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PSICOLARANJA

O lado paranóico da política

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O lado paranóico da política

JSD organiza Conferência Internacional sobre Educação

Paulo Colaço, 03.05.10

 

A JSD está a organizar uma Conferência Internacional sobre os desafios da Educação em Portugal, no próximo dia 22 de Maio.

Desde o Ensino Básico ao Superior, o objectivo desta iniciativa é discutir e debater as matérias relacionadas com política educativa em Portugal.

 

Os temas em debate serão:

 

Temas:

1.  Analise e diagnóstico da realidade da Educação;

2.   Uma reforma do Ensino Superior como garantia de sucesso no processo de formação;

3.   Gestão e Governação do Ensino Superior – aumento da acessibilidade na Educação Superior;

4.   Apresentação de propostas e perspectivas da JSD sobre o Educação.

 

Pré-inscrever através do e-mail congressodaeducacao@jsd.pt

Contra os Especuladores/Agências de Rating... Marchar, marchar...

Guilherme Diaz-Bérrio, 02.05.10



 

Para todos aqueles que andam entretidos a colocar as culpas da situação actual nas agências de Rating e nos "ataques especulativos à soberania nacional", sejam bloggers, gestores ou políticos de carreira, dou-vos um pequeno conselho:

 

Se estão assim tão convictos do que dizem, então coloquem o dinheiro onde têm a boca e comprem dívida pública portuguesa! Porque se o que se está a passar é só um "ataque maldoso de 'interesses estrangeiros'" então não há problema algum (e há dinheiro a ganhar a sangrar os "maldosos especuladores").

 

Se não compram, então deixem-se de discursos bonitos e falaciosos e comecem a pensar como é que  vamos meter as contas públicas na ordem, se faz favor!

Passos para o Futuro (9)

jfd, 02.05.10

Intriga-me algo de estranho que se está a passar com a recepção do novo presidente do PSD Pedro Passos Coelho. Enquanto alguns estão felizes com esta clara vitória e este feliz início de mandato, outros, incomodamente próximos ou estão calados ou estão em choque. Aqueles ficam-se pelo benefício da dúvida envenenado; pode ser que a coisa corra mal, já estes estão no seu direito de com argumentos válidos ser contra as opções do PSD das últimas semanas apresentando as suas alternativas como contraponto. Tenho muito respeito por estes que sendo contra nos dizem o porquê mas não me inspira em nada aqueles que ficam sentados esfregando as mãos a cada decisão esperando pelo primeiro deslize para poderem vociferar as suas frustrações e maus fígados. É fácil saber quem são. Mas a mim pouco me interessa, embora seja pública a minha pouca tolerância para aquilo que considero injusto. Preso por ter cão e esfolado por não o ter apenas me deixa triste e com raiva. Dêem o espaço necessário para os que as soluções aconteçam. Soluções essas que não aconteceriam no anterior cenário de crispação. De que nos serviu tal ambiente?

Em poucas semanas Pedro Passos Coelho passou do “inexperiente” para peça fundamental no futuro do País. Convidou-se para com o Primeiro-Ministro discutir

a situação e avançar desde já com soluções. Recebeu no mesmo dia os mais proeminentes economistas da nação. Fez pose para a fotografia para os mercados externos. Falou para dentro do país informando estar a dar a mão a Portugal e não ao Governo. Tem vindo a arrumar a casa de forma cordial e silenciosa, sem casos nem atritos. O que querem mais? O que se pode fazer neste tempo? O que se pode fazer de futuro que seja REAL e SUSTENTÁVEL? Não sejamos cínicos pois tem de haver espaço para a estratégia política. Pedro Passos Coelho não está a chamar a si as soluções, mas sim ao Governo. É ao Governo que compete a resolução da situação, estão mandatados para isso, ao partido da oposição compete colocar-se num posicionamento em que não desfazendo do País também não desconsiderará as ambições dos seus eleitores.

De Pedro Passos Coelho esperam-se milagres! Quer por parte de quem o apoiou e está satisfeito com o desenrolar da situação quer pela parte de quem o sobrecarrega com expectativas e obrigações com o intuito de o fazer desmoronar.

Terei paciência e maior poder de encaixe para aguentar esta gentinha insatisfeita, estes intelectuais sociais-democratas sem tacho e os baronetes e baronesas sem trono.

