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PSICOLARANJA

O lado paranóico da política

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O lado paranóico da política

Ensino vocacional: oportunidade ou castigo?

Rui C Pinto, 30.08.12

Segundo as notícias veiculadas pelos media do burgo, nos últimos dias, Nuno Crato prepara-se para lançar um programa de ensino vocacional. [fonte, fonte, fonte, fonte]

 

O programa anunciado nos media prevê que os alunos do ensino básico aprendam uma profissão até ao 9º ano e visa dar mais oportunidades aos alunos, dotando-os de competências adaptadas ao mercado de trabalho. Ficamos ainda a saber que o rol de ofícios inclui talhante, agricultor, canalizador e electricista. As condições de acesso ao programa compreendem a opção própria do aluno ou dos encarregados de educação e a obrigatoriedade dos alunos com insucesso escolar (que até ao 6º ano de escolaridade tenham reprovado duas vezes no mesmo ano lectivo ou três vezes intercaladas). 

 

Eu prefiro, por agora, acreditar que se trata de um lapso. Um lapso infeliz. Por várias razões:

 

1º Não faz sentido que se invista no ensino de um ofício a uma criança de 12 a 14 anos que terá, posteriormente, mais três anos de ensino obrigatório (até ao 12º ano). Faria, naturalmente, mais sentido o ensino das mesmas no ensino secundário. 

 

2º É completamente extemporânea a aposta em ofícios como talhante. Se por um lado é louvável, quiçá desejável (não é a minha opinião), que as escolas preparem os alunos para o exercício de profissões, é fundamental que essas profissões se adaptem ao mercado de trabalho. Pergunto: há necessidade de talhantes no mercado de trabalho? A profissão de talhante é hoje uma profissão competitiva para os novos profissionais? 

 

3º Um programa que visa dar mais oportunidades aos alunos promove o efeito exactamente contrário, na medida em que é compulsivo aos alunos com insucesso escolar. Reduz as suas oportunidades porque a componente lectiva de conteúdos nesta via de ensino terá de ser necessariamente inferior à convencional, dificultando o sucesso no ensino secundário. Uma via de ensino cuja admissão é feita em função do desempenho escolar dificilmente poderá ser apelidado de oportunidade porque se impõe, efectivamente, como castigo. A ideia de "punição" dos maus resultados, para além de alimentar uma vaga noção de justiça, não promove qualquer mais valia para o aluno ou para o país: o aluno aprende um ofício cuja necessidade de mercado é dúbia e cuja remuneração o levará a uma situação de precariedade económica e consequente dependência de apoio social do Estado. 

 

4º Portugal tem deficiências ao nível do ensino. Mas também tem mérito e virtudes. O sistema de ensino foi, desde o 25 de Abril, a base de criação de uma classe média que era inexistente há 40 anos e tirou muitas famílias da pobreza. Num país onde o fosso entre pobres e ricos é preocupante, é essencial que não se descurem igualdades de oportunidade que permitam mobilidade social.  O ensino é fundamental para consegui-lo. 

 

5º O sistema de ensino permitiu, nas últimas quatro décadas, uma substancial reforma do tecido económico nacional com forte incorporação de engenharia e tecnologia. O tecido económico português tem necessidades de mão de obra e se Nuno Crato está preocupado poderia perguntar a Álvaro Santos Pereira que tutela o Instituto do Emprego e Formação Profissional quais as profissões com mais procura em Portugal. Ficaria provavelmente surpreendido pois “as profissões que continuam a ter muita procura são as mais exigentes e morosas em termos de formação académica e que implicam especializações posteriores” [fonte]. Significa, portanto, que Nuno Crato devia estar preocupado com o insucesso escolar na medida em que o tecido económico português precisa de profissionais com elevadas qualificações académicas: especialistas em engenharia, em tecnologias de informação e profissionais de saúde [fonte]. Nuno Crato tem, de facto, um problema de difícil resolução em mãos. Encaminhar os alunos com insucesso escolar para estes ofícios é, infelizmente, a pior solução que podia ter encontrado e a que mais prejudica o interesse dos próprios e do país.

 

Nuno Crato, será que posso dizer todo o governo?, tem vindo a evidenciar um outro preconceito. O da agricultura. A ideia de que o ofício de agricultor se aprende no ensino básico é uma ideia que não tem qualquer adesão à realidade da agricultura moderna e lucrativa. Fica-me a sensação de que Nuno Crato está a pensar na agricultura de subsistência, aquela que muitos pobres, sobretudo idosos no interior do país, praticam. A agricultura é hoje uma área económica extremamente competitiva que exige técnicos altamente qualificados, planos de negócio competitivos e inovadores e uma boa dose de empreendedorismo. É evidente que o sector não poderia ter outra reacção a estas notícias que não a da Associação Nacional dos Jovens Agricultores que defende a necessidade de profissionais com competências e formação  [fonte].

