Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

PSICOLARANJA

O lado paranóico da política

PSICOLARANJA

O lado paranóico da política

Está tudo aqui:

Miguel Nunes Silva, 22.06.13

O que o académico Geert Hofstede tem a dizer da cultura da sociedade Portuguesa:


 

Portrait Image of Geert Hofstede (Prof)

 

 


"If we explore the Portuguese culture through the lens of the 5-D Model, we can get a good overview of the deep drivers of Portuguese culture relative to other world cultures.

Power distance
This dimension deals with the fact that all individuals in societies are not equal – it expresses the attitude of the culture towards these inequalities amongst us. 
Power distance is defined as the extent to which the less powerful members of institutions and organisations within a country expect and accept that power is distributed unequally.

Portugal’s score on this dimension (63) reflects that hierarchical distance is accepted and those holding the most powerful positions are admitted to have privileges for their position.
Management controls, i.e. the boss requires information from his subordinates and these expect their boss to control them. A lack of interest towards a subordinate would mean this one is not relevant in the Organization. At the same time, this would make the employee feel unmotivated.
Negative feedback is very distressed so for the employee it is more than difficult to provide his boss with negative information. The boss needs to be conscious of this difficulty and search for little signals in order to discover the real problems and avoid becoming relevant.

Individualism
The fundamental issue addressed by this dimension is the degree of interdependence a society maintains among its members. It has to do with whether people´s self-image is defined in terms of “I” or “We”.
In Individualist societies people are supposed to look after themselves and their direct family only. In Collectivist societies people belong to ‘in groups’ that take care of them in exchange for loyalty.

Portugal, in comparison with the rest of the European countries (except for Spain) is Collectivist (because of its score in this dimension: 27). This is manifest in a close long-term commitment to the member 'group', be that a family, extended family, or extended relationships. Loyalty in a collectivist culture is paramount, and over-rides most other societal rules and regulations. The society fosters strong relationships where everyone takes responsibility for fellow members of their group. In collectivist societies offence leads to shame and loss of face, employer/employee relationships are perceived in moral terms (like a family link), hiring and promotion decisions take account of the employee’s in-group, management is the management of groups.

Masculinity / Femininity
A high score (masculine) on this dimension indicates that the society will be driven by competition, achievement and success, with success being defined by the winner / best in field – a value system that starts in school and continues throughout organisational behaviour.
A low score (feminine) on the dimension means that the dominant values in society are caring for others and quality of life. A feminine society is one where quality of life is the sign of success and standing out from the crowd is not admirable. The fundamental issue here is what motivates people, wanting to be the best (masculine) or liking what you do (feminine).

Portugal scores 31 on this dimension and is a country where the key word is consensus. So polarization is not well considered or excessive competitiveness appreciated.
In feminine countries the focus is on “working in order to live”, managers strive for consensus, people value equality, solidarity and quality in their working lives. Conflicts are resolved by compromise and negotiation. Incentives such as free time and flexibility are favoured. Focus is on well-being, status is not shown. An effective manager is a supportive one, and decision making is achieved through involvement.

Uncertainty avoidance    
The dimension Uncertainty Avoidance has to do with the way that a society deals with the fact that the future can never be known: should we try to control the future or just let it happen? This ambiguity brings with it anxiety and different cultures have learnt to deal with this anxiety in different ways.  The extent to which the members of a culture feel threatened by ambiguous or unknown situations and have created beliefs and institutions that try to avoid these is reflected in the UAI score.

If there is a dimension that defines Portugal very clearly, it is Uncertainty Avoidance. 
Portugal scores 104 on this dimension and thus has a very high preference for avoiding uncertainty. Countries exhibiting high uncertainty avoidance maintain rigid codes of belief and behaviour and are intolerant of unorthodox behaviour and ideas. In these cultures there is an emotional need for rules (even if the rules never seem to work) time is money, people have an inner urge to be busy and work hard, precision and punctuality are the norm, innovation may be resisted, security is an important element in individual motivation.

Long term orientation
The long term orientation dimension is closely related to the teachings of Confucius and can be interpreted as dealing with society’s search for virtue, the extent to which a society shows a pragmatic future-oriented perspective rather than a conventional historical short-term point of view.

