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PSICOLARANJA

O lado paranóico da política

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O lado paranóico da política

Political Horror Stories: The Matosinhos Strange Case

Ricardo Campelo de Magalhães, 20.12.11

O próximo ciclo de eleições em Portugal é o Autárquico em 2013 e está na hora de serem tomadas algumas decisões, sobretudo num ciclo tão importante como este, em que pela primeira vez os Presidentes em exercício não se podem re-candidatar (à sua terra ou a qualquer outra, como me confirmou estes dias alguém próximo do Miguel Relvas).

 

Com Porto e Gaia com gestões... boas dentro do possível, este ciclo vou virar-me para outro concelho do Grande Porto que merece muita mais atenção: Matosinhos. Assim, nos próximos meses, vou colocar aqui um conjunto de exemplos de como Matosinhos é gerido: como foi comprado Aguiar (ex-candidato do PSD à Câmara e actual vereador alinhado com o PS), como é ameaçado o presidente da concelhia do partido da oposição, como são sobre-taxados os residentes, como o dinheiro é esbanjado e como toda esta história tem pormenores do twilight zone, dignos de figurarem ao lado de Socratianos e Jardinistas sem se sentirem diminuídos por serem apenas questões concelhias. Naturalmente, apresentados faseadamente para não gastar a pólvora toda no primeiro tiro.

 

Para inaugurar a série, vou começar por apresentar o Orçamento. "Vai revelar logo tudo, dirão". Ora aí é que está o engano. Como podem ver AQUI, o Orçamento é constituído por 2 partes: a 1ª com fotos bonitas e um texto bem legível (na versão impressa) em que apresenta os "feitos" da Câmara; e uma 2ª com tabelas com letras ilegíveis. Se conseguirem perceber que os clubes da cidade receberam 7 Milhões (dos 9 que gera a Derrama do IRS) ou que a Câmara vendeu por 5,6 Milhões um parque de campismo cujo terreno por si valia 15 Milhões, então os meus sinceros parabéns. Se não, peço desculpa mas a culpa é destas impressoras modernas. E não se queixem porque nos anteriores (lista aqui), o "Resumo do Orçamento" nem aparecia (referência).

 

E se acham que Seguro tem cometido umas gaffes com o apelo ao fim da austeridade, vejam o que dizia o socialista Matosinhense a propósito do Natal (referência):

Título do Porto24 ontem: “Contra a depressão, Câmara de Matosinhos gasta 140 mil em luzes de Natal”

“Quando os cidadãos andarem mais deprimidos, quando olharem para os bolsos vazios, é muito importante olharem para a cidade e perceberem que é Natal”, disse Guilherme Pinto.


Seguro é um menino perto de Pinto.

16 de Dezembro de 2001

Diogo Agostinho, 16.12.11

 

 

 

Até parece que foi ontem. Noite de Dezembro, as semanas anteriores tinham sido intensas. Os debates a dois, as intervenções inflamadas. Pedia-se cartão amarelo. Cavaco Silva em Loulé, falava de monstro e de cartão amarelo. Tinha chegado a altura.

 

A véspera, o Expresso fazia um número giro! Falhava sondagens de forma escandalosa!

 

Chegado ao dia, o am

biente não era de grande expectativa. As pessoas estavam já alinhadas a pensar que o pântano ia continuar igual. Mas começaram a aparecer os resultados. Sintra, Coimbra, Cascais. Faro, que vitória em Faro contra um tipo que nunca se deveria ter sentado naquela cadeira.

 

Começaram a contagem e até Loulé, a terra do Professor virava. Foi um príncipio. Lá por baixo

: Albufeira e Tavira ta

mbém viravam. Leiria e Pombal. O País mudava. Respirava-se mesmo uma mudança de geração e de mentalidade.

 

Faltavam as duas principais. E que vitórias! Saborosas! Justas! Rui Rio esmagava Fernando Gomes. O Porto virava! Era a vitória histórica. Mas faltava algo à noite. Faltava afastar o eixo Sampaio-Soares que era prejudicial a Lisboa. E virou! Virou com uma enorme vitória. Contra Soares, contra Portas, contra tudo! O PPD-PSD e o seu candidato Santana Lopes viravam Lisboa. Transformavam Lisboa numa cidade mais feliz. E como ficou Lisboa melhor depois da vitória sobre o eixo Sampaio-Soares. Uma vitória até sobre Mário Soares e o seu rídiculo apelo ao voto em dia eleitoral. Sampaio nunca conseguiu perdoar essa derrota. Fazia dele um Presidente banal da Câmara de Lisboa e sobretudo retirava os interesses instalados em Lisboa.

