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PSICOLARANJA

O lado paranóico da política

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O lado paranóico da política

PS - eternamente do lado errado da História?

Miguel Nunes Silva, 20.01.14

 

 

"no actual contexto da crise financeira mundial, "há mais razões económicas" para que todas as obras públicas de modernização das infra-estruturas "se façam", uma vez que "não servirão apenas para melhorar a competitividade do país"" (Sócrates 2008)

 

 

"Lembrou a propósito socialistas que passaram pelo poder: um slogan de Guterres - "uma nação não é só números" - e a frase de Jorge Sampaio "há mais vida para além do défice". " do PEC, acrescentou." (Alegre 2010)

 

'Moody's downgrades Portugal's debt'

 

"Portugal não precisa de aderir a nenhum fundo de resgate" (Sócrates 2011)

 

"Portugal needs cash urgently, and with nowhere else to turn,

it finally requested an embarrassing but unavoidable financial bailout

from its European peers and from the IMF"

 

 

"o Governo não passa de um vendedor de ilusões que visa criar a ideia nas pessoas que o nosso país está a sair da crise mas, infelizmente, não é assim". - (Seguro 2014)

 

'Moody's changed outlook on bond rating of Portugal to stable from negative'

"Recent data releases indicate a stabilization of the economy,

with exports continuing to grow and the unemployment rate declining from its very high level.

The broad structural reforms that the Portuguese authorities have undertaken

in the context of the Troika support programme

should support the country's economic growth in the medium term"

Casa Pia não "enfraquece a sociedade"...

Miguel Nunes Silva, 20.01.14

O senhor Braga da Cruz - ex-reitor da Universidade Católica - está muito preocupado que homossexuais possam legalmente adoptar crianças.

Diz ele que:

 

"A questão da co-adopção e adopção por homossexuais vai muito para além de saber quem pode ou não cuidar de uma criança,

tendo implicações civilizacionais"

 

"Nos últimos anos temos vindo a assistir a uma deliberada orientação política que visa debilitar a sociedade, em nome do reforço da liberdade individual.

Isso enfraquece a cidadania, enfraquece a sociedade civil e torna a sociedade facilmente manipulável por objectivos políticos.

Estamos perante uma questão que altera a ordem civilizacional em que temos vivido ao longo de milénios.

Não é coisa pouca, é uma questão muito importante que não pode ser decidida ligeiramente e apressadamente.”

 

 

Pois, realmente, posta desta maneira, trata-se de uma questão gravíssima...

 

Vamos começar por aqui: não o nego, penso que a adopção por uma família homossexual é menos do que perfeita e se possível preferiria que a adopção fosse feita por famílias heterossexuais com ambos os progenitores.

 

MAS

 

Ao contrário do senhor ex-reitor, eu sou capaz de ver o contexto que está mesmo à minha frente:

 

1 - a homossexualidade é prática proibida? Não. Logo é expectável que as novas gerações de crianças entrem em contacto com esta realidade cada vez mais cedo. Se não tiverem pais homossexuais, terão tios, primos, irmãos, etc. Então e estas práticas? Não mudam milénios de tradição?...;

 

2 - é a adopção por famílias homossexuais penalizada por lei? Não? Então o que o senhor ex-reitor está a dizer é que ele não está verdadeiramente contra a co-adopção per se - porque esta já existe - mas sim contra a co-adopção aberta e legislada...;

 

3 - também não percebo que "a ordem civilizacional em que temos vivido ao longo de milénios" tolere famílias monoparentais, avunculoparentais, fratriparentais, aviparentais, etc. mas não tolere famílias com pais homossexuais... É assim um desvio tão grande?...;

 

(e eis que chegamos ao ponto que mais me dana)

 

4 - Para o senhor ex-reitor, a co-adopção terá consequências civilizacionais mas aparentemente, famílias aonde os filhos levam tareia de meia-noite, são molestados, vivem na pobreza e na ignorância, essas não têm consequências civilizacionais... Não devem ter porque isso já ocorre há milénios e ainda estou para ver as tais consequências...

Para o senhor ex-reitor, é preferível um órfão ser educado em Casas Pias e ser sujeito a tudo o que isso acarreta, que ser educado numa família homossexual, porque afinal... as Casas Pias não enfraquecem a sociedade... e isto tudo, ainda por cima, numa altura de crise e austeridade, conjuntura que não se compadece com grandes gastos orçamentais com programas sociais.

 

 

Senhor ex-reitor, tenho uma palavra para si: 'PRIORIDADES' homem! 'PRIORIDADES'!!

5 grandes livros que você não estudou na escola

Ricardo Campelo de Magalhães, 04.01.14

O presidente do Ordem Livre, Diogo Costa, sugere aqui 5 livros para compreender o mundo actual. Fica a sugestão de leitura:

1. Ensaios de Frédéric Bastiat
2. As Seis Lições
3. A lógica da ação coletiva | (PDF em inglês)
4. Tempos Modernos
5. O Otimista Racional | (vídeos sobre)

A imagem é um fundo de computador feito por mim.
Basta clicar nela para a ter o Bastiat em grande.

 

O Saco de Gatos

Miguel Nunes Silva, 03.01.14
Aparte o facciosismo caciquista intra-partidário, o PSD como plataforma macro-agregadora de correntes de pensamento de direita, padece também de rivalidades ideológicas. Tentei neste quadro demonstrá-las partindo do único critério da dimensão do estado em meras três esferas de política governamental: economia e finanças, dirigismo de valores, e política externa.
Identifiquei assim 7 grandes correntes ideológicas dentro da direita Portuguesa:
  • Social-Democratas (Social-Dems) - Escola de pensamento antiga centrista mas de tendência esquerdista. Apenas vigorou no PSD num período mais inicial da fundação do partido tendo depois dado lugar sobretudo a Conservadores e Social-Cristãos. Pautam-se pelo dirigismo estatal na economia e pela solidariedade internacionalista.
  • Conservadores (Cons) - A corrente conservadora é a génese agregadora da direita Portuguesa. Tradicionalistas nos costumes mas conservadores fiscais.
  • Liberais (Libs) - Agora no poder, eles são sobretudo a geração dos 30s e 40s, mas ainda baby-boomers. Regem-se por uma atitude permissiva tanto em costumes como na economia. Favorecem o sector privado e o cosmopolitismo libertino da vida moderna nos valores. Por outro lado, são altamente voluntaristas em política externa, defendendo com unhas e dentes o institucionalismo liberal.
  • Social-Cristãos - Definem-se pela sua ortodoxia nos valores. São aqueles que ainda se batem pela penalização do aborto e pela definição stricto sensu do 'casamento' mas são também grandes proponentes da intervenção social do estado.
  • Libertários - Os anarco-capitalistas fazem jus ao nome. Isolacionistas na esfera internacional e minarquistas na economia. 'Estado para que te quero'.
  • Neoconservadores (neocons) - Corrente de Liberais desiludidos, olham com saudosismo para os anos 50 e querem um certo regresso a esse tempo. Querem famílias estruturadas e o Ocidente como fonte de inspiração libertadora para o resto do mundo.
  • Utilitário-Conservadores (Ucons) - Tendência pragmatista e tecnocrática. O interesse nacional é o ponto de partida para a sua perspectiva política. Socialmente liberais, cépticos de internacionalismos e adeptos da austeridade e responsabilidade financeira. Rejeitam tudo o que seja inspirado em utopias e qualquer forma de engenharia social. Definem o interesse público objectiva e empiricamente.
(Deixei de lado os populistas demagógicos porque esses pululam pela tabela fora, consoante a mudança de direcção da manda de vento da opinião pública).