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PSICOLARANJA

O lado paranóico da política

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O lado paranóico da política

A difícil tranquilidade do PSD ou "MEDÍOCRE! - Com muito gosto!"

Essi Silva, 26.02.10

 

Ontem fui assistir à apresentação da candidatura do Dr. Paulo Rangel à liderança do PSD no hotel Tivoli, Lisboa. Entre um discurso aguerrido e um público hipnotizado de apoiantes, infelizmente de ideias concretas e palpáveis vi pouco.

Na verdade, os candidatos à liderança do PSD têm-me desapontado. Muito. Ainda ontem falava ao telefone com um amigo, chegando ambos à conclusão que nenhum dos candidatos é suficientemente bom para o país.

Talvez seja eu que sou picuinhas. Pode parecer que, como esperava uma candidatura de Marcelo Rebelo de Sousa, e não fui agraciada com ela, sou uma crítica insatisfeita, que só quer mandar a baixo o que não lhe agrada.

Mas não. Afinal não sou a única. E vou-vos explicar o meu dilema:

- Pedro Passos Coelho - tem um programa e propostas algo sustentáveis. Mas são insuficientes e preocupa-me profundamente a conjuntura na qual este se insere, ou seja, os grandes interesses económicos e os amigos que representa. Acaba por me parecer um pouco um Sócrates do PSD. E a isto acrescenta-se a grande falha que cometeu em criticar sistematicamente a sua líder, Manuela Ferreira Leite, quando o que mais precisávamos era unidade, seguindo-se o seu distanciamento da actual liderança.

- Aguiar-Branco - precisa de saber chegar ao eleitorado. Tem a máquina mas falta-lhe a sensibilidade para chegar a todos aqueles que não são militantes e que não têm um vínculo com o Partido.

- Paulo Rangel - ontem desiludiu-me pela abstracção das suas ideias. Precisamos de algo mais concreto, mais forte. Também me preocupa ter demonstrado uma falha de carácter ao se candidatar à liderança do PSD, depois de meses antes ter afirmado que cumpriria o mandato. A meu ver, esta foi uma candidatura de "imperativo categórico" fundada na preocupação de muitas figuras no PSD em deixar que a liderança chegue até PPC, já que este poderá ser responsável pela descaracterização completa de um partido, cujos princípios mal se conseguem identificar no presente. Tem a seu favor algum distanciamento da máquina do partido e dos vícios que esta comporta, mas precisamos de política limpa e focada no essencial (sim, ele diz algumas verdades, mas o mal está na raiz e é essa que temos de cortar)!

Perdoem-me então se estou a dar uma no cravo e outra na ferradura, mas para o PSD estes três candidatos não são suficientes e para o país também não!

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