 

Foi o fim do guterrismo. A saída cabisbaixa de um bom homem, mas frouxo politicamente. Sem capacidade de liderança, sem pulso para o País. Dos gritos de desespero de Anabela Neves, da SIC, à mudança para o País. Era a onda para levar Durão Barroso a Primeiro-Ministro.

 

 

 

 

Foi um dia histórico! Fez 10 anos. Como o tempo passa e o que mudou na vida política em Portugal.

Terror+ismo

Essi Silva, 14.12.11
Terrorismo
nome masculino
1. prática de actos violentos (assassinatos, raptos, colocação de bombas, etc.) contra um governo, uma classe dominante ou pessoas desconhecidas, com o objectivo de fazer impor determinados objectivos, geralmente políticos
2. figurado sistema de governo que utiliza o terror e medidas violentas
(De terror+-ismo)
in Dicionário da Porto Editora

Anders Behring Breivik. Ayman Al-Zawahiri. Germaine Lindsay. Mohammad Sidique Khan. Luttif Afif. Osama Bin Laden. Josefa Ernaga. Nordine Amrani.

 

Muitos outros nomes poderiam ser acrescentados a esta lista. Poucos destes são conhecidos pelo público, que também desconhece qual foi a pena aplicada aos sobreviventes dos vários ataques que perpetraram. Alguns nunca foram julgados. Outros nunca chegaram a ser capturados ou identificados.

 

O conceito de terrorismo é interpretado de forma diferente por todo o mundo. É também de forma diferente que o mundo reage ao terror sofrido por cada nação, sociedade, pelas famílias.

As terríveis explosões em Madrid de 2004, afectaram-me de forma substancialmente diferente em comparação com o crime horrendo perpetrado por Breivik na Noruega.

São ambos horríveis, mas com alvos diferentes e motivações distintas. Madrid foi terrorismo sem faces nem identidades definidas, Utøya levou a face de Breivik aos jornais do mundo. Liège, independentemente das motivações políticas ou de guerrilha, também espalhou o terror. E isso para mim é terror-ismo.

 

Nova Iorque. Londres. Madrid. Oslo. Liège. Todas estas cidades, todas as vítimas, até ao bebé de 17 meses que faleceu devido à loucura de um homem num país tão indiferente como a Bélgica, obrigam-nos a reflectir se amanhã, numa paragem de autocarro/metro/comboio, a irmos para o trabalho, para casa, no emprego, em nossa própria casa, nas compras de Natal, não surgirá alguém que acabe com a nossa paz, com a nossa vida, e deixe em luto não só um país, como as nossas famílias, os nossos mais-que-tudo.

 

É difícil procurar soluções que evitem o terror de não sabermos se vamos chegar a casa no fim do dia. O terrorismo não é um aneurisma, um enfarte, um AVC, que bate à porta de súbito e pouco ou nada se pode fazer para prever e evitar. É algo grave, cuja tendência temos de contrariar.

 

Leis penais mais punitivas? Maior controlo de materiais usados para bombas? Maior controlo do mercado de armamento, legal e ilegal? Maior supervisão nos casos de migração? (embora esta última não solucione o terrorismo interno)

 

O que é, para vós, preciso para parar esta tendência? Estará Portugal livre de uma bomba de terror?

 

 

 

Crónicas de um jovem sem futuro (XII)

Rui C Pinto, 14.12.11

... a propósito deste e deste post... 

 

"Mais de metade dos jovens com menos de 25 anos ganha menos de 500 euros, assim como um quarto dos jovens entre os 25 e os 34 anos, sobretudo porque têm empregos precários e de baixa qualificação.", daqui.

