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PSICOLARANJA

O lado paranóico da política

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O lado paranóico da política

Um post inevitável

Paulo Colaço, 29.04.10

 

"A situação a isso obriga", foi uma expressão que me ficou de Sócrates, proferida na conferência de imprensa do PM e Passos Coelho.

Selaram "ambos os dois" um pacto de acompanhamento à crise, que inclui, pelo que percebi, reuniões frequentes e estudo de medidas de austeridade para juntar ao PEC.

Acho bem: o sentido de responsabilidade e a situação a isso obriga, usando as palavras do maior interessado na "harmonia".

 

Mas, esta paz não soa a inesperada?

1. Quando Manuela Ferreira Leite era líder do PSD, a mera suspeita (totalmente infundada) de Bloco Central, era vista como demoníaca e interesseira, falando-se mesmo em "Bloco Central de Interesses".

Agora, o aperto de mão JS/PPC aparece como normal...

2. Quando Manuela Ferreira Leite era líder do PSD e defendeu a aprovação do PEC, este não prestava. Dizia-se, entre outras, que era um pacto apenas de "estabilidade" e em nada de "crescimento". Agora, apenas se fala em "acrescentar ao PEC medidas de austeridade e contenção".

Estranhamente, o PEC parece que agora já contém em si "crescimento", faltando-lhe apenas "estabilidade"...

3. Quando Manuela Ferreira Leite era líder do PSD, o País precisava de optimismo e não das palavras de terror daquela "velha" que não se fartava de meter medo ao povo e pintar cenários dantescos e de bancarrota.

Hoje, tudo o que MFL dizia sobre a crise está a revelar-se verdadeiro, e o tal discurso optimista que era tão essencial, foi trocado pela urgência de um espírito de salvação nacional.

 

Com estes antecedentes, a minha pergunta é simples: para quando a comissão que vai pedir desculpa à senhora por termos todos, enquanto povo, desprezado os seus alertas?

 

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