 

Esta forma de ver o país e, sobretudo, de projectar o futuro do país deve preocupar-nos a todos. Lançar políticas com uma visão desactualizada da sociedade e do tecido produtivo nacional não augura grandes resultados. Preocupa-me também, politicamente, que um dos ministros que mais espectativa suscitou aquando da sua nomeação se perfile tão rapidamente como a maior desilusão do executivo. 

Directamente da 10° Universidade de Verão...

Isa de Pinho Monteiro, 29.08.12

Este ano a Universidade de Verão (UV) é ainda mais especial por duas razões. Em primeiro lugar, porque se assinala a décima edição, onde será feita uma reflexão sobre a evolução deste evento de formação ao logo de uma década e, em segundo, por se realizar em simultâneo a “Universidade de Verão do Partido Socialista”, após um interregno desde 2003. De referir que a “Universidade de Verão do PS” tem uma duração mais curta e não propriamente com carácter educacional de alunos.

Em Castelo de Vide, encontram-se 100 participantes seleccionados entre mais de três centenas candidatos, e com idades compreendidas entre os 16 e 30 anos. A selecção é realizada com base no currículo, região do país e respostas ao questionário de candidatura.

Na Segunda-feira, Berta Cabral falou sobre o seu plano de crescimento para os Açores e sobre a necessidade de maior interacção entre ilhas. Na Terça-feira, dois grandes oradores marcaram presença, o Prof. Doutor Adriano Moreira e o Prof. Doutor Marcelo Rebelo de Sousa.

Da aula do Prof. Adriano Moreira intitulada “Há sinais de esperança num mundo em Crise?”, destaco a referência à situação de “anarquia mundial”, em que a relação de confiança se encontra afectada de uma forma severa.  De facto, parece que existem órgãos que tentam estabelecer a Paz, mas os países estão debilitados a esse nível. Os crimes contra a Humanidade continuam. Em África há crianças a combater com armas produzidas em países de economia avançada. Tudo isto acontece num clima de ignorância. Faço aqui um parênteses para uma questão que me inquieta. Em 2008 fiz uma viagem aos Balcãs. Fiquei impressionada com as marcas de uma guerra tão violenta, que aconteceu tão perto de nós. Ainda não consegui perceber o desempenho das Nações Unidas nesta guerra e de outras organizações para a paz. Em Sebrenica ainda se respira indignação, injustiça e dor. O massacre foi em 1995 e parece-me que ainda ninguém conseguiu explicar como Humanos permitiram que tal acontecesse.

O Prof. Adriano Moreira referiu que a Europa tem de saber lidar com peso da história porque na Europa não existem vizinhos, mas sim íntimos inimigos. Utilizou ainda o termo de “privatização” da guerra e indicou que as estatísticas nunca são verdadeiras, uma vez que só dizem respeito aos soldados.

Sobre o tema da educação, o Prof. Adriano Moreira alertou para a emigração de cérebros e defendeu o ensino nas Humanidades na interdisciplinaridade. O acordo ortográfico não faz muito sentido, já que a língua está associada a valores específicos. No Brasil, por exemplo, existem influências culturais africanas, alemãs, japonesas e indígenas com as quais os Portugueses não se identificam. A frase que mais gostei desta aula foi dita a respeito dos valores da propina, que no fundo são taxas, que nunca deveriam condicionar o acesso à educação por todos: “as pessoas distinguem-se na forma como vivem e não da forma como ganham a vida”.

