Com uma plateia praticamente cheia, muitos foram as caras conhecidas, algumas até inesperadas, como a de Paulo Portas, a marcarem o Congresso nesta Sexta-feira.
Com uma plateia cheia, Passos Coelho discursou nitidamente para o país, defendendo as medidas que o Governo tem tomado, para inverter a crise que o país enfrenta.
"Os países com mais endividamento são os que têm mais dificuldade em crescer"
Mas mais do que inverter a dívida, é preciso mais. Passos Coelho referiu a necessidade duma agenda, afirmando que o Governo tem sido mais ambicioso, indo para além do Memorandum, ao levar "mais a fundo as mudanças, indispensáveis".
O objectivo é claro: contornar a dívida, procurando-se uma sociedade mais dinâmica e mais justa.
Contudo, esta mudança de que o Primeiro-ministro fala, passa por mais do que dar a volta a crise, procurando-se sim, reestruturar a sociedade. E essa reestruturação, só é possível sem uma protecção de sectores pelo Estado.
Passos clarificou veemente, que o Governo tem-se distanciado cada vez mais das nomeações, rasgando com o modelo da confiança política e investindo no mérito, na neutralidade e na independência dos órgãos e titulares desses órgãos.
"Portugal não pode voltar aquilo que era", referiu o Primeiro-ministro.
No que toca à greve, referiu-se à desorientação reflectida na Com. Social, já que desta vez, o Governo não entrou "numa guerra de números", ainda que mal-interpretado. Respeitou-se a decisão dos grevistas, apesar de não se apoiar essa opção, tendo em conta que não é a solução ideal para o país.
"Não deixámos de fazer o necessário"
Focando-se no partido, Passos delineou uma fronteira clara entre os interesses do partido e do país, ainda que entrelaçados, referindo como exemplo o que se passou na Região Autónoma da Madeira. Passos Coelho, na qualidade de Primeiro-ministro, refutou a partidarização da questão, observando as necessidades da Madeira e do país e exigindo responsabilidade. Isto, no entanto, não inviabilizou a presença de Alberto João Jardim, que marcou presença no Congresso.
"Estamos em condições de dizer ao país, que se não estamos ainda na posição da não reversão na nossa luta de cumprir o memorandum, estamos no entanto muito conscientes que estamos a fazer tudo para o cumprir. O país sabe que tem um Governo que está a lutar por Portugal, custe o que custar."
Quanto à união partidária, louvou ainda o trabalho de Aguiar-Branco no projecto GENEPSD, demonstrando que o partido está unido, como não estava há muito. (O que é, de facto irónico, tendo em conta que o trabalho de AB foi em vão, já que a sua resenha do programa foi afastada, o que justificou que no seu discurso brincasse com o facto de que não iria rasgar o seu cartão de militante.)
Relembrando os dois momentos de desafio que se aproximam - as eleições autárquicas e as eleições na RA dos Açores - louvou também o trabalho e figura da Drª. Berta Cabral, nossa candidata aos Açores.
Com mais agradecimentos e saudações, nomeadamente à JSD, o discurso longo foi o momento alto da noite.