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PSICOLARANJA

O lado paranóico da política

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O lado paranóico da política

Empreender

Catarina Rocha Ferreira, 22.11.11

Diariamente somos confrontados com um número tão vasto de notícias sobre a crise que o nosso país atravessa e os seus aspectos negativos que as parcas notícias que vão surgindo aqui e ali sobre casos bem sucedidos de empreendedorismo acabam por passar mais ao menos desapercebidas, motivo pelo qual esta notícia captou a minha atenção:

“Melhor Empresária da Europa é portuguesa

A portuguesa Sandra Correia, 40 anos, presidente executiva da empresa algarvia de cortiça Pelcor, venceu o Troféu de Melhor Empresária da Europa 2011, atribuído pelo Parlamento Europeu e Conselho Europeu das Mulheres Empresárias.”

 

 

Empreender é um conceito que apesar do pouco destaque que tem merecido se mantém mais actual do que nunca. Favorece o crescimento económico e a criação de riqueza, melhora a nossa competitividade, desenvolve o nosso potencial e estimula a criação de empregos. No estimulo à criação de empregos, inclui-se o auto-emprego, o que face ao número de pessoas desempregadas que temos, nomeadamente de jovens desempregados, deverá ser algo interessante a considerar. Não temos falta de talentos, nem de criatividade, o que nos falta é um maior destaque a esta área e uma cultura mais forte de empreendedorismo.

 

“Quando o vento muda de direcção, há quem construa muros e há quem construa moinhos de vento”                                                                                          Provérbio chinês

 

RTP, RTP, RTP e mais RTP

Rui C Pinto, 21.11.11

Portugal leva-nos, muitas vezes, à insanidade temporária. Veja-se a discussão em torno do relatório sobre a reforma do serviço público de televisão. Um desassossego! Apresentado o relatório (com sugestões imbecis, digamos já de passagem) foi uma gritaria desmedida por esse país fora. Parecia uma discussões entre namorados que terminam invariavelmente por exaustão de um dos intervenientes. A discussão política em Portugal é, muitas vezes, assim. Alguém apresenta uma proposta, depois começa um berreiro estridente sem que se avançem propostas ou alternativas deitando por terra sejam as boas, sejam as más ideias apresentadas na proposta. É a política-circo. E eu confesso pouca paciência para a política-circo. 

 

O relatório avançou com uma proposta cuja mediatização foi proporcional ao tamanho do disparate. Colocar a RTP Internacional sob a orientação do Ministério dos Negócios Estrangeiros não me causaria insónias, não fosse o artigo de opinião de João Duque, responsável pelo dito relatório, no Expresso onde explica por miúdos como pretende transformar um canal de televisão numa central publicitária do país. O facto de esta ideia ser completamente despropositada do ponto de vista do serviço público, não invalida todo o relatório. Ouvi também dizer que é um disparate acabar com a informação na RTP porque informação é serviço público. Errado. Se a RTP passa ou não informação é perfeitamente discutível. Eu considero que deve ter conteúdos de informação. Mas acho perfeitamente legítimo que se defenda o contrário. O que não falta hoje em dia é informação disponível, seja na televisão (não pública), nos jornais ou na internet.

 

O serviço público visa garantir a pluralidade de debate. Nesse sentido, o Estado não precisa deter um canal, basta que contratualize conteúdos com os privados. A RTP, como existe actualmente, não presta serviço público ao dedicar tempo de antena a filmes de Hollywood. Não presta serviço público com programação de entretenimento como o Preço Certo. Eu preferia que o Estado alienasse o seu canal de televisão aos privados e contratualizasse com estes o número de horas que entendesse suficientes para garantir o tal debate plural e a difusão da cultura e identidade nacional. O Prós e Contras não podia passar na SIC por contracto com o Estado? O Portugal em Directo não podia passar na TVI por contracto com o Estado?

 

Manter o canal de Televisão sem publicidade é o começo de uma reforma necessária mas limita-se a adiar para o futuro a resolução definitiva do problema. Primeiro, porque sem quaisquer receitas de publicidade a televisão dita "pública" vai continuar a sair-nos muito cara. Depois porque o Estado continuará a pagar muito dinheiro por um canal de televisão, sem que esse dinheiro se traduza em verdadeiro conteúdo e em serviço público prestado aos cidadãos. Imagine-se que o Estado dispunha do Orçamento anual da RTP para incentivar à criação de cinema nacional; para a promoção de debates plurais; para subsidiar jornalismo de investigação; etc. Certamente ficaríamos todos muito melhor servidos. Mas enfim, isto sou eu a evitar a discussão nupcial... 