O Professor Marcelo Rebelo de Sousa trouxe-nos a aula “Os velhos-novos actores políticos na Democracia do século XXI”, na qual apresentou vários tópicos sobre diferentes épocas da política e sociedade em Portugal, fazendo sempre relação com a  evolução da comunicação social. Começou por caracterizar a política dos anos 70, em que o advento da democracia chegou demasiado tarde. Nesta altura, a televisão era pública, tendo havido o seu assalto partidário. Havia uma forte influência estrangeira, os debates eram todos ideológicos e a política fazia-se pelas massas. A segunda fase situa-se entre 80 e 85, fortemente marcada pela subida da importância da mulher na sociedade, mas de também por uma maior volatilidade do sistema. Surge a AD, depois o PSD, que passa de partido de militantes a partido de militantes e eleitores. A terceira fase é o Cavaquismo. O papel da mulher é ainda mais forte, surge uma comunicação social em que o discurso é cada vez mais curto e aparece o conceito de política anti-política. A igreja católica começa a remodelar a sua estrutura, uma vez que existe um faixa etária em falta. O fim do Cavaquismo coincide com o início da televisão privada. Começa haver a política da televisão. A regionalização conhece a sua primeira morte com a divisão dos regionalistas. O início do Socialismo começou então com aquele que (ainda) é, provavelmente, o primeiro ministro mais querido dos Portugueses, Guterres. Está época é marcada pela imagem e televisão. Há o envelhecimento da população e a escolha para mais Europa e mais poder. A RTP perde a liderança para a SIC. Uma grande euforia acompanha depois a Expo98 e a inauguração da Ponte Vasco da Gama. Há protagonismo dos jovens, consenso em relação ao Euro ao qual chegamos, os Espanhóis ganham peso, há o regresso a África e reforço dos laços do Brasil. Emigrantes de Europa vêm para Portugal.  Há a segunda morte da regionalização. O Socratismo aparece com cansaço, com refluxo. A internet começa a ter um papel mais importante, nomeadamente a blogosfera e as redes sociais. Do passado vem a ideia de um país católico, mas a realidade é minoritária. A mulher tem um papel decisivo. As pessoas andam à procura de algo... Passa a haver um novo país, de teenagers, globalizado, incompreensão do que se passou, internacionalização, um país velho e insatisfeito, desempregado. Um pais infoexcluído, utiliza a Internet mas não de forma participativa. É um pais que não lê e se reporta pela televisão. Temos velhos partidos que se precisam de renovação. Os últimos dados estatísticos mostram que a natalidade de Portugal é baixíssima. Os partidos políticos estão velhos e não surgiram novos partidos. Os indignados não conseguiram organizar-se e, movimentos tais como os de Alegre e Fernando Nobre, passaram...Para o futuro, espera-se uma democracia mais participativa, com a internet e a televisão generalizada. A mulher passa a ter um papel decisivo. Segundo o Prof. Marcelo, a saída da crise será LENTA e SEGURA, sem economia radical e sem a euforia do passado de 1997 a 2000. Termina apelando à re-descoberta dos valores e desafia os alunos a terem modelos de vida, isto é, a saberem como querem viver. Além disso, existe hoje uma responsabilidade muito importante: o não esquecimento dos mais velhos, para que não existam aqui realmente dois países. 

 

Agradeço revisão de texto a Margarida Balseiro Lopes. 

Sobre o interesse público e o peso do Estado

Essi Silva, 28.08.12
Noticia o Público de hoje, que o Município de Leiria, violou disposições legais, para garantir o "interesse público" e assegurar as refeições, o transporte escolar e as actividades de enriquecimento curricular dos 5933 alunos do pré-escolar e 1.º ciclo, que devido à falta de verbas e a disposições da Lei de Concorrência, não poderiam ser garantidos por impedimento dos concursos.

Esta manhã, Adriano Moreira afirmou na nossa querida UV, que o peso dos impostos está a saturar os portugueses e que o limite da "fadiga tributária" não pode ser ultrapassada.
"Neste momento, corresponder ao que foi assinado com a 'troika' é certamente  indispensável, mas vai exigir sacrifícios tremendos à população e há um  limite que é a fadiga tributária e nós não podemos atingir esse ponto". "Há uma grande parte do diálogo com a 'troika' que não é conhecido e  por consequência não sei em que condições esse diálogo tem decorrido em  termos de tornar possível esse pedido", declarou, acrescentando que "o limite mesmo desse tempo é que a fadiga tributária não seja ultrapassada". 

A verdade, é que muitas empresas estão prestes a chegar ao limite, bem como muitas pessoas singulares, enterradas em obrigações ao Estado, cada vez mais pesadas e em maior número.
Cada vez mais, os portugueses optam por pagar impostos como o IRS, por exemplo, em prestações.
Se custa tanto cumprir com as obrigações ao Estado, cujo poder, deveria ser mais coercivo; imagine-se no resto das esferas. Pagam-se contribuições fiscais por tudo, praticamente até por respirar. Tudo é taxado, cada vez mais. A situação já é sufocante para um número significativo de portugueses.
E o que acontece, quando se falha?
Se para um privado, o Estado é implacável; para uma empresa, o custo não incide só sobre uma pessoa, ou duas, mas frequentemente sobre famílias inteiras, quando não localidades, cujos residentes trabalham todos no mesmo local.
No momento em que as obrigações são asfixiantes e a réstia de esperança das empresas se mantém, para cumprirem com as encomendas, contratos, entrega de produtos, para sobreviver mais um dia, frequentemente as sociedades comerciais têm uma de três escolhas: fechar portas e pagar as obrigações mas deixar dezenas sem emprego; pagar salários, continuar a actividade e falhar as contribuições ao Estado, ou pagar impostos mas nao pagar salários.
À nossa jurisprudência não é estranha a segunda hipótese. As empresas alegam que o "interesse público" é pagar os salários. O Estado diz-lhes que não.

