Madoff, o Judeu de Queens
jfd, 19.12.08
Madoff era o gestor preferido das grandes fortunas. Começou aos 20 anos como vigilante de uma praia em Queens e chegou a ser presidente da NASDAQ. Criou a sociedade de investimentos Bernarnd Madoff, a qual presidiu.
Toda o mercado ficava maravilhado com o retorno prometido e cumprido sobre o capital desde meados dos anos 90. É uma lenda de Wall Street. Muito respeitado por todos os players do mercado.
Quinta-feira passada, agora com 70 anos, foi denunciado pelos próprios filhos. Ruía o castelo de cartas, a mentira financeira. Um esquema de proporções épicas, mas tão simples como o da nossa Dona Branca. As entradas frescas de capital remuneravam o capital já no esquema, formando assim a conhecida fraude em pirâmide. Durante anos e anos, capital de grandes fortunas pessoais e de grandes empresas. Ora, com a crise, o que as pessoas e empresas precisam é de liquidez, toca a levantar o seu dinheirinho... A mentira é confessada pelo próprio aos filhos, que no mesmo dia foram à polícia. Desapareceram 37 mil milhões de euros.
Grandes famílias, grandes empresas, todos afectados por este gestor de hedge funds. Em Israel diz-se que muito dinheiro judeu foi afectado e que está em causa a sua conhecida filantropia, em Espanha a família Botín está também chamuscada.
Da exposição portuguesa o BdP fala numa exposição directa de 18 milhões de euros e já a CMVM estima que os fundos de investimento e carteiras de activos de clientes tenham sido prejudicados em 76 milhões de euros (11 milhões nos fundos de investimento e 65 nas carteiras individuais de investidores). O órgão regulador dos mercados aponta a dificuldade em identificar todos os activos e alerta que os valores podem mudar.
Eu não tenho pena nenhuma, bem feito. A ganância paga-se, e a um preço alto!
fonte: fss podcast