Histórias I ou "Chamem-me fascista"
Fez no passado dia 27, 40 anos sobre a morte do "ditador fascista" Salazar.
Digo ditador fascista porque foi isso que me ensinaram na escola.
Ao longo dos anos tenho percebido que o nosso país sofre de um défice democrático a nível histórico. A História, tal como no caso da Segunda Guerra Mundial, tem sido deturpada de modo a saudar os vencedores e a descredibilizar os perdedores. O herói é quem ganha. O perdedor é sempre vilão.
Fala-se ainda pouco de Salazar. Há um medo que não entendo. Será medo da verdade ou será medo da opressão quando se diz a verdade?
Não sei. Gostaria que se visse mais o homem enquanto um estadista com uma ideia própria da Pátria e de entrega da vida pelo bem da Nação e não como um Leviathan ou um monstro que destruiu o país e oprimiu o povo.
Não vivi no Estado Novo. Tenho só 20 anos e uma amálgama de relatos, manuais de história Pré 25 de Abril e contemporâneos. Mas do que li, do que ouvi, não vejo um monstro. Vejo amor à Pátria. Como nesta democracia pouco ou nada vi.
Há dias, a agência Bloomberg escrevia que o antigo ditador poderia ser recordado como o melhor investidor que Portugal já teve, caso o banco central português autorizasse o país a beneficiar das suas reservas de ouro.
Em proporção com o tamanho da economia, actualmente Portugal armazena mais ouro que qualquer outro país na Europa, a maioria do qual acumulada durante os 36 anos da ditadura de Salazar com poupanças e o dinheiro das exportações portuguesas, incluindo volfrâmio (tungsténio) e da indústria conserveira. Graças a Deus que mesmo com a dívida pública o ouro de Portugal, gerido pelo Banco de Portugal, cuja regulamentação indica que o ganho procedente das vendas de ouro têm de ser colocadas numa conta, não pode ser transferido para o tesouro público.
Para além de enriquecer as nossas reservas de ouro, défice não entrava no vocabulário do Orçamento da altura. Culpem o Plano Marshall. Nós também temos um Plano Marshall of our own - os fundos comunitários. Não é por causa disso que não estamos na bancarrota.