Grande exemplo

Diogo Agostinho, 21.11.11

 

 

E Espanha virou. Virou à direita virou de um amigo de José, para Mariano. Um galego.

 

Mas desta vitória destaco a perseverança de Mariano Rajoy. Ele chega com muitos anos de atraso e duas derrotas políticas. E que belo ensinamento retiramos deste acto eleitoral. Perdeu em 2004, perdeu em 2008. E hoje? Hoje é Primeiro-Ministro de Espanha. Prova que em política não existem mortes antecipadas.

 

Em política vencer, perder faz parte. É normal. É a democracia a funcionar. O que seria em Portugal ter um líder de oposição tantos anos e com duas derrotas? Sacrilégio! E o que seria então no PSD? Suicidio colectivo.

 

Fica a lição para muitos...cuidado com "as mortes políticas"...hoje podem estar na crista, mas amanhã? Amanhã nunca se sabe...

Quem se quer inscrever nesta campanha?

Catarina Rocha Ferreira, 16.11.11

 

“Se o amor global continua a ser uma utopia ainda que compartilhável, o convite a ‘não odiar’, a opor-se contra a ‘cultura do ódio’, representa um objectivo ambicioso, mas realista. Com esta campanha decidimos dar visibilidade mundial a uma importante ideia de tolerância, para convidar os cidadãos de todos os países, num momento histórico de grandes turbulências e não menores esperanças, a reflectir sobre como o ódio nasce, sobretudo, do ‘medo do outro’ e do que não se conhece.”

Alessandro Benetton, vice-presidente executivo do Benetton Group

 

 

Para além do grande golpe publicitário desta campanha, será que estes “polémicos e impossíveis beijos”, conseguidos através de imagens manipuladas e utilizadas sem o consentimento dos protagonistas, irão surtir os efeitos positivos que a Fundação UNHATE vem promover? 

O choque e a provocação são formas eficazes para se alcançar o amor global e o tal "unhate", ou fim do ódio?

"Subitamente, a Europa fala alemão"

Rui C Pinto, 16.11.11

Disse-o Volker Kauder, líder parlamentar da CDU. Kauder sintetiza, assim, a posição europeia em relação à crise. A causa da crise europeia foi a indisciplina orçamental e, portanto, a solução é a austeridade. Que subitamente a Europa fala alemão não tenho dúvida, mas se a Europa pensa alemão já não tenho tanta certeza...  

 

Mas a Europa ainda não é unilingue. E por isso, o Reino Unido merece a atenção dos alemães: como membro da UE o Reino Unido "também carrega a responsabilidade para o sucesso da Europa", diz Kauder. "Olhando apenas aos seus interesses e não estarem preparados para contribuir é uma menssagem que não podemos aceitar dos britânicos." Estas palavras são provocadas pela oposição de Londres à taxa sobre transacções financeiras proposta por Berlim. Kauder afirma mesmo que percebe que um país como o Reino Unido cuja economia depende em 30% do centro financeiro londrino esteja relutante em aceitar tal taxa, mas que mesmo que continuem a resistir os 17 estados membros do Euro a introduzirão. O discurso começa a endurecer na União. 

 

O populismo destas palavras deve preocupar-nos, sobretudo no momento em que a Alemanha vem engrossando a voz à medida que a crise lhe dá poder sobre a economia europeia. Não há qualquer surpresa no facto de o Reino Unido defender a sua praça financeira, tal como não há qualquer surpresa na estratégia alemã para a resolução da crise na perifeira do euro. A economia alemã está com saúde e recomenda-se. Cresce mais que o esperado, cria emprego e aumenta salários. A contracção económica por via da austeridade na periferia europeia cria oportunidades à Alemanha que não só estará disponível para aquisições a preço de saldo em importantes sectores estratégicos como a energia como já se despunha, em Janeiro deste ano, a receber os jovens qualificados dos países em difculdade para alimentar o seu mercado de trabalho expansionista... Não sejamos ingénuos. A Alemanha está, tal como o Reino Unido, a zelar pelos seus interesses. 

