Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

PSICOLARANJA

O lado paranóico da política

PSICOLARANJA

O lado paranóico da política

Queres um aeroporto? Espera mais 50 anos

Matilde Carvalho, 27.02.20
Ainda não era nascida e já se falava num novo aeroporto para dar assistência ao da Portela. Passados quarenta anos ainda se continua a discutir onde vai ser o aeroporto. Primeiramente era Beja, agora já passámos para a batalha ”Montijo vs Alcochete”. Mas, calma, que isto não fica por aqui... a partir de agora quem faz frente ao governo leva com o argumento "mudasse a lei!". Não sei se deva rir ou chorar com tanta ignorância junta. Ver um governo que não respeita a população que irá ser afetada e que não respeita o parecer das autarquias locais é triste.

Mas, atenção que a história não acaba aqui... Ainda não veio à discussão pública se é necessário um segundo aeroporto face ao da Portela, na medida em que pode descaracterizar a nossa capital.

Efetivamente a novela já parece ter fim mas até que surge uma nova cena. O Montijo já não serve pois a pista é muito pequena e ainda ninguém pensou que com a subida do nível da água do mar têm de distribuir galochas aos passageiros para saírem do avião... e lá vem a Greta dizer que avisou...

Quer se vá fazer um aeroporto quer não, só sei que não deixa de ser irónico o aeroporto de Beja albergar um dos maiores aviões do mundo e que serviu para resgatar pessoas da China.

 

O melhor mesmo é não construir nada e só falta dizer que o melhor é construir no oceano Atlântico...

E ainda falam da Joacine e do Ventura

Essi Silva, 06.02.20

Andam a fumar umas coisas ou a beber uns bagaços a mais. Ou então a mulher de César andou aí com um Marco António qualquer e nós não sabemos. 

É que só isso justifica que os nossos deputados tenham andado a dar tiros nós pés qual vingançazinha de "não me aprovas isto, eu faço-te o mesmo". 

 

Esses ilustres membros da nossa Assembleia da República esqueceram-se que estão ao serviço do povo, da Nação e não da mesquinhez política. 

Porque não sabem o que é passar frio e fome para manter as despesas energéticas baixas porque não há dinheiro para pagar 700€ por um T0 no Lumiar com os salários que temos. 

E já agora porque ainda não acordaram para o facto que obras adjudicadas ou em concurso já tiveram custos para o Erário. Ou então são burros, não sei o que mais  chamar. Porque só um burro é que acha que o metro de Lisboa pode esperar (mais uma) eternidade por um alargamento. 

Mas está tudo bem. O Coronavirus e as creches gratuitas (quais vagas????) é que são importantes.  

O que faz falta é acreditar a malta

Rui Pinto Reis, 06.02.20

Vivemos num país de fascistas de algibeira e teóricos de esquerda. Continuamos agarrados ao arquétipo que nos passaram e professamos as ideologias que, na teoria, nos parecem mais bonitas. O problema do país é estrutural. Falta coluna, falta conhecimento e, sobretudo, falta coragem.

Em Portugal a democracia é vazia, os partidos são hipócritas. Apregoam mensagens, vendem o que não têm e prometem cumprir o que não querem alcançar. A clivagem entre a esquerda e a direita é antiga. Desactualizada, até. Nos dias que correm, ninguém quer viver sem Estado Social, nem há uma alma que possa olhar para a Venezuela e dizer que o socialismo é que é o caminho. Neste admirável mundo novo, a esquerda usa iPhones que custam mais de dois ordenados mínimos e a direita reclama pela falta de investimento público.

Os tempos mudaram, as mensagens não. A política não se actualizou à velocidade dos tempos e os políticos ainda não entenderam que, aquilo que a era moderna nos roubou foi o direito ao esquecimento. As hipocrisias outrora esquecidas, agora ficam para sempre inertes no ciber-espaço e só aguardam que alguém as vá lá desinquietar.

Estes espectros, vultos do passado, não assombram só o presente de alguns. Assustam a população e afectam a democracia. Prova disso é a abstenção. Ao contrário do que se diz, as pessoas não deixam de votar por desinteresse. A não comparência dos votantes aos actos eleitorais é por descrença na política. Sobretudo, pelos actores que tem apresentado. A tradicional direita, sofre mais, porque a esquerda é mais barulhenta e sabe seduzir os jovens, faz acreditar os inocentes e aproveita esses votos para ir respirando.

Não somos um país de esquerda. As sucessivas vitórias dos partidos que a representam, não passam de derrotas do outro lado por falta de comparência. À direita falta garra e afirmação, falta pujança e coragem, falta, sobretudo, saber construir uma mensagem sólida para o seu eleitorado.

Vivemos no imediatismo do like, a comunicação política deixou de ser coesa e informada. Os políticos não percebem a falta de match que têm com o eleitor e acham que é por a direita estar velha e gorda. Não é! A direita partidária tornou-se uma influencer vegan que não dispensa um bom bife. Quem vota sabe. O povo é sereno, mas não é burro.

Já do lado do eleitorado, esta dificuldade dos partidos em "sair do armário", repercute-se numa direita, outrora homem vigoroso e hoje beata, menina de colégio, que faz gossips mas nunca dá a cara. É uma maioria silenciosa que prefere arcar com a lividez da submissão a viver com o rubor da luta e da afirmação.

O que a direita precisa não é de se refundar nem de renascer, não é de se encontrar nem achar novas bandeiras. O que a direita precisa é de soltar amarras e quebrar tabus linguísticos. 

Precisa de um líder, formado na sociedade civil, com carreira e provas dadas que diga o que todos pensamos, sem medo que lhe chamem seja o que for, porque quem está do lado da verdade nunca poderá ter medo. 

Até que este lider nato, a quem as pessoas reconheçam defeitos e virtudes apareça, questionem-se: iam a um nutricionista gordo?