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PSICOLARANJA

O lado paranóico da política

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O lado paranóico da política

Montalvão Machado

PsicoConvidado, 11.05.10

 

 

Comicio em Castelo Branco, 2005. Ía falar Santana Lopes, Morais Sarmento, Alberto João Jardim e Eurico de Melo. Este tinha vindo para o comicio com o amigo Montalvão Machado. Mário Montalvão Machado, com 83 anos, aplaudia a entrada de Santana que percorria o corredor aberto pela malta da Volta do Líder. Os jornalistas aproveitaram-se desse corredor e colocaram um câmara que seguia à frente de Santana e caminhava de costas até... embater com a câmara contra Montalvão Machado deixando-lhe uma valente nódoa negra na mão. Olhando para trás o operador nada disse. Montalvão Machado tomou a lide e acusou-o: "Já ninguém respeita ninguém"; o câmara respondeu-lhe: "Estou a trabalhar! Deve ser por ser quem é não(!)..."; e levou com a resposta que nunca me sairá da cabeça: "Não é por ser quem sou, é por ser alguém.".
 
Faleceu Mário Montalvão Machado. Não o conheci tão bem quanto gostaria, mas conheci-o e foi o suficiente para estabelecer um padrão diferente. O dos Homens Grandes. Um Homem que se dava ao respeito e que tinha dificuldade em perceber a política e os políticos dos dias de hoje. Em todas as decisões pessoais e políticas, Mário Montalvão Machado falava de Honra e Respeito e não percebia que algumas se tomassem sem essa consideração. Mantinham-se inexplicáveis se não fossem fundamentadas com (ao menos) um desses valores. O Homem que não foi Presidente da Assembleia da República por ter abandonado a sala para não falar de si próprio; o Homem que num Congresso aos pulos e aos berros contra um militante, gritou exigindo respeito; o Homem que liderou sem retorno a bancada do nosso Partido; o militante nº 6, um dos que o fundou, faleceu hoje e leva consigo um pouco da alma social-democrata.
 
Um bem haja onde quer que esteja.

 

Tiago Sousa Dias

2 comentários

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    Bruno Ribeiro 11.05.2010

    Perdeu nada, Luís! Como referência, Montalvão Machado estará sempre presente para nós. Não achas? Agora, é óbvio que custa sempre ver partir uma pessoa de quem gostamos...
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