 

É por isso que, nesta altura em particular, o preço que Van Rompuy afirma ser necessário pagar para estabilizar a zona euro me parece muito caro... Diz Rompuy que o preço a pagar é a concentração de soberania em Bruxelas. Ora, se a transferência de soberania for transversal aos estados membros e implicar o escrutínio democrático do exercício dessa soberania por todos os europeus eu aplaudo de pé. Mas para isso, Van Rompuy terá sobretudo de convencer os 80 milhões de alemães que vêm a sua economia crescer no meio de uma profunda crise europeia que precisam transferir soberania da sua amada constituição para Bruxelas... Bonne chance, Rompuy!

 

(publicado em simultâneo no Forte Apache)

Estou confuso...

Guilherme Diaz-Bérrio, 15.11.11

 

Lei-o os Jornais dos últimos dias. Vejo o Presidente da República contra algumas medidas do Orçamento de Estado, a opinar sobre o que o BCE deve fazer (em opinião contrária à do Primeiro Ministro) e bastante activo na "emissão de opinião".

 

Estou confuso: Quem afinal establece "policy" em Portugal, é o Presidente da República ou o PM? Ou o PR agora é um Primeiro-Ministro Sombra?

 

Vem-me à mente as famosas queixas de Cavaco Silva, quando era Primeiro Ministro, sobre a intervenção demasiado activa do Presidente da altura, Mário Soares. 

 

Como os tempos mudam...

 

PS(D): Um Economista Doutorado como Chefe de Estado a pedir a monetização de dívida por parte de um banco central duma união monetária horizontal? Isto é para levar a sério, prof. Cavaco Silva?!

Como eu adoro Demagogia!

Guilherme Diaz-Bérrio, 11.11.11

O líder do PS assinalou hoje que se o governo mantiver o corte nos subsídios a funcionários públicos e pensionistas, pode provocar a “indignação geral” com “consequências difíceis de prever”. António José Seguro insistiu hoje na intervenção final no debate na generalidade do Orçamento do Estado para 2012 que “a solução é exagerada” porque concentra nos trabalhadores da função pública e nos reformados “um terço do total dos sacrifícios exigidos”. “É insuportável e provoca a indignação geral”, acrescentou Seguro. 

António José Seguro, iOnline

 

Não me digam que ninguém no PS fez as contas, e verificaram que praticamente 2/3 dos pensionistas vão estar de fora dos cortes? 

 

Sim, são medidas arriscadas. São aquele tipo de medidas que fazem perder eleições. Ao contrário de outras medidas, como aumentar funcionários públicos em ano de crise, que coincidiu com um ano de eleições... 

 

Infelizmente, são as medidas necessárias. Ou será que ninguém no Partido Socialista se apercebeu que não há grande margem de manobra?

 

Goste-se (ou não), não há grandes soluções além desta.

 

PS(D): E, quanto aos funcionários públicos, é conhecido o problema crónico do desnivel dos seus vencimentos, há muitos anos, sem que isso tenha peso em mais sitio algum senão na bolsa do erário publico.

Roseta e Costa, Costa e Roseta

Diogo Agostinho, 10.11.11

 

Na vida por vezes podemos ser enganados ou iludidos por truques e "capas" que não nos mostram quem realmente são as pessoas!

 

No entanto, quando já se leva alguma experiência e sobretudo, quando já se sabe de antemão pela demonstração de total ineficácia de uma pessoa, só cai quem quer apoiar pessoas incapazes e sem sensibilidade!

 

Coisas da vida!

 

Ontem foi mais uma demonstração desses casos. Helena Roseta, que foi candidata independente sozinha, passou dois anos na Câmara a ver Costa e a sua acção. Passados dois anos, vemos o quê? Helena Roseta entrar na lista de...Costa. Ai jesus todos unidos nessa frente de batalha.

 

Mas, Helena  Roseta, numa altura de dificuldades, voltou a puxar dos galões  de  candidata "independente". Hoje deve perceber que é vereadora da Câmara de Lisboa e sim,  faz parte da gestão do dia a dia desta cidade. Já não pode ficar pelos comentários ou críticas. Chamou ontem a atenção para a insensibilidade do "rigoroso" Costa. Mas é caso para perguntar só descobriu agora? Estar dentro de um executivo pressupõe solidariedade e sobretudo harmonia de opiniões. Vir para fora dizer que não é a pessoa certa para a gestão da acção social da Câmara não pode ficar por meias palavras ou processos de  intenções.

Ou está ou não está! É importante reter que contribuiu e muito para que o "rigoroso" Costa continuasse a sua acção num lugar para o qual não  gosta e não tem sensibilidade!