The Portuguese score 30, making it a short term orientation culture. Societies with a short-term orientation generally exhibit great respect for traditions, a relatively small propensity to save, strong social pressure to “keep up with the Joneses”, impatience for achieving quick results, and a strong concern with establishing the Truth i.e. normative. Western societies are typically found at the short-term end of this dimension, as are the countries of the Middle East."

Rui Rio não terminou com feriado do S. João. Expresso mentiu...

Hugo Carneiro, 20.06.13


Que a comunicação social merece cada vez menos crédito já sabíamos, mas esta questão do S. João é um ultrage.

 

Comecemos pelo início...

 

O Expresso online publicou: "Rui Rio 'acaba' com feriado de São João"

Realçando:


"Por decisão do presidente da Câmara do Porto, aplicando uma nova lei do Governo, o dia de 24 de junho deixa de ser feriado, criticando Rui Rio a Assembleia da República por ter fechado no dia de Santo António".


Parece que se dá a entender que Rui Rio acha muito bem e que os feriados deviam terminar.

Contudo, uma análise factual evidencia outra conclusão e mostra como a comunicação social manipulou títulos e entrada de notícias, sem preocupação com a verdade ou, então, e ainda mais grave, por pura incompetência.


Eu explico...


Em Dezembro o Governo publicou a Lei nº. 66/2012 que prevê uma alteração à Lei nº. 59/2008 e determina a sua aplicação a trabalhadores da função pública.

Nessa lei é alterado o art. 8-A da Lei 59/2008, passando a ter a seguinte redação:


«Artigo 8.º-A
Feriados
1 - (...)
2 - A observância dos feriados facultativos previstos no Código do Trabalho 
depende de decisão do Conselho de Ministros, sendo nulas as disposições de 
contrato ou de instrumento de regulamentação coletiva de trabalho que 
disponham em contrário. 
3 - (...)»

Perante esta alteração legislativa feita em Dezembro passado, a Associação Sindical dos Juízes Portugueses emitiu o seguinte comunicado:

"FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS TÊM GOZADO ILEGALMENTE FERIADOS MUNICIPAIS"


O Município do Porto perante a obrigatoriedade de despacho do Conselho de Ministros para que o dia 24, dia de S. João, fosse feriado percebeu que se nada fosse feito e os funcionários do Município do Porto não comparecessem ao trabalho, seria obrigatório aplicar faltas injustificadas, algo que seria desrazoável e que contraria a tradição no Porto e a prática centenária da edilidade.

 

Assim, e para proteger os funcionários do Município desta alteração legislativa, e uma vez que o Conselho de Ministros nada fez, então foi concedida tolerância de ponto a todos os funcionários do Município.



Rui Rio não terminou com nenhum feriado, porque o mesmo foi decretado pela Assembleia Municipal em tempos idos ao abrigo da Lei nº. 169/99 (Lei das competências das Autarquias), e tal facto não carece de renovação anual.

 

Contudo, a alteração introduzida em Dezembro pelo Governo com a Lei nº. 66/2012 passou a impor a determinação de feriado facultativo (caso do S. João), da tal resolução do Conselho de Ministros.

 

É correcto, por isso, o título do Jornal Público quando escreveu hoje: 

Rui Rio dá tolerância de ponto para “salvar” feriado de S. João

 

O Governo, pelos vistos, através da Presidência do Conselho de Ministros diz que o problema não existe, porque aquela alteração legislativa de Dezembro visava apenas o Carnaval. O que é certo é que o problema é factual e existe.

 

Tanto assim, que o próprio Governo reconhece que a questão ficará clara com outra alteração legislativa em curso, com uma norma ad hoc metida na proposta de Lei 153/XII. Esta proposta visa aumentar o horário de trabalho dos funcionários públicos de 35h para 40h, mas nela vai à socapa uma norma que altera a lei feita em Dezembro:


«Artigo 8.º-A
[…]
1 - […].
2 -A observância dos feriados facultativos previstos no Código do Trabalho,
quando não correspondam a feriados municipais de localidades
estabelecidos nos termos da lei aplicável, depende de decisão do Conselho
de Ministros, sendo nulas as disposições de contrato ou de instrumento de
regulamentação coletiva de trabalho que disponham em contrário.
3 - […].»



