Debater a União para construir a Europa
Paulo Rangel formalizou, há poucos dias, uma proposta ao Parlamento Europeu sobre aquilo a que chama de "Agenda 27", que consiste, essencialmente, na criação de um debate anual entre deputados europeus e nacionais a decorrer em simultâneo em todos os Estados-Membros. Há que saudar esta iniciativa pela sua pertinência e oportunidade, numa altura em que, depois das definições jurídicas, políticas e institucionais, há que trabalhar para a efectiva aproximação entre União e cidadãos.
Quando nos aproximamos de Maio, mês em que também a Europa se celebra, importa ter presente a crescente necessidade de criar nas instituições, na sociedade e nos cidadãos a noção de que as nossas fronteiras, hoje, vão bem mais além de Vilar Formoso. E dentro dessas fronteiras está um gigantesco novo espaço de oportunidades e desafios. Nesse sentido, iniciativas como a de Paulo Rangel, que procuram aliar à União política e económica a União dos cidadãos, são absolutamente louváveis.
Aguardemos a decisão do Parlamento Europeu, na certeza de que, com o Tratado de Lisboa, a integração gradual e funcional preconizada por Monnet e plasmada no Plano Schuman (ponto de partida de todo o actual projecto europeu, datado de 9 de Maio, dia da Europa) está a avançar a passos largos e apenas precisa de juntar uma vertente de participação e intervenção cidadã às suas já consolidadas dimensões política e económica.