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PSICOLARANJA

O lado paranóico da política

PSICOLARANJA

O lado paranóico da política

Souto Moura: Pritzker 2011

Rui C Pinto, 28.03.11

 

Excelentes notícias para a arquitectura nacional e para todo o país. Numa altura em que o país, enquanto colectivo, sofre um violento ataque à sua imagem internacional, temos portugueses que elevam o nome do país pelo seu génio e valor profissional. 

 

Porque um país é, sobretudo, a soma dos contributos individuais de cada um, este prémio para além de conceder a Souto Moura a maior distinção da Arquitectura, vem confirmar a supremacia da Escola do Porto a nível nacional e a sua expressão e relevância internacionais.

 

Parabéns a Souto Moura, ao Porto e a Portugal. 

 

Banco público, seguros e saúde privadas.

jfd, 28.03.11

 

 

 

Pedro Passos Coelho. Sim leu bem, Pedro Passos Coelho, já avançou publicamente as suas intenções para com a CGD. A CGD trata-se, e como bem apelidou o meu caro amigo Rodrigo Saraiva, de um paradigma esquizófrenico de serviço público accionista de serviço privado.

 

 

De que serve ao estado ser accionista a 100% da Multicare do dos HPP? Que sentido faz tal interferência num mercado que se quer transparente quer nos players assim como nas regras? PPC uma vez mais foi claro: "Estou convencido que precisamos de reorientar, muito claramente, o mandato da Caixa Geral de Depósitos (CGD). Dentro desse mandato não cabe nem a função seguradora, nem intervenções na área de Saúde, nomeadamente através do grupo que a CGD tem nos Hospitais Privados Portugueses. E julgo que precisaremos abrir o capital da Caixa a privados também"

Claro que os spins do dia e seguintes dirão que queremos vender a Caixa ao desbarato e a estrangeiros que apenas a quererão desmantelar. Valerão pela sua proveniência. Nada mais.

Hoje reunir-se-á o CN do PSD pela primeira vez desde que Sócrates fez o seu número de Kalimero. Veremos que sinais internos e externos daí teremos.

E que tal enfrentar a realidade?

Guilherme Diaz-Bérrio, 28.03.11

 

 

 Insanity is doing the same thing over and over again and expecting different results!

Albert Einstein

Está na altura de pararmos de brincar aos "Bailouts" pela Eurolândia! Está na altura de enfrentar os factos: é necessário reestruturar a dívida de alguns países, nomeadamente Portugal. Podemos andar a brincar e a fugir ao assunto, tal como temos estado a fazer nos últimos 3 anos nesta crise toda, mas quanto mais continuarmos, maior será a dor futura.

 

Olhe-se, com olhos de ver, para a Islândia: Fizeram default parcial à sua dívida, reestruturaram a restante, limparam o sistema. Hoje, depois de ano e meio de alguma dor, prevê-se que voltem ao crescimento este ano, e nos 2 anos seguintes.

Olhemos para Portugal: temos dívida a mais (Pública e Privada), temos um defice da balança comercial estrutural, temos um serviço da dívida cada vez mais pesado e uma economia anémica. Crescer mais que a nossa dívida é fantasia. É preciso que se note: um terço do nosso defice é juros da dívida pública.

 

Já aqui falei muito do efeito bola de neve - e começo a sentir-me como Cassandra se sentiu em Troia - mas, long story short, é uma espiral descendente de dívida sempre crescente. Não reestruturar vai implicar pelo menos mais uma década perdida em Portugal.

Isto não significa nem uma saída facil, nem a não necessidade de austeridade. O Estado é uma vaca "gorda", a Economia portuguesa é um monstro enquinado e inflexivel. Sacrificios terão de ser pedidos. Mas tenha-se noção de que, não podem pedir que os sacrificios sejam pedidos ao mesmo lado da equação.

 

Bancos falidos devem cair. Ponto! Transformar risco privado em risco público apenas adia o problema. Perguntem aos irlandeses. Ou, mais em "casa", perguntem aos tecnicos que andam a fazer as contas a quando o BPN já nos custou, e nos vai continuar a custar.

Investir é um negócio arriscado. Investir em Obrigações de um Estado, embora menos arriscado, continua a ser arriscado. O mundo não vai parar de girar com uma reestruturação de dívida, e o Euro não vai cair. O oposto não é necessáriamente verdade: se a Europa continuar a adiar, e não criar mecanismos de reestruturação ordenada (não estou a falar de eurobonds, isso é agregar e dar um almoço gratis!), então o Euro pode cair sob o seu próprio peso.

 

É preciso partilhar os sacrificios, é preciso equilibrar uma equação onde Estados-Membros tem pouco espaço para corrigir desiquilibrios. Sempre fui, e mantenho-me, fã da Chanceller Alemã. Ela tem razão em dois pontos: fomos irresponsáveis fiscalmente e financeiramente desde a adesão ao Euro, e é por nós que temos de encontrar uma solução. E há soluções (desvalorização salarial via diminuição da Taxa Social Única é uma delas, para reduzir o desnivel produtividade vs salários). Mas como contrapartida, não pode haver investidores protegidos por regras sacrossantas. Todos sabemos porque não há uma reestruturação de dívida: Os bancos franceses e alemães estão carregados de dívida pública grega, irlandesa, espanhola e portuguesa. Temos pena. Têm capital para aguentar a perda. Se não tiverem, usem o dinheiro que estão a gastar a fazer bailouts a países para tratar dos vossos sistemas bancários, dado que se nos deixarem reestruturar já não precisam de enterrar dezenas de milhares de milhões de euros nos países do "Clube Med".

 

Agora, façam é o favor de acordar para a realidade. Há 3 anos, quando lunáticos como eu [ou Keneth Rogoff - ao menos estou em boa companhia] diziam "Deixem-nos falhar, reestruture-se", eramos loucos. Agora, a realidade dá-nos um pouco de razão.

 

PS(D): ao futuro PM de Portugal,

Próxima Cimeira que for, experimente este argumento:

"Ou saimos daqui com um plano que me deixe reestruturar ou quando sair daqui vou fazer o anúncio da reestruturação ou default parcial de Portugal". É que eles podem estar-se nas tintas para nós, mas se nós caímos, Espanha vai a seguir, e para Espanha já eles não se estão nas tintas.

Agora é a altura para jogar um pouco duro. Para o bens de todos.

 

 

O Regresso do Bom Senso à campanha do PSD

Ricardo Campelo de Magalhães, 26.03.11

Houve nestes dias quem dissesse que o PSD chegando ao governo vai subir impostos.

Tudo porque Passos Coelho disse que entre subir impostos sobre o consumo ou sobre o rendimento, subiria o IVA ao IRS.

Calma. O PSD não mudou de repente.

Irá provavelmente subir impostos na próxima legislatura, mas o foco claramente não é esse.

 

E basta lerem o Secretário-Geral do partido para perceberem que o plano é outro.