Mas esta proposta de Lei só entrou na A.R. em 07/06/2013 e ainda está longe o término do processo legislativo.


Conclusão: todos os feriados que têm sido gozados por funcionários públicos em Lisboa e noutras localidades têm sido ilegais e podem conduzir a faltas injustificadas dos funcionários públicos.

No caso dos funcionários públicos, perante inspecções da IGF ou outras entidades tutelares pode, inclusivé, originar reembolso do vencimento diário desses funcionários.


Foi isto que foi acautelado, no limite em que podia, pelo Município do Porto quanto aos seus funcionários.

O Município do Porto não tem competência para mais, à luz da intromissão legislativa do Governo.


O que isto demonstra, até com o exemplo de outros processos legislativos recentes (subsídio de férias, Orçamentos inconstitucionais, etc), é que existe uma clara incapacidade legislativa do Governo.


Já quanto ao sector privado prevalece o Código do Trabalho (Lei nº. 7/2009), que determina:


Artigo 235.º
Feriados facultativos
1 - Além dos feriados obrigatórios, podem ser observados a título de feriado, mediante instrumento de regulamentação colectiva de trabalho ou contrato de trabalho, a terça-feira de Carnaval e o feriado municipal da localidade.
2 - Em substituição de qualquer feriado referido no número anterior, pode ser observado outro dia em que acordem empregador e trabalhador.




Fica o esclarecimento público a bem da verdade.




Fontes:


Associação Sindical dos Juízes Portugueses: 

http://www.asjp.pt/2013/06/08/funcionarios-publicos-tem-gozado-ilegalmente-feriados-municipais/


Notícia do Expresso: 

http://expresso.sapo.pt/rui-rio-acaba-com-feriado-de-sao-joao=f814972#ixzz2WnUs0GDn


Jornal Público: 

http://www.publico.pt/politica/noticia/rui-rio-da-tolerancia-de-ponto-para-salvar-feriado-de-s-joao-1597844


Lei nº. 66/2012: 

http://www.ispa.pt/ficheiros/documentos/lei_66_2012.pdf


Proposta de Lei 153/XII na A. R.:

http://app.parlamento.pt/webutils/docs/doc.pdf?path=6148523063446f764c3246795a5868774d546f334e7a67774c325276593342734c576c756156684a5358526c65433977634777784e544d7457456c4a4c6d527659773d3d&fich=ppl153-XII.doc&Inline=true 

 

Ainda a greve de Professores

Pedro Miguel Carvalho, 16.06.13

Estão neste momento alunos que amanhã irão fazer exame a partilhar uma notícia do site da FENPROF, admitindo que as suas escolas irão estar fechadas.


Justificação dos alunos "O site é da FENPROF, responsável pela greve, logo tem credibilidade."


Obviamente, se a notícia for lida com atenção percebemos o seguinte:


1) Título "Greve Geral encerra milhares de escolas em todo o país!" - é natural, hoje é Domingo.
2) " A forte adesão à greve por parte dos docentes, incluindo muitos directores e outros elementos das direcções das escolas, dificulta o levantamento dos dados de adesão. Por esse motivo, a FENPROF continuará a fazer esse levantamento ao longo do dia, estando em condições de, a meio da tarde, avançar com um número global de adesão." - se dificulta o levantamento de dados, significa que já existem dados da greve a ser levantados.
3) " foram aprovadas com o voto do PS e a abstenção do PSD" - deixa a entender que, se foram aprovadas com o voto do PS e abstenção do PSD o governo seria PS e a maioria na Assembleia também.

Em suma:
1) Depois disto, parece que a parte de interpretação de texto do exame nacional não vai correr bem.
2) Os miúdos estão tão nervosos com tudo isto que passam mais tempo a olhar para as notícias que a estudar.

Manif's e greves

Pedro Miguel Carvalho, 15.06.13

Eis que os professores insistem na greve do próximo dia 17, dia de exame nacional de português e de latim.

 

A greve é sempre um meio legítimo de luta, contudo não podem os alunos ser um instrumento de luta contra o governo.

