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PSICOLARANJA

O lado paranóico da política

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O lado paranóico da política

UV 2010: Dia 4, parte II

PsicoConvidado, 03.09.10

O mesmo desafio para a Lília Bispo Martins.

 

 

A Implantação da República em Portugal

 

Confesso que foi com um misto de entusiasmo e apreensão que acedi ao repto lançado pelo Psicolaranja para colaborar na redacção de um artigo dedicado à Implantação da República em Portugal.

 

Analisando o contributo que efectivamente poderia dar sobre esta matéria, verifico que a minha melhor colaboração seria uma visão pessoal e simples daquilo que apreendi nos últimos dias e que considero ter sido o legado que a história portuguesa nos deixou.

 

Se atentarmos ao que a história nos diz, verificamos que, no fundo, a mudança de regime não foi tão profunda quanto seria necessária e desejada. Na verdade, a passagem da Monarquia Constitucional para a 1.ª República, ocorrida por via de um movimento revolucionário de militares da marinha e do exército, coadjuvado pela Carbonária e pelas estruturas do Partido Republicano Português, assumiu contornos essenciais que justificam o que acabo de dizer e que, por essa via, acabam por ser paradoxais:

 

1 - A Laicização do Estado: A laicização do Estado foi ocasionada pela Lei que operou a separação entre a Igreja e o Estado, aprovada pelo Governo Provisório da República a 20 de Abril de 1911. No entanto, essa lei foi corolário de uma minoria intelectual, já que grande parte da população era católica e contra essa alteração. Pese embora a religião católica tenha deixado de ser a religião do Estado, a República continuou a manter restrições ao culto público.

 

2 – Direito das mulheres/Direito ao voto: A 1.ª República introduziu o direito ao divórcio, ao casamento civil, mas foi também o regime que interditou, o direito ao voto por parte das mulheres. Essa consagração ficou explícita na nova lei eleitoral emitida durante o governo a que presidiu Teófilo Braga, na qual ficou assente o direito ao voto “a todos os adultos do sexo masculino”; Contudo, a verdade é que a própria monarquia constitucional já o reconhecia a priori, pelo que a sua interdição poderá ser entendida não como uma evolução, mas como um retrocesso.

 

Paralelamente, existiram também algumas curiosidades decorrentes da 1.ª República e que merecem ser partilhadas:

 

1 – A 1.ª República não introduziu o sufrágio universal;

 

2 – A instauração da 1.ª República ocorreu, em diversos países, entre as 1.ª e 2.ª Guerras Mundiais, bem como o primeiro regime comunista (1917) e o primeiro regime fascista (1922);

 

3 - A Avenida Almirante Reis em Lisboa deve o nome a um dos líderes da revolta que conduziu Portugal em 1905 à 1.ª República que, achando estar esta perdida, se suicida naquela mesma rua, falhando por horas a alegria do sucesso do golpe que ajudara a preparar.

4 - Onze anos depois da Implantação da República, percorreu Lisboa uma “camioneta fantasma” com uma missão macabra que, a coberto do golpe revolucionário, assassinou altos representantes da Nação, não tendo sido fácil a implementação do novo regime.

 

 

Estes foram alguns dos elementos que foram fonte de debate e ponto de reflexão em mais uma jornada da Universidade de Verão, no qual os jovens tiveram de fazer uma apresentação de trabalhos alusivos ao Centenário da República.

 

Como se viu, essa partilha de conhecimentos e de saber, permitiu uma visão mais crítica e mais real do que foi a 1.ª República, razão pela qual a partilho hoje convosco.

 

Por último, termino com uma citação de Eça de Queirós: “As revoluções não são factos que se aplaudam ou se condenem. Havia nisso o mesmo absurdo que em aplaudir ou condenar as evoluções do Sol. São factos fatais. Têm de vir. De cada vez que vêm é sinal que o homem vai alcançar mais uma liberdade, mais um direito, mais uma felicidade”.

 

Lília Bispo Martins

UV 2010: Dia 3

PsicoConvidado, 02.09.10
Os textos para este 3º dia de UV são subordinados aos seguintes temas: a José Castela foi dado a escolher entre Carrapatoso e Lino Maia, a Isabel Capoulas foi atribuída a missão de escrever sobre o jantar com Leonor Beleza e não demos tema à Madalena Nogueira dos Santos.

 

Intenso. E motivador.

Por muito que os alunos de outras edições tenham revelado alguns detalhes, a UV só se compreende quando vivida na primeira pessoa. O stress dos prazos já está na ribalta, mas não consegue derrubar o interesse dos participantes pelas aulas sublimes e jantares intimistas. Esta terceira jornada - até à presente hora em que trabalhamos em conjunto, antes do jantar-conferência - foi preenchida por duas visões críticas sobre o nosso país: a dos números e a das pessoas.

Com Dr. António Carrapatoso, vimos um verdadeiro programa de Governo concentrado em avivar a economia portuguesa, tendo sob atenção vários dados bastantes esclarecidos numa visão economicista de quem é de destacar na área. Para encontrarmos o equilíbrio, a tarde foi recheada com a intervenção do ilustre Padre Lino Maia, que, pelo que fui ouvindo nos corredores, superou as expectativas de muitos alunos, que não esperavam uma apresentação resoluta em eliminar vários nevoeiros sobre as instituições de solidariedade social, e se debruçou na pobreza imaterial (que normalmente não é tão focada).

Trabalho e trabalho, mas há sempre espaço para o convívio e a diversão. Sem querer, já são múltiplas as histórias em volta dos estandartes, uma monitorização sobre o que é comentado na Intranet e, nas primeiras horas da madrugada, ainda dá para discutir mil e um assuntos para além dos que nos ocupam em plenário.

