Com o final da última Cimeira da Liga Árabe ficamos uma vez mais com a percepção da distância que continua a separar o Mundo Ocidental do Mundo Árabe.  A razão desta extensão perceptível em vários domínios, pode ser sintetizada nesta única frase: sublinhamos a nossa solidariedade com o Sudão e a nossa rejeição das decisões do TPI contra o presidente Bechir (...) e apoiamos a unidade do Sudão.

Afinal para alguns não se torna óbvia a detenção do ainda Presidente do Sudão, Omar al-Bashir, decretada pelo Tribunal Penal Internacional (TPI) no passado dia 4 de Março, apesar do genocídio que este tem apoiado na região do Darfur, contra a população negra e não árabe.

Não é de estranhar esta posição. Afinal apenas dois Estados ratificaram simultaneamente quer a sua adesão à Liga Árabe, como ao TPI. São eles, o Estado de Djibouti e Comores. Estes são actores que pela sua dimensão, não têm o peso suficiente para posicionar os restantes membros da Liga no caminho desejado por muitos.

Por mais que se tente ignorar e falar de globalidade, os choques civilizacionais continuam a existir e o mais provável será Omar al-Bashir continuar a desafiar as Nações Unidas, o comum dos "bons sensos" e a mais pura das das éticas de cariz Ocidental. Quem ordena genocídios tem de estar preso! E é desumano que muitos líderes africanos ainda não tenham compreendido isso.