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PSICOLARANJA

O lado paranóico da política

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O lado paranóico da política

COELHO E SÓCRATES: UMA RELAÇÃO VITAL

João Lemos Esteves, 09.02.10

                                                                   

 

Os esquemas engendrados pelo actual governo e apparatchiks partidários estrategicamente colocados em empresas públicos (pagos a preço de ouro pelos nossos impostos) são graves. Muito graves. São estes episódios que o PS continua a tratar como “cabalas”, “campanhas negras” , que minam os alicerces da democracia. O único legado que Sócrates deixará da sua governação é este “ apetite insaciável “ para controlar a comunicação social, diminuindo a expressão do pluralismo, que caracteriza as sociedades democráticas. 
A actual direcção do PSD esteve bem na reacção – separando o que é da justiça do que é da política, salientou a gravidade das suspeitas que impendem sobre militantes destacados do PS e anunciou a criação de uma comissão de inquérito para ouvir jornalistas e directores dos jornais. Positivo. Há, no entanto, um facto curioso que tem passado despercebido: o único candidato assumido à liderança do PSD, com máquina preparada há dois anos(!), que inclusive lançou um folheto propagandístico a que chamou “livro”, sobre um tema desta importância não disse uma palavra. NADA.  Politicamente, qual o significado desta omissão? Traduz a vontade de Passos segurar Sócrates o mais que puder.  A estratégia de Passos Coelho foi desenhada para conquistar já o partido, a todo o custo – e só depois, de forma sucessiva, impor-se a nível nacional. Passos, com a sua entourage do aparelho, pensou ao detalhe a conquista de poder no PSD – mas não quer já o poder e responsabilidade que é governar este grande país que é Portugal. No fundo, Passos Coelho quer ser Presidente do PSD – mas não quer ser Primeiro-Ministro de Portugal num futuro excessivamente próximo.  Ora, as notícias que dominam a actualidade fragilizam, desgastam politicamente o Governo de Sócrates, podendo, no limite, acelerar a sua queda – este seria o maior pesadelo para Coelho.

Com efeito, apesar de todos os seus defeitos, Passos é inteligente – e conhece perfeitamente as suas limitações. Sabe exactamente que(ainda)  não tem fulgor político, estatura, um projecto próprio (só por brincadeira é que podem dizer que o livro é uma proposta para o país), nem autonomia de pensamento político para exercer o cargo de Primeiro-Ministro de Portugal. Por conseguinte, na sua visão, o melhor é assegurar que Sócrates não cai, dando um espaço de, pelo menos, dois anos para se impor (em caso de vitória nas próximas directas) internamente no partido e se dar a conhecer aos portugueses. A vitória de Passos Coelho será a caução de vida política de Sócrates nos tempos mais próximos.

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