Eu até me demoraria mais a falar de todos os pontos positivos que já encontrei nesta experiência fantástica, mas... tenho três prazos a correr loucamente!

 

Madalena Nogueira dos Santos

 

 

Combater a exclusão social e a pobreza com a Social-Democracia

Como pode cada um de nós combater a pobreza? Como pode cada um de nós ajudar a reduzir a delinquência e por conseguinte a exclusão social? Como pode cada um de nós contribuir para um mundo mais justo?

Caros amigos, a resposta é simples… Sendo Social-Democrata.

O jovial e brilhante Pe Lino Maia, que tem dedicado a sua vida e obra às causas sociais, deixou-nos esta tarde o seu testemunho relativamente ao combate diário que tem pautado a sua acção social e cívica nos últimos anos. Como diz a sabedoria popular da cultura chinesa, se queremos ajudar um pobre com fome devemos dar-lhe uma cana e ensiná-lo a pescar ao invés de lhe dar o peixe de mão beijada. Ao reflectirmos nisto, conjugando essa reflexão com as palavras do Pe Lino Maia, facilmente entendemos que se combatermos estas causas sociais com uma aposta clara na educação e formação das crianças desde a nascença, uma educação com igualdade de direitos e oportunidades que permite a uma criança socioeconomicamente desfavorecida sentir-se menos mal no meio escolar, estaremos a contribuir em escala astronómica para que as crianças que se sintam sempre iguais, tratem sempre os outros como iguais. Igualdade de direitos como princípio essencial da social-democracia!

Por outro lado, há que ter consciência da existência de mais de 5000 instituições de cariz social em Portugal, que servem cerca de 386 mil necessitados, desde o bebé recém-nascido ao idoso, do toxicodependente ao portador de deficiência motora, do alcoólico ao órfão. É sabido também, que todas as instituições de cariz social sobrevivem ao invés de viverem, e alimentam-se da força inesgotável de um voluntário, que dá a sua vida em troco de um sorriso de alguém que encontrou através do seu voluntariado um caminho e uma esperança para a vida. Solidariedade como princípio essencial da social-democracia!

Não pretendo alongar-me mais, quero apenas pegar nas palavras do Pe Lino Maia quando diz que um mundo sem pobreza é mais justo, e que nos jovens (que de resto carecem nos corpos de voluntários das IPSS’s em Portugal) está a força e irreverência necessárias para servir os outros, para dizer que se cada um de nós, jovens sociais-democratas, praticarmos os princípios essenciais da Social-Democracia acima evocados, estaremos de forma efectiva não só a expandir a nossa fé ideológica como a combater na 1ª linha de ataque a pobreza e a exclusão social que se vive no nosso país.

“Vós sereis, de facto, construtores de um futuro melhor. Se combaterdes a pobreza estareis com certeza a contribuir para um mundo mais justo.” (Pe Lino Maia)

 

José Francisco Castela

 

 

Por um futuro melhor!

Ontem tivemos o privilégio de jantar com a Dra. Leonor Beleza, que nos apresentou o novo projecto da Fundação Champalimaud, realçando a importância da investigação científica na área da Medicina. Este novo projecto baseia-se na investigação científica no domínio do cancro e da neurociência.

Como estudante de Ciências Farmacêuticas, não poderia deixar de salientar o quanto é urgente a investigação científica nestes domínios. Isto porque, segundo a OMS actualmente morrem 24 mil portugueses por ano vítimas de cancro e estima-se um aumento de 34,5% (32 mil mortes/ano) para 2030. São números assustadores, para os quais o nosso sistema nacional de saúde não está preparado para responder, por isso é preciso fazer mais e melhor! É preciso investigar a evolução e compreender os mecanismos pelos quais a doença se desenvolve, de modo a transmitir mais informação aos nossos profissionais de saúde e descobrir novas formas de tratamento mais eficazes e mais seguras relativamente às que existem actualmente.

O relatório “Global Burden of Disease” da OMS relata a elevada prevalência das doenças neurológicas em todo o mundo, que correspondem a 1% de mortes e representam cerca de 11% das doenças existentes. A Depressão afecta cerca de 121 milhões de pessoas em todo o mundo, é uma das principais causas da incapacidade, cujo tratamento, relativamente dispendioso, requer um longo período de tempo e nem sempre é efectivo. É preciso encontrar alternativas!

Portugal precisa, a Europa precisa, o Mundo precisa de pessoas com a dignidade, a humildade e a determinação da Dra. Leonor Beleza que se dediquem a desenvolver projectos como este que visam melhorar a qualidade de vida da população, permitem-nos crescer e que nos conduzem a um futuro, muito melhor!

 

Mª Isabel Capoulas

Passos para o Futuro (13)

jfd, 01.09.10

Estou certo que Passos Coelho aguentará o frenesim de alguns ‘laranjinhas’. Ele sabe que há um tempo para chegar ao poder - mais vale tarde e bem que antes e mal.

 

Isto faz-me sorrir. Enquanto uns se encolhem em cadeiras ou cravam unhas nas pernas. Os tais laranjinhas. E ainda por cima dá-me graça o distanciamento do próprio. Ele há coisas! LOL

Ontem fiquei curioso sobre uma pergunta feita a Marcelo na UV sobre o liberalismo de PPC e o eventual choque com a social democracia. A pergunta foi bem feita e escolhida certamente sem malícia e com o dedo de quem quer ver todos os assuntos debatidos e vindos de todas as sensibilidades. Pena que a resposta não foi a pretendida. Ai laranjinhas! Gostei tanto deste termo LOL!

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