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PSICOLARANJA

O lado paranóico da política

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O lado paranóico da política

Menino guerreiro is back – parte … desculpem, já perdi a conta!

PsicoConvidado, 20.11.08

1.Santana Lopes está de regresso (pelo menos, para os mais ingénuos que alguma vez acreditaram que ele pudesse abandonar a política…). Pois é, o que há bem pouco tempo não passaria de uma mera anedota, capaz de pôr o mais céptico dos homens a esboçar um sorriso de troça e perplexidade, é hoje uma realidade consumada. E note-se que Santana não está de regresso apenas à política – poderá estar de regresso à Câmara Municipal de Lisboa.

 
2. Admito que para a actual direcção do PSD, nomeadamente para Manuela Ferreira Leite, Santana é a personalização de um autêntico pesadelo. Daí o incómodo da líder do PSD em abordar esta temática. Sejamos claros: a candidatura de Santana representa um sapo difícil de engolir na perspectiva da estratégia e pensamento de Ferreira Leite e seus séquitos mais próximos. Com efeito, as marcas características da actual presidente do PSD eram a seriedade, a credibilidade e a relutância à política-espectáculo. Todos nos recordamos do seu papel preponderante na crítica ao (des)governo de Santana. Ora, de repente, a cruzada anti-populista vai ser interrompida e – ironia do destino! – Santana e Ferreira Leite vão estar juntos, lado e lado, a tentar persuadir os eleitores lisboetas. As voltas que o mundo político dá…
 
3. Dir-me-ão que o nome de Santana ainda não foi oficialmente anunciado, que a hesitação de Ferreira Leite indicia um recuo estratégico. Nada disto me convence. Como se explicaria, então, que Santana deixasse de denunciar os esquemas concertados entre o Presidente Cavaco e a direcção do PSD para passar a elogiar efusivamente as virtudes de Ferreira leite, no seu espaço de opinião no SOL? Mudou de posição após reflexão profunda e esclarecida? Se fosse outra pessoa em causa, ainda poderia acreditar – com Santana, tais argumentos são pura música celestial. Desiludam-se aqueles que ainda acreditam que Passos Coelho, Morais Sarmento ou qualquer outro militante do PSD pode ser o escolhido: Lisboa é mesmo para o menino guerreiro.
 
4. Dito isto, devo acrescentar que acredito que Santana poderá vencer a maior câmara do país. De facto, os portugueses, de norte a sul, gostam sempre da redenção, do arrependimento – e Santana tem aparecido com um perfil completamente distinto, a criticar a vida social (acreditamos?), a fazer a apologia do lar, doce lar, a garantir que ficará em Lisboa até ao fim do mandato (os Lisboetas acreditam?). Por outro lado, António Costa tem pautado o seu mandato pela inércia, pela passividade. Nada de novo se fez, tudo se manteve. Assim, Santana poderá ser encarado, com as suas virtudes oratórias e de contacto com os eleitores, como uma nova fase, uma nova dinâmica para Lisboa. E se António Costa cometer o pecado capital de desvalorizar e ignorar Santana na campanha, ridicularizando-o, dando oportunidade a que este se vitimize (o que sabe fazer com mestria), então aí Santana tem a eleição garantida.
 
Veremos o que se irá passar em 2009. Advirto desde já que qualquer semelhança com Dezembro de 2001 será pura coincidência…
 
Psico-Convidado:
João Esteves

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