Eu pergunto, como podemos salvar um país, usando o "interesse público" como fim, e o sacrifício extremo da população como meio?
Será que não é legítimo a um casal (multiplicado pelos vários casos de precariedade deste país), fugir ao pagamento de um tributo para garantir a alimentação dos seus filhos e um tecto sob o qual dormir; tanto quanto uma autarquia, que contorna a lei, para poder dar a mão a quem precisa?
Censuramos uma empresa que opta por pagar salários em vez de impostos, ou um pai e uma mãe que luta pelos filhos, mas gritamos "aleluia" a um executivo camarário que ignora a lei para garantir condições a crianças?

No fim, onde começa e onde acaba "o interesse público"?

Mobili-quê?!

Essi Silva, 27.08.12
Sou uma ávida fã do comboio, em detrimento dos autocarros. É mais cómodo e deveria ser mais económico/célere.
Se no princípio do século passado, o comboio e as linhas ferroviárias foram as principais dinamizadoras e aceleradoras do desenvolvimento do interior do país, e de Portugal enquanto nação, hoje, afastamo-nos cada vez mais deste transporte, a que tanto devemos.
Pelo menos é o que parece, depois de, segundo o Público, a CP ter eliminado do seu site, o que fora o primeiro compromisso social da empresa pública perante o cidadão: garantir a mobilidade e a coesão do território, geográfica e economicamente.

O compromisso, que anteriormente constava do site, incluía ainda a referência aos 2830 Km de linhas férreas, "contribuindo para a coesão territorial do país, a preços equitativos"; substituído ao que parece, devido à actualização do site e do conteúdo, sendo, aparentemente uma informação dispensável, na descrição da empresa.

Os "downgrades" que a CP tem sofrido ao longo dos últimos anos, têm prejudicado, não só os clientes que dependem do comboio, por falta de melhor alternativa; como têm afastado novos clientes, já que em casos, nomeadamente do Algarve, cujas estações distantes e mal-sinalizadas, transbordos sucessivos, equipamento/linha decadente, insegurança e afins, fazem do autocarro e até do aluguer de veículos, uma alternativa melhor que o comboio.

Ao que parece, a CP, com os sucessivos cortes do caminho ferroviário, já não têm como função servir o cidadão. Nesse caso, digam-me então, para que serve? Para comer impostos?
Ou não há espaço para o comboio nos países civilizados?

Eu quero, eu posso, eu mando

Essi Silva, 27.08.12
Nos últimos tempos tenho andado um bocadinho ocupada a tratar da vida académica, pelo que me perdoem a ausência.

Não obstante, a atenção aos malabarismos políticos manteve-se, só lamentando não ter podido comentar as trapalhadas do meu querido Governo e do casal mais mediático do nosso país, Relvas-Coelho (a mulher manda, o marido dá o nome e a cara à família).
Se o não-assunto, ou o caso "licenciatura na Unversidade da Via Rápida", não fossem suficientes, Relvas decidiu usar, não o Facebook, como Cavaco, mas António Borges, para sabermos o que se passa na mente do Governo, em relação à RTP.

Marcelo nem sempre tem razão, mas ontem fez algum sentido quando referiu algumas questões sobre a complicação em coadunar o conceito de serviço público, com a concessão a uma empresa de/administrada por/co-propriedade de estrangeiros. Para além da questão constitucional, claro.
A mim não me choca a venda da RTP1, tão simplesmente porque em abono da verdade, aquilo não é serviço público, à excepção do Futebol, das Voltas a Portugal e demais casos pontuais, claro. Triste, triste, fico eu com falta da RTP2, infelizmente sub-aproveitada e canalizada para uma minoria artístico-intelectual da nossa população. Agora, conceder um canal, cujo lucro se baseia inclusive numa taxa ridícula que o cidadão anda a pagar, para uns tipos quaisquer continuarem a passar programas do arco-da-velha, de modo a que o Governo possa lavar as mãos e dizer "nós até semi-cumprimos o que vos andámos a prometer, sem termos os-chatos-da-troika a obrigar-nos a tal", é uma patetice.
Isto tudo parece-me uma trapalhada, mais uma, para não variar.