 

É triste que a juntar ao stress natural dos exames, os alunos ainda estejam preocupados com o  que os seus professores vão fazer no dia do exame.

 

É triste quando os verdadeiros profissionais da educação se deixam influenciar por aqueles que são sindicalistas/manifestantes profissionais.

 

 

Sobre isto li no facebook e concordo: "Ver um professor na manifestação de hoje dizer "Estou feliz porque é um momento de partilha de todos os professores por uma causa comum", e eu estar aqui a stressar com um exame que é a minha prova de ingresso na faculdade, é  #####! . Se querem momentos de partilha combinem um chá das 5  e depois dizem que o país vai de mal a pior"

 

Não consigo compreender o porquê de em 2005 e 2007 ter sido dada razão ao governo e terem sido decretados os serviços mínimos e agora não. Não pode haver dois pesos e duas medidas.

 

Eu não compreendo nem posso aceitar esta luta, lamento.

 

Gestão de excelência

Catarina Rocha Ferreira, 06.06.13



«Se durante dez anos a câmara do Porto fez uma gestão financeira rigorosa, se reduziu a sua dívida e com isso gerou esta folga é justo que uma parte substancial desta seja em benefício das famílias por força da crise e de uma carga fiscal exageradíssima e que temos hipótese de reduzir», afirmou o Presidente da Câmara do Porto ao anunciar uma redução de 10% no IMI na cidade.


Afinal o rigor, a transparência, a seriedade, a responsabilidade e a competência trazem bons resultados (até em tempos de austeridade).

 

O Porto agradece a gestão de excelência, que mais uma vez é sinónimo de Rui Rio.

Aborto?Não

Pedro Miguel Carvalho, 05.06.13

 

Em 2007, apesar de ainda não ter idade para votar, juntei-me ao Movimento Norte pela Vida contra a despenalização da I.V.G.

 

Infelizmente, à pergunta "Concorda com a despenalização da interrupção voluntária da gravidez, se realizada, por opção da mulher, nas 10 primeiras semanas, em estabelecimento de saúde legalmente autorizado?", o país votou SIM.

 

Hoje, 6 anos depois, a Inspecção Geral das Actividades em Saúde vem sugerir ao governo que seja criada uma taxa moderadora que permita controlar a repetição deste acto.


Sendo legar, o aborto deve ser encarado como o fim da linha e não como método contraceptivo normal.

 

 

É urgente regulamentar e taxar a I.V.G.

 Norte pela Vida

Pilhagem em Lisboa

Essi Silva, 04.06.13

Não é por falta de interesse ou desalento que me tenho ausentado da caixa e posts do Psico. Mas o tempo, infelizmente, não tem sido generoso.
Ainda assim, hoje algo fez click e deixei de conseguir conter a revolta que existe em mim.

É que para além de notícias sobre cabos da PT e tampos de esgoto a desaparecerem, pegou uma nova moda perigosa em Lisboa: a pilhagem de metais.

Passo a explicar - no bairro dos actores, são visíveis em todos os quarteirões, portas de edifícios sem pegas/puxadores, desaparafusadas ou partidas.

Os roubos decorrem em pleno dia ainda que ninguém veja ou reporte a situação no momento. Hoje contei 5 prédios no meu bairro - incluindo o prédio da empresa familiar e o dos meus avós, onde até um corrimão levaram - mas o fenómeno não se fica pelo Alto do Pina. Visíveis são os efeitos também por volta da Praça de Londres e até na Av. Gago Coutinho.

É lamentável pagarmos impostos e nem direito à propriedade privada termos. Sim, porque policia a patrulhar esta zona de Lisboa, de dia ou de noite, é coisa rara nunca vista. E quem consegue fazer isto, em PLENO DIA, também conseguirá ultrapassar as portas de casa dos nossos pais e avós, já que as zonas em causa são maioritariamente habitadas por idosos.

Quanto a mim, já estou a preparar uma moção para apresentar na Assembleia da minha freguesia. Mas numa cidade como Lisboa, ver acção policial é frequentemente só uma miragem.
Será agora altura de implementar a larga escala o sistema de CCTV?