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PSICOLARANJA

O lado paranóico da política

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O lado paranóico da política

O Processo (de Paz?)

Miguel Nunes Silva, 27.09.10

 

O politicamente correcto situacionista dos media volta a fazer das suas. Israel é já há algumas décadas a vítima preferencial dos meios de

comunicação e tal como a Coreia do Norte, um estado ostracizado de nos jours.

 

 

Em Portugal com o seu espectro político esquerdista, os papagaios entram imediatamente em acção. Mas quem em Portugal se dá ao trabalho de olhar para a questão com olhos de ver? Objectivamente? Que eu conheça ninguém, quanto mais não seja porque os formalismos e o políticamente correcto são absolutos na nossa sociedade.

 

Antes de mais, o que está na mesa? Chamam-lhe o 'processo de paz' mas não é paz que está na mesa pois a paz impera. Em termos de estabilidade geopolítica, a separação faccional que se deu entre Gaza e Cisjordânia foi dos melhores resultados que poderiam ter advindo da luta ideológica na Palestina. Hoje há paz...

Não, aquilo que verdadeiramente está em causa é a independência Palestiniana. É por isso que a administração Americana luta.

 

Porquê?

O desejo de tornar a Palestina independente assenta em três suposições que eu considero no mínimo imperfeitas: uma mantém que os Palestinianos estão a ser oprimidos pela ocupação do Estado Israelita, a segunda parte do princípio que se a Palestina conseguir a sua independência haverá menos anti-Americanismo e antisemitismo no mundo Islâmico e a terceira sustenta que a paz no Levante 'contaminará' o resto do Médio Oriente.

 

Que os Palestinianos não vivem como gostariam é um facto mas daí a serem oprimidos já é um salto muito grande. Em Gaza - aonde a situação alegadamente é pior, ninguém ocupa os Palestinianos e a economia - apesar do bloqueio Israelita - prospera. É o único 'desastre humanitário' que eu conheço aonde ninguém morre de fome...

Isto para não mencionar que os Palestinianos que vivem nos territórios ocupados gozam de melhores condições de vida que a maioria dos Árabes. No mínimo é caricato.

O preconceito anti-ocidental e antisemita no Médio Oriente tem pouco a ver com a Palestina, ao contrário do que o comentariato nos gostaria de fazer pensar. Na verdade os EUA já eram odiados ANTES de invadirem 'solo muçulmano' e organizações que emergiram para lutar contra os 'Judeus e cruzados' como a Al-Qaeda, sempre se preocuparam mais em matar muçulmanos que judeus.

Finalmente, o argumento de que a paz na Palestina alastrará ao resto do Médio Oriente parece-me basicamente o mesmo argumento que Bush 43 fazia: faça-se o Iraque democrático e a democracia liberal espalhar-se-á pelo Médio Oriente...

 

Como se não bastassem estas falácias, ainda temos os papéis invertidos: a Palestina - por todos reconhecida como a parte fraca - a exigir pre-condições para as negociações. Eu faço-me explicar: os fortes impõem condições, os fracos aceitam-nas. Israel está muito bem como está: enquanto a Palestina não for independente, eles têm poder discricionário nos territórios ocupados. Os Palestinianos não se podem dar ao luxo de sair das negociações porque quem mais tem interesse nelas, são eles!

Mas claro que os Palestinianos 'nunca perdem uma oportunidade para perderem uma oportunidade' e não é surpreendente que mais uma vez por culpa própria eles abdiquem da independência imperfeita agora, a favor da independência perfeita nunca.

 

 

 

6 comentários

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    Miguel Nunes Silva 27.09.2010

    Não posso responder porque não vejo nenhum argumento.

    'A quem sempre lá esteve'... Nem sequer sabes do que falas. Como se não vivessem lá Judeus também há muito tempo e como se não tivesse havido imigração Árabe...
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    Rui C Pinto 27.09.2010

    Ai estavam estavam! Ouviste falar no movimento Sionista? Escolheram o lugar, compraram terras ainda no tempo dos otomanos e um pouco mais tarde incentivados por um ministro inglês meio tonto, deram o grito do ipiranga...

    Têm tanta legitimidade à terra como os ingleses que compraram segunda casa no Algarve declarassem o Allgarve terra de Sua Majestade... Até podem invocar que Portugal sempre foi um protectorado inglês...
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    Miguel Nunes Silva 27.09.2010

    Muita confusão.

    Já viviam Judeus na Palestina antes do movimento sionista. Já Napoleão quando por lá andou tinha a ideia de refundar Israel.

    Os Otomanos tiveram de suprimir algumas revoltas Judaicas.

    Os sionistas quando vieram foram bem recebidos porque trouxeram investimento e tecnologias. Só quando começaram a ser demograficamente ameaçadores é que os Árabes se viraram contra eles.

    Mais, a terra santa era escassamente povoada no século XIX, havia muito poucas cidades. Muitos Árabes também imigraram do Médio Oriente para a palestina, às custas do desenvolvimento económico instigado pelos sionistas e britãnicos.

    Pelo menos os Judeus compraram as terras, os Árabes não.

    De qualquer modo a minha pergunta mantém-se: quem é que eles ocuparam?
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    Rui C Pinto 27.09.2010

    Bolas, tens razão!
    Eu sabia que não devíamos ter deixado as colónias!
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    Miguel Nunes Silva 27.09.2010

    Muita retórica, poucos argumentos...
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