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PSICOLARANJA

O lado paranóico da política

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O lado paranóico da política

Arrancou, oficialmente, a corrida a Secretário Geral do PS

Rui C Pinto, 27.05.11

O tiro de partida foi dado por Almeida Santos, o Presidente do Partido: "Acho que José Sócrates, se não ganhar as eleições, vai ser difícil de segurar, mesmo como líder do partido."

 

E acaba com o doce beijo da morte: "Não estará agarrado ao poder, é evidente. Pelo contrário! Vai sair disto cansadíssimo, estafado e também precisa de repousar."

 

Almeida Santos é mesmo o Caronte deste Partido Socialista. Não faltará, no largo do Rato, quem esteja disposto a pagar o óbolo para a travessia... Francisco Assis e António José Seguro parecem os mais preparados... 

 

Afinal, quem é que recusa o diálogo?

Rui C Pinto, 27.05.11

O dia 26 de Maio, 4º dia de campanha eleitoral:

 

O dia foi marcado por uma polémica estulta e orquestrada em torno da Interrupção Voluntária da Gravidez. Senão, vejamos:

 

Em entrevista à Rádio Renascença, Passos Coelho defendeu que:

a última lei do aborto aprovada pelo Parlamento pode «ter ido um pouco longe demais» e tem de ser reavaliada, admitindo a possibilidade de realização de um novo referendo, mas apenas após essa avaliação.À tarde, Pedro Passos Coelho garantiu que não vai propor um novo referendo, mas admitiu que isso possa acontecer por iniciativa de cidadãos, lembrando que a ideia não consta do programa do partido. 

A reacção foi imediata pela voz de José Sócrates e não podia ser mais clara:

"Quem assim se comporta, não é merecedor de confiança", disse ainda o líder socialista, que se confessara "chocado", em declarações aos jornalistas, com o que ouvira nessa manhã ao seu homólogo social-democrata. No palco, gritou como pôde (a sua voz está a fraquejar), levando a assistência ao rubro: "Não queremos voltar ao tempo do aborto clandestino"

Porém, ao fim do dia, parece que afinal estamos todos de acordo e a alucinação política durante todo o dia não passou de ruído e vontade de fugir ao debate político. Quem esclarece é Augusto Santos Silva:

“É sempre possível melhorar as coisas. Nós entendemos que a lei deve ser constantemente avaliada, é uma evidência, visto que a Direcção-Geral de Saúde publica anualmente os relatórios sobre a aplicação da lei, esses relatórios são públicos, esses relatórios são discutidos e auditados pela comunidade médica, técnica e científica. A avaliação faz-se para que seja sempre possível introduzir  melhorias e eliminar imperfeições”

Afinal, não havia motivos para um dia de ataques ferozes em vozes roucas, de histeria colectiva contra ideologias medievais que nos querem mergulhar na penumbra da clandestinidade. Afinal, estamos todos de acordo quanto à necessidade de melhorar a lei do aborto e sobretudo avaliar os resultados da sua aplicação. Dito isto, não esqueçamos que é o Partido Socialista que defende o diálogo em torno de propostas e de soluções para o país! É o Partido Socialista que apela a entendimentos e repudia o ataque constante a José Sócrates. 

Sondagens & Audiências

jfd, 26.05.11

Afinal parece que o investimento em sondagens du jour não interessa senão à nossa bolha de iluminados e interessados.

A SIC não subiu nada nas preferências de quem vê o telejornal. Também com as rubricas patéticas que estão a fazer sobre a campanha, com os repórteres que mais se querem mostrar que informar e com o péssimo trabalho que andam a fazer, não me admira nada.

 

Nunca é tarde para ver a luz

jfd, 26.05.11

Para Freitas do Amaral existem duas questões a que portugueses têm de responder nas eleições de 5 de Junho: querem continuar com Sócrates como primeiro-ministro? Passos Coelho tem condições para nos retirar da situação em que nos encontramos?

O ex-ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros de Sócrates responde, em duas páginas, às duas perguntas que coloca.

À primeira: "Vamos escolher para nos tirar do buraco negro quem nos atirou para lá?". Num artigo muito crítico para com a gestão que o actual primeiro-ministro fez da crise, Freitas diz que Sócrates "continuou cegamente a negar que Portugal precisasse de ajuda externa mesmo quando os juros da nossa dívida ultrapassaram os fatídicos 7%" e, "quando apareceu a borrasca, em vez de a tornear e conduzir o barco e os passageiros a bom porto, deixou-se levar para o meio da tempestade". A governação socialista, diz o ex-número dois do Governo socialista, "foi indo de mal a pior" e, agora, "está à beira de perder as eleições, recebendo o merecido cartão encarnado".

Quanto a Pedro Passos Coelho, Freitas do Amaral assume que tem uma "impressão francamente positiva" e aponta "pelo menos" cinco razões que tornam o líder do PSD como o mais indicado para suceder a Sócrates: tem capacidade para manter uma cooperação estratégica com Cavaco, Sócrates "recebeu-a mas deitou-a fora"; tem capacidade de diálogo com a oposição "sem arrogância e menosprezo pelo adversário", Sócrates foi perdendo-a "ao longo dos seus anos como primeiro-ministro"; Passos tem possibilidade de alcançar uma concertação social num momento difícil, "Sócrates nunca soube, ou não quis, aproveitar a sério"; Passos está "muito mais à vontade" perante as exigências da troika do que Sócrates que disse que "não estava disponível para governar com o FMI"; e, por fim, Passos Coelho já esclareceu que se coligará com o CDS caso vença as eleições, enquanto Sócrates ainda não encontrou um parceiro.

Freitas termina citando uma ideia de Karl Popper: "a grande vantagem da democracia não está só no direito do povo de escolher aqueles por quem quer ser governado" mas também "mandar embora aqueles por quem não quer continuar a ser governado". Tal como aconteceu nas eleições de 2005 entre Santana e Sócrates, em 2011 o fundador do CDS recorre aos artigos que habitualmente publica na revista "Visão" para dar conta do sentido do seu voto.

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