Coelho à Caçador (editado para suprir confusões)
Na noite passada o nosso AB Diogo Agostinho e eu própria, fomos jantar a convite, acompanhados por mais 11 bloggers, com o nosso líder de partido. Verdade que o menu não incluiu coelho (felizmente para mim!) mas pautou-se por perguntas sobre a actual crise económica e o PEC e conhecimento dos dossiers económicos do país (como seria, de resto, óbvio), sobre a estagnação do Twitter de PPC, sobre a sua percepção de uma sociedade idílica, sobre o Estado social, a Revisão Constitucional, entre outras.
21.40 foi a hora a que sensivelmente começou o jantar. Sobre a cabeça de Passos Coelho lia-se numa tela do restaurante "O sabor da tentação acelera os sentidos".
As perguntas seguiram-se naturalmente ao longo do jantar, que se prolongou mais do que a agenda do líder permitia, mas as questões não o deixavam fugir... ;)
Aqui ficam alguns dos destaques que fiz:
Questionado pelo nosso AB em relação ao pedido de desculpas a MFL, afirmou o líder que não tem de pedir desculpas à ex-líder, já que não criticou as suas posições em relação ao PEC, criticas que até vieram pela própria CPN de MFL, mas que se o tivesse de fazer, não teria problemas com isso. (Fiz um relato, mas se querem que comente, tudo bem: Não tinha que pedir desculpa, mas convinha não fazer o mesmo caminho que todos sabemos, e não vale mentir, que criticou. É uma desilusãozita ouvi-lo a dizer que nunca o fez)
Acrescentou em relação às eleições, que foi o único líder no PSD "que não prometeu um lugar a ninguém" para ser eleito. (A minha má fé começou aqui)
Defendeu ainda, que a acepção dada ao "Governo sombra" do Gabinete de Estudos não era negativa e que se referia a uma equipa que teria como missão fiscalizar o Governo e servir-lhe de sombra, na medida em que saberiam os passos do Governo, como se de um género de espionagem se tratasse. (Espionagem no sentido fiscalizador. Se acabei de dizer que acepção não era negativa, é positivo sabermos que haverá alguém a tentar saber se o Governo anda a enganar-nos ainda mais que o que sabemos ou não)
Explicou também que o Estado tem que ser respeitado, mas que age de má fé, o que faz com que os seus credores sejam muitos e que os funcionários públicos sejam injustiçados por colegas com menos experiência a ganhar melhores salários. (Completamente certeiro)
"Estamos a construir uma selva social", referiu-se em relação ao Estado social e aos subsídios e reformas.
Falou-se também na eficácia do Simplex, como tem coisas positivas, apesar de alguns problemas e em Justiça.
Em relação à Justiça, tenho pena que me tenha adiantado pouco, ainda que não seja a sua área de expertise. (Falou-se mais de economia e o tempo já era escasso). Disse-nos que acha impossível reestruturar integralmente a Justiça, já que há múltiplas divergências doutrinais em relação aos verdadeiros problemas do seu funcionamento. Que o mal está na falta de celeridade porque "precisa-se melhorar o edifício" e não demoli-lo e reconstrui-lo.
Por volta da meia-noite e meia, o jantar estava finalizado, com o gosto de satisfação de muitos dos convidados. O responsável pela blogosfera do líder perguntou-nos se tínhamos gostado. Afirmámos que sim. Era uma forma de conhecermos o líder num ambiente mais informal. Foi giro ouvi-lo convicto que este tipo de situação só seria possível com PPC. (Foi uma iniciativa positiva e louvável, mas não é a única figura importante a ter facilidade em se expor a bloggers, ainda que desta vez o convite tenha sido dele e não nosso)
Curiosidades: Pelo meio tivemos ainda um pouco de espionagem Venturiana e a visita de um Padre...mas não o nosso.