Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

PSICOLARANJA

O lado paranóico da política

PSICOLARANJA

O lado paranóico da política

'Sim' à intervenção unilateral!

Miguel Nunes Silva, 07.09.13

O que está em causa:um bombardeamento aéreo limitado contra o regime Sírio.

 

Porquê: como represália ao uso de armas químicas na guerra civil Síria.

 

Com que objectivo: dissuadir futuro uso de tais armas.

 

 

Uma intervenção limitada e racional na Síria não é o mesmo que uma aventura militar ideológica no Iraque. Fui contra a guerra no Iraque e contra a intervenção na Líbia e tenho consciência de que o está em causa não é uma guerra voluntarista mas sim uma necessidade geopolítica de provar que o uso de armas de destruição em massa não pode passar incólume.

 

Todos temos a ganhar com a manutenção do tabu de uso de ADMs.

 

Não estou com este post a defender que Portugal ou a NATO participem mas sim a justificar uma eventual intervenção unilateral Americana.

 

Se tal intervenção dissuadir ou fizer hesitar o uso de tais armas no futuro, então terá atingido o seu objectivo racional e pragmático.

Na nossa 'Guerra dos Tronos', Portas é a melhor coisa que podia ter acontecido a Rui Rio

Miguel Nunes Silva, 07.09.13

Os principais partidos do arco do poder estão divididos em facções.

 

No CDS e no PSD, a divisão é entre centristas populistas que defendem posições moderadas na esperança de obter mais votos dos indecisos ao centro, e conservadores ideólogos que preferem pôr valores políticos à frente de considerações eleitoralistas.

Enquanto que tanto no PSD e no CDS os centristas demagógicos são próximos da máquina partidária, no PS a divisão aparenta ser diferente pois António José Seguro mantém-se no poder com a influência dos sindicatos e apesar de António Costa com as Socranettes poderem obter mais votos de popularidade em eleições nacionais.


Enquanto que no PS os lobbies eleitoralistas internos definem de momento a liderança do partido, à direita o lobby eleitoralista externo é mais preponderante.

 

Por conseguinte, se à direita os centristas populistas estão no poder, à esquerda os sindicatos de voto internos empurraram para as margens estes mesmos centristas populistas.

Mas a própria natureza dos constituintes destas facções gera também outras dinâmicas. Aqueles que estão na política pelo amor aos cargos e sem alternativas profissionais que não a política, são por natureza menos dados a levar em conta o interesse nacional e valores ideológicos. O objectivo derradeiro é a progressão na escada do poder e não tanto os interesses do país ou a concretização dos ideais que professam.

 

Devido a esta dinâmica, e contrariamente ao que seria de esperar de radicais, as alas menos centristas são também mais responsáveis na gestão do poder pois as ideologias são concebidas para alcançar objectivos colectivos a longo prazo.

Paulo Portas é um excelente populista mas este é também o seu ponto fraco. A sua recente manobra pode ter trazido mais poder mas trouxe também menos confiança política por parte do PSD. A médio e longo prazo, isto poderá condenar a coligação PSD-CDS à instabilidade e aos golpes de poder. Pela sua natureza, o poder político é um jogo de soma zero pois um dado cargo apenas pode ser ocupado por uma pessoa.

 

Não é claro o que a máquina do PSD pensa da manobra de Portas mas certamente que não estará satisfeita. Quaisquer futuras manobras enfraquecerão ainda mais a imagem dos dois partidos e a credibilidade da liderança do PM.

 

Quem tem a ganhar com tudo isto? O Presidente, a facção mais ideológica do PS e finalmente as alas mais ideológicas da direita: Ribeiro e Castro e Rui Rio.

By the way

Essi Silva, 06.09.13
Preferia que o Tribunal Constitucional desse razão ao Governo e não às candidaturas do Menezes e do Seara. O PSD Lisboa e os meus amigos lá de cima que me perdoem mas: o Seara em Lisboa não ganha. É triste, mas é verdade. O Menezes até é provável que ganhe, mas não deixa de ser um (deixa-cá-ver-se-encontro-um-adjectivo-que-não-seja-demasiado-ofensivo) mau candidato.

Portanto, desta decisão não vem uma grande vitória. Vitória era darmos a volta à crise sem que o Estado viesse buscar mais dinheiro à minha carteira, ganho à custa do meu trabalho - que não foi o Estado que me garantiu - para sustentar os seus vícios e os de quem à custa dele vivem.

Desculpem lá o desabafo.

Pág. 2/2