A 'Guerra Justa'

Miguel Nunes Silva, 01.05.10

A importância da Segunda Guerra Mundial como acontecimento seminal da dinâmica política contemporânea nunca deve subestimada.

 

Todos ou grande parte dos nossos valores políticos podem ser retraçados à Guerra de 39-45: desde a encarnação moderna de esquerda (socialista) e direita (nacionalista), aos heróis políticos reverenciados (quantos perfis do Facebook não se declaram fãs de um dos estadistas beligerantes), às próprias explicações e posições de teoria económica que diferentes intelectuais vão dando/assumindo para as várias crises que periodicamente assolam um estado ou mais, economia local ou global, um sector produtivo ou outro.

 

Mas a Segunda Grande Guerra, que na primeira metade do século XX parece ter determinado a estrutura (linhas divisórias, terminologia, etc.) da subsequente realidade política por três gerações, sofreu uma mitificação ao longo destes últimos 65 anos.

 

Sobretudo nas últimas gerações, a 2ªGM é a Guerra do Bem (Aliados) contra o Mal (Eixo). Os bons ganharam devido à sua superioridade moral e os maus perderam pela sua perversidade. Hitler é hoje um nome tão negativamente discriminado como o de Mefistófeles ou Lúcifer em séculos anteriores e existe para todos os efeitos como personificação da pureza maléfica. Tudo e todos na 2ªGM são passíveis de comparações e analogias com situações contemporâneas, desde a Conferência de Munique, que serve para invocar a cobardia apaziguadora, até Anne Frank como o melhor exemplo de inocência e injustiça.

 

Mas o mito, como todos os mitos, é uma narrativa de conveniência, muito deturpada e distante da realidade; um mito no qual o Tribunal de Nuremberga é o epíteto de uma catarse que a existir realmente, é parcial e opaca.

 

Comecemos pelo básico. Quem eram os Aliados? Somos ensinados a responder EUA, Reino Unido e URSS. Pois bem, à excepção da Inglaterra, esta resposta é factualmente errada. Os aliados eram em 1939 a França e a Grã-Bretanha. A URSS acabava de assinar um pacto de não agressão com a Alemanha e os EUA permaneceram numa deriva isolacionista até 1941 e Pearl Harbor. Quem integrava o Eixo? Alemanha, Itália e Japão. Mas só muito raramente se refere que a maior parte da Europa oriental alinhou com o Eixo e que grande parte deste apoio proveio de estados fracos oriundos do desmantelamento forçado da Áustria-Hungria, décadas antes.

 

O Tribunal de Nuremberga não julgou os ‘maus’ porque apesar do Holocausto, a liderança Alemã não era a única culpada de ter cometido crimes de guerra. Os Aliados não eram os ‘bons’ porque não entraram altruisticamente na guerra para defender o Bem.

 

Na 2ªGM, diferentes ideologias guiavam os dois lados mas de acordo com estudos recentes a causa da derrota do Eixo não foi inferioridade ideológica mas sim logística circunstancial – não tendo o Eixo acesso à mesma quantidade de recursos com que o império Britânico, os EUA e a URSS contavam.

 

É importante não deixar que o passado mítico nos cegue. A sociedade ocidental tem hoje em dia, uma exigência extrema em relação aos compromissos estratégicos dos respectivos governos sem se aperceber que não há fórmula universal de intervenção militar e que a haver, a 2ªGM não seria o melhor exemplo. Porque a Segunda Guerra se estendeu por sete anos não significa que todos os conflitos nos quais nos envolvamos tenham que obedecer a tal padrão. Em 2003, aquando da invasão do Iraque, todos os líderes faziam uso de paralelos com a Guerra de 39-45 – como se ela fosse a melhor medida de comparação – para justificar políticas mais ou menos beligerantes de acordo com o imperativo moral em questão.

 

Está na altura de elevar a fasquia da qualidade do debate. As guerras não são cruzadas morais e as condições em que elas são travadas devem ser avaliadas caso a caso.

 

Em termos gerais, a relutância do cidadão ocidental em sustentar politicamente uma intervenção militar por parte do seu estado, não é hoje em dia uma decisão consciente partindo dos méritos e deméritos de dita intervenção, mas é em vez, uma decisão facilitista e letárgica baseada na indisponibilidade egocêntrica de procurar informação e no receio mesquinho de ter de contribuir fiscalmente para a prossecução dos interesses do colectivo nacional.

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