Para reflectir num Domingo chuvoso...
Um grupo de investigadores das Universidades de Berkeley, Stanford e Maryland publicaram em 2003 na Psychological Bulletin um artigo onde sistematizam o pensamento do conservador.
Pela análise bibliográfica de artigos de jornais, livros, discursos proferidos por políticos e sentenças judiciais, definiram um conjunto de padrões que enquadram sociologicamente e psicologicamente o pensamento conservador:
- Medo e agressão;
- Dogmatismo e intolerância pela ambiguidade;
- Evitar a incerteza;
- Necessidade de propósitos cognitivos;
- Gestão de terror.
Resumindo o conteúdo do estudo, pode inferir-se que o pensamento conservador tende a polarizar o discurso em realidades dialécticas: bom/mau, preto/branco, tendo dificuldade em interpretar o ambíguo e a incerteza. Este facto está na base da resistência à mudança e na defesa do status quo, enquanto proposição dialéctica ao por vir.
A definição dialéctica da realidade leva, naturalmente, à defesa de valores constantes e inatos que escusam, à partida, qualquer defesa e explicação.
Como exemplo é citado George W. Bush (numa visita a Itália em 2001, quando interpelado a explicar-se): "I know what I believe and I believe what I believe is right."
in "Political conservatism as motivated social cognition", Jost, J.T., Glaser, J., Kruglanski, A.W., Sulloway, F.J., Psychological Bulletin 2003, Vol. 129(3), 339-375.
Ler também "Why are conservatives happier than liberals?", Napier, J.L., Jost, J.T., Psychological Science 2008, Vol. 19(6), 565-572.