 

O problema é conhecido de todos. Não é novidade para ninguém. Portugal continua a ter um atraso estrutural no que toca a qualificações, mas sobretudo no que toca ao seu sector produtivo. É aí que está a nossa chaga social: uma economia débil, pouco transformadora e que acrescenta muito pouco valor. É estrutural. Não temos indústria, temos empresários. Gente que compra fora para vender cá dentro sem acrescentar qualquer valor. Gente sem qualquer responsabilidade social que se limita a tirar a sua comissão e sustentar o seu salário. É isto. Está mal. Também tenho muitos empresários na família. Gente bem sucedida que gera emprego. Esses que fazem a economia andar para a frente. Um é o representante em Portugal da marca X. Uma empresa que emprega cerca de 50 pessoas. Um sucesso. Recruta essencialmente nos centros de emprego, claro está. Gente que ganha miseravelmente. Gente que está no grau zero da sua liberdade. Gente que aceita ou um emprego miserável, ou a miséria do desemprego. Tanto se lhes dá, tantas vezes... Emprega 10, ao fim de seis meses despede e volta a recrutar outros 10. Quando a empresa prospera e lucra descapitaliza-se comprando carros de luxo a leasing. O empresário tem de andar de BMW série 7... Quando a empresa definha com prejuízo despede-se meia dúzia porque os tempos são de crise. Esta economia e estes empresários não interessam ao país. Isto é gente que parasita o país.

 

A única forma de rasgarmos estas amarras da miséria endémica, que é económica mas sobretudo ética e moral, está nos bancos das escolas. É nos bancos das escolas que se dão as ferramentas necessárias para que possamos fugir à escravatura da miséria, essa escravatura da sujeição que nos vai consumindo a liberdade.

A ler...

Guilherme Diaz-Bérrio, 12.12.11

 

A entrevista de Filipe de Botton, disponivel no iOnline:

O que mais me preocupa como cidadão é ver supostamente os grandes líderes europeus e os grandes líderes mundiais a papaguearem as mesmas banalidades que eu papagueio nos almoços com os meus amigos.

 

(...)

 

Depois choca-me ver antigos dirigentes, nomeadamente de Portugal, como José Sócrates, que foram grandes responsáveis pela situação actual, fazerem afirmações completamente deslocadas. Mais ganhavam em estar calados e terem vergonha na cara. É miserável.

 

(...)

 

Se tem havido actuação [do eixo franco-alemão], não temos dado por ela. Há seis meses que, de cimeira decisiva em cimeira decisiva, essa actuação tem sido tão subliminar e tão discreta que leva a que tudo esteja na mesma.

 

(...)

 

A mim choca-me falar-se de políticas. Deve-se falar é de empresários. Quem faz e quem determina o desenvolvimento das empresas em termos de desenvolvimento económico são os empresários. O governo deve regular, estar o mais distante possível da economia real, e quando muito controlar à posteriori. Mas de forma alguma ser ele a definir as políticas industriais.

 

(...)

 

O maior problema que existe em Portugal ao nível das empresas é a classe empresarial. Todos nós somos pouco formados, pouco cosmopolitas, e enquadramos menos bem as pessoas que connosco trabalham. (...) É isso que nos falta em Portugal. Capacidade de liderança.

No final do dia, tem toda a razão!

Freitas?? Basílio??

Diogo Agostinho, 07.12.11

 

Bem sei que os tempos não estão fáceis, mas ao que parece a crise ainda não chegou aos Professores Universitários. Não consigo compreender a hipótese de Freitas do Amaral assumir funções numa empresa em nome do Governo...

 

Mas ficou tudo louco?

 

E o que dizer do xuxa-mor agora cá do burgo? É vê-lo qual virgem ofendida a defender o real interesse do...Partido Socialista. Ai Basílio, Basílio.

 

Lição a reter:

 

- Não confiar em candidatos "CDS-PP" a Belém, anos mais tarde são boys rosinhas de coração!

 

Olha quem apareceu?

Diogo Agostinho, 07.12.11

 

O ex-primeiro-ministro José Sócrates comentou em Paris a crise na Europa, durante uma conferência com colegas universitários da Sciences Po, onde estuda Ciência Política. "Para pequenos países como Portugal e Espanha, pagar a dívida é uma ideia de criança. As dívidas dos Estados são por definição eternas. As dívidas gerem-se. Foi assim que eu estudei", disse.

in Correio da Manhã

 

 

É preciso uma real lata! Gerem-se? Como fez nos últimos 6 anos??