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PSICOLARANJA

O lado paranóico da política

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O lado paranóico da política

A minha UV!

Guilherme Diaz-Bérrio, 31.08.09

 

 

 

 Antes de entrar a pé juntos com um post de Economia (já lá vamos daqui a bocado), achei por bem começar com "A minha UV!". Não para dar uma homenagem (merecida) ao Carlos Coelho e à equipa (que estão de Parabéns!) mas, para fazer uma especie de revisão do que aprendi.

 

E foi muito. Mas não sobre os temas, alguns bastante interessantes. O que realmente me ficou da UV, as lições que retirei, foi sobre mim próprio. Ser levado ao limite, ao ponto de cansaço tal, que a certa altura se começa a pensar em piloto automático é das melhores formas de uma pessoa se conhecer. Porque é em "piloto automático" que nos revelamos. Por isso, decidi por aqui o que aprendi.

 

Lider stressado gera um grupo stressado: 

Tive o privilégio de ser o coordenador do Grupo Amarelo, um fantástico grupo de pessoas. A determinada altura comecei a acusar o stress. O tempo era pouco, o trabalho muito, os prazos apertados. O stress tornou-se visivel, algo que um lider tem de ter cuidado. Qualquer grupo, esteja ele numa empresa, comissão política ou um grupo de UV, olha instintivamente para o "coordenador". Se quem lidera revela stress ou insegurança, todos, sem excepção, sentem isso e reagem da mesma forma.

 

A primeira coisa que um lider precisa - um Braço Direito:

Esta lição aprendi à minha custa, mas já me tinha sido transmitida por um antigo presidente de Secção, grande amigo e hoje companheiro de Blog (Nélson Faria). Todo o lider precisa de um braço direito. Um grupo raramente se queixa ao lider ou coordenador. É uma posição que "intimida". Qualquer coordenador deve ter alguem da sua confiança que faça o papel de amigo, e que lhe transmita as inseguranças do grupo, senão estará a navegar "à vista" (ou, no caso em mãos, uma fabulosa conselheira de UV).

 

Ritmo e organização:

Parar é morrer. O ritmo deve ser mantido ao mesmo nível. Isto aplica-se, na minha opinião, a qualquer posição. É um pouco como andar de bicicleta - é complicado ficar em cima dela quando se abranda ou se pára. O mesmo com um grupo. E o improviso tem os seus limites. Quanto mais desorganizada a pessoa (o meu caso particular) maior a necessidade de nos auto-disciplinar-mos. 

 

Como tudo, pressão a mais faz mal:

Ou "conhecer os limites de quem se coordena". O ritmo do grupo não é o ritmo do seu lider, ou do seu membro mais activo, mas sim do seu membro mais fraco. Dai a necessidade de ter especial atenção e conhecer o grupo bem. A determinada altura, continuei a manter o ritmo que para mim era perfeitamente aceitavel mas, para alguns membros do grupo, estava a ser exaustivo demais.

 

Espírito de grupo:

Nada melhor que um grupo unido. O team building, os momentos mais descontraidos. Os momentos de partilha e de festa. É aqui que se criam as amizades e se criam os laços que permitem a um grupo funcionar bem. E dou um exemplo: o Grupo Amarelo, no final da UV (simulação da Assembleia) teve um desempenho melhor que no inicio, quando se juntou.

 

Nem sempre o melhor argumento ganha o debate:

O meu "governo" tinha uma boa oposição. Bem preparada. Com excelentes argumentos e bem fundamentada. Pode até dizer-se que, nas suas intervenções, por pouco não demoliu o "governo" na simulação. No entanto, ganhei o debate. Não foi por ter os melhores argumentos (não tinha), mas por falar com convicção. Foi para mim o melhor exemplo de como um mau orador com bons argumentos pode perder para um orador convicto mas sem argumentos. Pode dizer-se que é mau, que não devia ser assim, mas é o que acontece. Ou nos adaptamos, ou nos afastamos.

 

Esta foi a minha UV, o que eu retirei dela. Um momento de limites e exaustão que me levou à introspecção (cliché, mas verdade). Aconselho todos a irem. Mesmo os que acham que já percebem de política ou que já sabem falar em público. É daquelas experiencias que só depois de vivida é que se percebe.

 

Duas últimas palavras. A primeira para o meu grupo. Aturaram um coordenador que leva as coisas muito a sério (por vezes demais), que não é conhecido por ter bom feitio a trabalhar e que por vezes exige demais. Cumpriram na integra, e souberam mostrar-lhe que brincadeira também faz bem. Não é preciso "engolir um garfo" para se estar em Política!

A segunda à minha excelente conselheira, a Elisabete Oliveira (ou, como eu lhe chamava, a "chefa"). Percebeu que, em certas alturas, senti-me "peixe fora de água" e que acusei um pouco o stress a meio da UV. Guiou-me, apoiou-me, ensinou-me. Um muito obrigado!

 

E aqui termina a "seca" da descrição, e até ao próximo post, um pouco mais... controverso! 

 

 

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