainda a propósito de eu ser conservador:
Em geral dou-me bem com comunistas. Não fora o cariz subversivo e a loucura económica e até poderia ter ido po outro lado...
Portanto sinceramente não sei como me classificar. Para verem que voltas a minha mente anda a dar recentemente, até já nem sei definir 'conservador' ou 'progressista'...
Inês,
Aquilo que me enfurece mais não é Sócrates ser como é, cada um tem a sua personalidade, as suas forças e fraquezas. Aquilo que me enoja é como o PS o escudou e cobriu já depois de ter ficado vista o mal que ele estava a fazer ao país. Isto não é de quem ponha primeiro o interesse nacional.
De Inês Tavares a 4 de Novembro de 2010 às 20:44
Miguel:
- à clique não interessa o interesse nacional, nem sequer o dos cidadãos individuais, sem o cunho nacional. O que lhes interessa é controlar um grupo de pessoas, que tratam pior do que escravos, e que para os fazer felizes deve ter fome e andar descalço. Isto foi-me dito por ideólogos da tal clique. A mesma onde são membros os srs dos tribunais; das empresas que vivem à custa do estado; e que tem o Sócrates como cabeça de turco, ou como diria o Marques Mendes (a propósito de outra situação): «idiota útil»
De
jfd a 31 de Janeiro de 2011 às 15:03
Olha fiquei a dever aqui uma resposta :P
Mas por esta altura penso que já saberás ao que me referia !
penso que sim: a questão do petróleo não é.
mas continuo a achar que essa não pega.
quando muito a guerra garantiu-lhe a reeleição mas mesmo isso ñ estava assegurado (ver Bush 41)
De
jfd a 31 de Janeiro de 2011 às 15:13
Pois não estava é um facto.
Daí o Rove ter orquestrado a questão do casamento gay em vários estados para fazer a direita evangélica sair à rua e votar no Bush.
(LOL)
essa já ele tinha desde 2000.
continuo a achar que Bush não lucrou com o Iraque.
De
jfd a 31 de Janeiro de 2011 às 15:29
Teve em 2000 de facto, mas em 4 anos nada fez por eles para recompensar o seu voto de confiança e aí Rove foi genial aliando o últil ao agradável.
Bush lucrou com o Iraque, imho, tanto como o seu querido amigo VP, blackwater's e companhia.
E se fosse adepto de paranoias e afins até entraria plas mais loucas teorias publicadas desde aí relativamente à relação Bush pai e Bush filho ;)
Mas como é que ele lucrou?
Ele já era presidente e desde então nem sequer foi trabalhar para o privado; não que precisasse pois depois de se ser President, o dinheiro jorra..
De
jfd a 31 de Janeiro de 2011 às 15:35
Pra chegar a prez tens de te esforçar. Quando lá estás tens de pagar. Aconteceu com Clinton, com Bush e está a acontecer com Obama.
Sim, é verdade.
Mas mantenho que não foi o caso com a invasão do Iraque.
De
jfd a 31 de Janeiro de 2011 às 15:41
Compreendo.
Eu mantenho o que digo. Plas beneses economicas que tiveram os neocons & seus amigos corporativos.
Li num livro que emprestei ao Gui não me lembro do nome.
Sim. Mas o problema é que para Bush ter lucrado, teria que ter havido um plano conspirativo para lhe dar a lucrar desde o início.
Se me disseres que Bush e os neocons lucraram com o 11/9, eu concordo. Com a guerra somente, não.
Comentar post