O CDS torceu o nariz, os outros reclamam, a Administração da RTP contesta, e há quem diga por Bruxelas, que o negócio de conceder o canal a troco da taxa, sujeita-se a veto.
Veremos como é que Relvas tira o coelho da cartola desta vez.

(post-script: E a dica do Marcelo quando disse que Sabe que foi houve conversa entre Relvas e Borges, sobre a divulgação do assunto? Fantástico clima, este do "digo eu, ou dizes tu, ou diz o outro". Quem será o próximo porta-voz do Governo?)

UV 2012

Rui C Pinto, 27.08.12

Arrancou hoje a 10ª Universidade de Verão em Castelo de Vide. Desejo a todos uma excelente e produtiva semana.

 

O país vive um período excepcional da sua vida colectiva. A recessão económica, o desemprego crescente e a austeridade financeira exigem soluções aos partidos políticos. A violenta redução da despesa pública exige-nos uma ideia de futuro para o país, clareza nos ideais e transparência nas opções políticas. O PSD precisa definir com clareza e convicção qual é a sociedade que propõe ao país para a próxima década. É meu desejo sincero que os jovens reunidos em Castelo de Vide contribuam para essa definição já que ali se encontram, provavelmente, muitos dos futuros dirigentes da JSD e do PSD. 

 

smartshops ou dumbshops?

Rui C Pinto, 25.08.12

Extrememente pertinente a proposta da JSD que levou à preparação de medidas de regulação dos produtos vendidos em smartshops, segundo noticia o i

Estas lojas vendem produtos químicos sintéticos que se podem comprar em qualquer loja de produtos agrícolas comum, em invólucros muito mais apetecíveis ao público que as consome para fins recreativos. Não deixam de ser fertilizantes. Drogas sintéticas produzidas para fins agrícolas, cujo consumo é desaconselhado pelos fabricantes, e cuja toxicidade é conhecida e descrita. 

 

Não falo por preconceito em relação a quem entende fazer uso recreativo de qualquer droga sintética. Elas estão aí nas ruas, bares e discotecas deste país. O público que as consome é vasto. Falo do facto de aqueles produtos poderem ser muito mais nocivos do que as drogas compradas ilicitamente ao vulgo traficante. Há, nestas smartshops, produtos vendidos para substituição de cocaína que terão efeitos muito mais nocivos do que a própria. E estes estão disponíveis numa prateleira de uma loja, em invólucros apelativos, induzindo em quem os compra uma falsa sensação de segurança que leva a óbvias consequências

 

Eu, enquanto eventual consumidor, não teria dúvidas entre consumir cocaína vendida ilicitamente em detrimento de um fertilizante de origem sintética. (é a minha opinião enquanto químico, especializado em síntese química). 

sobre os manuais escolares, pelo milionésimo ano escolar consecutivo

Rui C Pinto, 24.08.12

pergunto:

 

os pais que todos os anos se queixam na comunicação social não tomam parte nos conselhos diretivos das escolas, de acordo com as modernissimas leis da gestão das escolas? 

 

os pais não podem usar esse poder para influenciar as escolas na escolha dos manuais escolares, quiçá a adoptar os mesmos, para que seja mais fácil a própria escola organizar troca de livros entre os alunos? 

 

as escolas não têm já suficiente autonomia para se mobilizarem e serem criativas na procura de soluções que melhor sirvam os interesses dos pais que só em Agosto se lembram da factura que vão pagar? 

Ainda a RTP

Diogo Agostinho, 24.08.12

 

 

É verdade que passamos mais tempo a discutir o acessório do essencial.

 

A RTP é daqueles temas que como a Selecção Portuguesa, todos opinam. E acho muito bem. Mas, a RTP tem um Ministro que a tutela e uma Direcção própria. Não precisamos de um qualquer conselheiro a falar para a TVI e anunciar medidas futuras do Governo, no que ao canal do Estado diz respeito. Ainda por cima um Conselheiro que já foi responsável de topo de um Partido em plena crise financeira e foi incapaz de fazer Política de forma clara e que os portugueses entendessem. Pode ser muito bom a negociar e privatizar. Não coloco em causa a competência adquirida pelos diferentes cargos que ocupou ou ocupa… mas por favor, não precisa de vir à televisão falar em nome do Governo.

 

Esteve muito bem João Almeida, do CDS a colocá-lo no seu devido lugar!

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