A vergonhosa falta de sentido de estado esquerdazóide revela-se em todas as oportunidades.
Para a moralista esquerda, a diplomacia é sempre negativa se respeitar regimes diferentes do nosso.
O MNE tentou pôr água na fervura numa causa de tensão nas relações entre Portugal e Angola mas o que a esquerda queria era ver o Ministro ser arrogante e dizer aos Angolanos para baterem a bolinha baixinha porque o nosso sistema de justiça é melhor que o deles.
Afinal, porquê manter boas relações com um dos nossos principais investidores e mercados de exportação, em altura de crise financeira e económica?...
Ou porquê pôr o interesse nacional à frente do aproveitamento político oportunista e cobarde?
Em 2009 fui eleita pela primeira-vez para a - quase extinta - freguesia do Alto do Pina. Foi a minha quarta campanha autárquica, terceira a sério, sendo que já me metia nisto antes de ser militante de coisa alguma.
Há quatro anos, apoiei Pedro Santana Lopes e não me arrependo disso. A campanha foi, por vezes, caótica. Mas tínhamos um bom candidato e na altura, mesmo com uma agenda de campanha confusa, fizemos boas acções de campanha, com um candidato sério e seguro. Seguro que era, o melhor para Lisboa.
Os resultados para a minha área de Secção - extinta em Fevereiro 11' - foram positivos em 2009: Alto do Pina com clara maioria do PSD, o mesmo em S. João de Brito, S. João de Deus, Nossa Senhora de Fátima, Alvalade e vitória, à tangente, no Campo Grande. Era o nosso oásis laranja e tirando um caso, sei que os presidentes dessas freguesias fizeram (um bom) trabalho.
Hoje a realidade é diferente. A freguesia do Areeiro - Alto do Pina e S. João de Deus - é do PSD por uma unha negra. Nossa Senhora de Fátima (que se fundiu com S. Sebastião da Pedreira) também - não sei bem como. Mas perdemos Alvalade para o PS. E Alvalade foi sempre um bastião social-democrata. Um forte do PSD.
Já sabíamos que estas eleições nos iam correr mal. Começando pelo factor de penalização nas eleições autárquicas pelas medidas tomadas pelo Governo de Pedro Passos Coelho. Com isso já contávamos. Especialmente em freguesias habitadas por uma maioria idosa, afectada com as alterações nas pensões e mais do que isso, a nova lei das rendas.
Igualmente grave, foi a escolha de alguns candidatos por Lisboa. Impostos pelo partido por questões de força e poder e nem tanto pelo factor de mérito e credibilidade. Pelas Avenidas Novas, a facção que durante dois anos andou a criticar duramente a presidente, eleita pelo PSD, pelas atenções que concentrou à volta do candidato, deveria ter levado a uma vitória mais soberba sobre o PS. No Areeiro, se calhar teria sido igualmente boa ideia não colocar em destaque o nome de um ex-presidente (não me refiro obviamente ao cabeça de lista, nem à "família" do Alto do Pina - cujo património é, no mínimo, simpático) que, segundo consta, desfalcou o património da freguesia, pela má gestão que fez.
Um outro factor, consistiu no processo de formação da Concelhia + Núcleos de Lisboa. A minha família filiou-se numa secção na qual existia discussão política. Iniciativas. Jantares ocasionais, que ajudavam a fomentar essa mesma discussão. Ninguém num partido para o qual paga quotas, gosta de receber chamadas e missivas, só em período eleitoral interno. Os militantes de Lisboa não servem só para pagar e votar. E a iniciativa que um grupo proveniente, salvo erro, da ex-secção G, tem promovido através de discussões semanais de política, deveria partir da Concelhia. Promovendo igualmente sessões de esclarecimento com membros do Governo, autarquias, etc.
Na secção B, lembro-me de ver Paula Teixeira da Cruz argumentando a favor da EMEL. Lembro-me dos jantares de militantes na Ti Lurdes. A minha avó sabia quem era o António Prôa ou o Gonçalo Sampaio. Porra, até sabia quem era o Carlos Carreiras antes de saber que era autarca! Se eu lhe falar num Mauro Xavier ou num Miguel Pinto Luz, ela vai olhar para mim como se eu falasse chinês. E qualquer dia, não vai perceber o chinês, quando lhe implorar que vá exercer o seu direito e dever enquanto militante. Ela tem 80 anos e não é estúpida.
Não tratem os militantes como se fossem estúpidos.
Mas no final, a outra coisa que fez igual diferença e pegando nas minhas palavras iniciais, foi o candidato. Depois de um processo tortuoso para se assegurar que a candidatura de Fernando Seara era possível, mesmo tendo noção que era para perder, ao menos que se fizesse uma campanha séria, como a de Santana - Santana Lopes, volta! Estás perdoado!
Vi a campanha em Alvalade e no Areeiro, ainda que de alguma distância. Ouvi relatos. E nunca vi uma coisa tão MÁ. O candidato parecia confiante numa vitória, parecendo que nos fazia um favor. Os percursos de campanha não faziam sentido nenhum. Uma arruada de 400m às 11.30 da manhã, ou às 20h, em zonas de idosos, não resulta! Em especial com esta conjuntura!
Nem o cancelamento de arruadas quando chove. Nem tampouco o modo arruada express, com uma cara - e atitude - de TIREM-ME DAQUI!!!. (Se maior parte dos militantes já está em modo Offline, os poucos, que não estão cá pelo tacho, se ainda não estavam, já passaram para o outro lado.) E o programa? Que pânico. Se as cores de campanha não ajudavam a distinguir Seara e Costa, as ideias muito menos.
Investi o meu escasso tempo por amor à camisola e ideia de serviço público. Mas caramba, amor à camisola não deveria significar falta de amor próprio!
No fim, tenho de dar razão à minha afilhada de 18 anos, quando diz que o PS não ganhou por mérito, ganhou sim pelo nosso demérito. E isso, só nos torna ridículos.